domingo, 30 de junho de 2024

ESPECIAL - COM CONSTRUÇÃO PARADA, ANGRA 3 INVESTE EM CONSERVAÇÃO DE EQUIPAMENTOS

Com construção parada, Angra 3 investe em conservação de equipamentos
A interrupção das obras em 2015 foi motivada por questões orçamentárias, ou seja, falta de dinheiro
Agencia Brasil

Na Costa Verde do estado do Rio de Janeiro, um imenso canteiro de obras se destaca entre o azul do mar e o verde da Mata Atlântica. É a construção da Usina Nuclear Angra 3, parada praticamente desde 2015, que espera o sinal verde para ser retomada.

No entanto, como o projeto de construção do que pode ser a terceira e mais potente usina nuclear do país data da década de 1980, cerca de 80% dos equipamentos da usina já estão comprados e precisam ser submetidos a um rigoroso controle de manutenção, para que o tempo de “hibernação forçada” não os comprometa.

A reportagem da Agência Brasil visitou o canteiro de obras de Angra 3 a convite da Eletronuclear e pôde perceber que, enquanto a construção civil está parada, muita atenção é despejada para os 35 galpões que armazenam maquinário. “Viramos especialistas em preservar equipamentos”, diz o engenheiro Bruno Bertini, responsável pelo Departamento de Montagem.

A frase traz um teor de lamentação pelo fato de a obra não deslanchar, mas também tem um grau de demonstração de orgulho, por conseguir manter conservada por tanto tempo uma grande quantidade de maquinário, alguns itens desde 1984.

Nos galpões, 12 mil volumes de equipamentos – a maioria importada – são cuidadosamente alocados, catalogados e inspecionados regularmente. Alguns ficam envoltos em uma espécie de capa térmica e expostos à sílica – substância que evita a oxidação.

Como Angra 3 é um projeto “gêmeo” de Angra 2, já aconteceu de peças armazenadas serem usadas para substituir alguma que precisou ser trocada na usina vizinha.

Bertini adianta qual será o procedimento a partir do momento em que a construção for reiniciada: “os equipamentos vão passar por inspeção geral, e serão trocados itens suscetíveis a envelhecimento.”

Interrupção em 2015

A interrupção das obras em 2015 foi motivada por questões orçamentárias, ou seja, falta de dinheiro. Um freio que ficou mais pesado ainda por causa de reflexos da Operação Lava Jato nos anos seguintes, que teve como um dos alvos o então presidente da estatal, Othon Luiz Pinheiro da Silva.

Apesar do tempo de obra inativa, o superintendente de construção de Angra 3, Antonio Zaroni, explica que as partes mecânicas da usina nuclear são as mesmas de Angra 2, o que faz com que os equipamentos, como bombas, compressores e geradores não sejam obsoletos. “Os [itens] obsoletos foram substituídos, foram comprados novos, mais atuais. Angra 3 tem uma vantagem enorme porque a parte de mecânica, por exemplo, tanques, trocadores de calor, tubulação, isso não sofre obsolescência.”

Zaroni detalha que alguns equipamentos mecânicos mais modernos podem ter pequenas melhorias, mas isso não representa que os adquiridos estejam obsoletos. Ele acrescenta que equipamentos elétricos foram comprados há menos tempo, inclusive alguns sequer foram entregues ainda. “A parte elétrica, de instrumentação e controle, da sala de controle, retificadores e painéis é toda nova, zerada. A parte elétrica é o que tem de mais moderno atualmente”, afirma.

Essa atualização da parte “inteligente” da usina é a justificativa para o fato de que Angra 3, quando pronta, terá capacidade de geração um pouco maior que a irmã gêmea, Angra 2.

Retomada

A retomada das obras depende de decisão do governo. A Eletronuclear contratou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para fazer um estudo sobre a viabilidade técnica, financeira e jurídica da usina. O documento é supervisionado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), e o estudo será avaliado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), pelo Ministério de Minas e Energia e pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que ficarão responsáveis pela definição da outorga (autorização do funcionamento) e aprovação da tarifa de comercialização da energia a ser gerada.

Segundo a Eletronuclear, o estudo do BNDES deve ser divulgado em julho. Procurado pela Agência Brasil , o banco público não se manifestou. Já o ministério informou que “aguarda o relatório sobre o projeto de Angra 3 a tempo da próxima reunião do CNPE, prevista para este segundo semestre”.

Antonio Zaroni diz esperar que a conclusão do governo seja conhecida até setembro deste ano, o que permitiria que a licitação para escolha da empresa que terminará a obra seja feita no primeiro semestre de 2025. Assim, o início das obras se daria em setembro do mesmo ano. O cronograma estimado é de cerca de 60 meses de construção, fazendo com que Angra 3 comece a operar em 2030.

Orçamento

Com o estudo do BNDES em andamento, a Eletronuclear não informa, em valores atuais, o quanto já foi investido em Angra 3. O quantitativo informado pela antiga direção da empresa dava conta de cerca de R$ 7,8 bilhões.

Para a conclusão da usina, são estimados aproximadamente R$ 20 bilhões, que seriam aportados por meio de financiamentos. Esse valor seria para custos de engenharia, material, manutenção e pagamento de empréstimos contraídos anteriormente. Custos, aliás, que não estão zerados. Mesmo com a obra parada, cerca de 250 pessoas trabalham nos canteiros, grande parte terceirizada, em atividades de manutenção e obras acessórias.

A ideia é que a usina “se pague”, ou seja, quando a instalação estiver produzindo e vendendo energia, parte da receita quitaria o financiamento.

O superintendente Zaroni detalha que 67% da obra está pronta, parcela que representa principalmente a construção civil, isto é, a parte de concreto. Em um passeio pelo canteiro cinza, é possível ver vergalhões expostos, que precisam ser revestidos para não sofrerem deterioração.

Dos equipamentos, cerca de 10% estão montados, como alguns transformadores, trocadores de calor e tanques.

Acreditando que o edital de licitação vá a público em fevereiro de 2025, Antonio Zaroni ressalta que a concorrência será internacional e rigorosa. É uma forma de evitar problemas como o do consórcio Ferreira Guedes-Matricial-Adtranz, que ganhou uma concorrência em fevereiro de 2022 para terminar ao menos a construção civil da usina, mas não apresentou qualificação técnica suficiente para executar a intervenção. O contrato foi rescindido em junho de 2024.

"O edital estará com exigências mais altas. Tem que ser empresas que já construíam projetos semelhantes. Estamos mais tranquilos", disse Zaroni.

Quando concluída, Angra 3 será a terceira usina da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, terá potência de 1.405 megawatts (MW) e poderá gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, o suficiente para atender 4,5 milhões de pessoas. Com a terceira usina em atividade, a energia nuclear representará o equivalente a 60% do consumo do estado do Rio de Janeiro e 3% do Brasil.

Apesar da pequena participação na matriz elétrica brasileira, Zaroni destaca que, além de ser considerada limpa e cercada de procedimentos que garantem a segurança da operação , a energia nuclear tem a vantagem de a geração ser praticamente integral e ininterrupta.

“A geração tem um fator de disponibilidade muito alto, a usina fica o ano inteiro gerando 100% da capacidade, diferentemente de outras fontes, como a hidrelétrica e a solar, que ficam oscilando”, compara Zaroni.

*A reportagem da Agência Brasil viajou ao Complexo Nuclear em Angra dos Reis a convite da Eletronuclear

BIDEN PRESSIONADO A DESISTIR, MAIS DIZ QUE DISPUTA

Após o mau desempenho do presidente Joe Biden no primeiro debate com Donald Trump abrir uma crise no Partido Democrata, estrategistas e formadores de opinião debatem se é hora de trocar o cabeça de chapa. Líderes da legenda saíram nesta sexta-feira, 28, em defesa o presidente, rejeitando pedidos para que ele se afaste da campanha.

O próprio presidente buscou reverter a imagem de fragilidade com um discurso vigoroso na Carolina do Norte, em que prometeu não desistir da reeleição. Ele ganhou o apoio do antecessor, Barack Obama, que lembrou ter “perdido” um debate para Mitt Romney na sua campanha vitoriosa de 2012.

Comício
Falando com uma multidão em Raleigh, na Carolina do Norte, Biden, de 81 anos, reconheceu não debater mais como costumava e confrontou os questionamento sobre sua idade. “Sei que não sou um homem jovem, para dizer o óbvio”, disse. “Não falo tão fluentemente quanto antes. Mas sei o que sei. Sei como dizer a verdade. Sei o que é certo e o que é errado. E sei como fazer esse trabalho.”

A performance no comício de Biden contrastou com o alarme expressado na mídia e entre estrategistas políticos, mesmo por alguns dos mais antigos apoiadores de Biden, imediatamente após o debate de quinta-feira à noite. Joe Scarborough, o apresentador da MSNBC e um forte defensor do presidente, disse que as perguntas sobre sua capacidade de concorrer agora eram inevitáveis. A ansiedade começou minutos após o início do debate, quando Biden parecia divagar no confronto com Trump, de 78 anos.

Michael Tyler, diretor de comunicações da campanha de Biden, disse que não houve conversa interna sobre sua substituição na chapa “de forma alguma”. Os comentários seguiram esforços de oficiais da campanha para tranquilizar doadores e arrecadadores.

Ex-presidente
Obama apoiou seu ex-vice-presidente, postando no X que “noites ruins de debate acontecem”, aludindo ao seu próprio desempenho no primeiro debate de sua campanha de reeleição, em 2012. “Confie em mim, eu sei. Mas esta eleição ainda é uma escolha entre alguém que lutou por pessoas comuns a vida inteira e alguém que só se importa consigo mesmo”. Ele acrescentou: “A noite passada não mudou isso, e é por isso que há tanto em jogo em novembro”.

Mesmo com os líderes democratas prometendo confiança em Biden, especialistas e estrategistas políticos expressaram abertamente dúvidas sobre sua capacidade de levar a eleição até o fim. Em alguns casos, pediram que Biden abrisse caminho para um novo indicado. A única maneira de os democratas substituírem Biden é ele desistindo da corrida e entregando os delegados prometidos a ele. Neste ponto, sua substituição seria decidida no plenário da Convenção Nacional Democrata, em agosto.

Todos os delegados de Biden se tornariam “não comprometidos”. A convenção poderia se tornar uma campanha em si. A vice-presidente Kamala Harris não seria a indicada automaticamente, mas seu status a torna uma candidata viável, especialmente se Biden declarar apoio a ela. O Partido Democrata tem uma série de estrelas políticas, incluindo o governador da Califórnia, Gavin Newsom, e a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer. Todos têm sido apoiadores de Biden.

A Constituição americana não permite mais de dois mandatos para presidente, consecutivos ou não. Obama não poderia tentar se candidatar novamente e, se vencer, Trump, de acordo com as regras atuais, não pode tentar a reeleição em 2028.

OPERAÇÃO ENCONTRA 160 MIL PÉS DE MACONHA NA DIVISA DE PERNAMBUCO E PARAÍBA

Uma operação do Ministério da Justiça encontrou 180 mil pés de maconha plantados em uma área entre a Paraíba e Pernambuco. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (28). A operação foi denominada de Nárke II.

Como visto pelo ClickPB, a ação contou com agentes da Coordenadoria de Operações Especiais Policiais (COpEsP), por meio do Grupamento de Ações Táticas Especiais (Gate) e do Grupamento Especial de Operações em Área de Caatinga (GEOsAC), do Batalhão de Polícia Ambiental (BPAmb) e 11º Batalhão.

Na ação, um homem foi preso e levado para uma delegacia de Polícia Civil. A plantação será incinerada. Além da Paraíba e de Pernambuco, a operação também é realizada no Rio Grande do Norte e no Ceará.

SÓ HAVERÁ ANISTIA POR 8 DE JANEIRO COM O AVAL DO SUPREMO, AFIRMA MORAES

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira, 28, que caberá ao Poder Judiciário, e mais especificamente à Corte, dar a última palavra caso prospere no Congresso uma proposta de anistia aos investigados, acusados, condenados e presos por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro do ano passado.

No início deste mês, a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Caroline de Toni (PL-SC), designou o colega Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) como relator de um projeto de lei que concede anistia aos implicados na depredação das sedes dos Poderes em Brasília. Os dois parlamentares são aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ex-presidente é investigado em um dos inquéritos dos atos golpistas. A anistia é defendida por aliados de Bolsonaro no Congresso e tem sido citada nos bastidores do Parlamento como moeda de troca pelo apoio do campo bolsonarista nas eleições pelas presidências da Câmara e do Senado, em 2025.

Constituição
“Quem admite anistia ou não é a Constituição Federal e quem interpreta a Constituição é o Supremo Tribunal Federal”, disse Moraes durante o Fórum Jurídico de Lisboa, evento promovido por instituição de ensino superior do ministro Gilmar Mendes. “O Supremo Tribunal Federal vai garantir a responsabilização de todos os culpados pelo dia 8 de janeiro”, garantiu o ministro em sua palestra.

Bolsonaro levantou a ideia de anistia no 8 de Janeiro durante ato na Avenida Paulista que reuniu milhares de pessoas no dia 25 de fevereiro. A manifestação foi convocada pelo próprio ex-presidente após ele ser apontado pela Polícia Federal (PF) como mentor de uma minuta golpista para permanecer no poder depois de ser derrotado na eleição presidencial de 2022. Durante o ato em São Paulo, o ex-presidente pediu pela anistia “para aqueles pobres coitados presos em Brasília” que foram alvo da investigação.

Cerca de um mês depois, uma pesquisa do Datafolha informou que a possibilidade de anistiar os responsáveis pelos ataques golpistas às sedes dos três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, era rejeitada por 63% dos entrevistados. Assim como Bolsonaro, 31% dos ouvidos pela pesquisa se manifestaram a favor do perdão, enquanto 2% se disseram indiferentes e 4% não opinaram sobre o assunto. O levantamento ocorreu entre os dias 19 e 20 de março com 2.002 entrevistados.

“O Supremo Tribunal Federal é uma instituição centenária. Obviamente que quando a democracia é mais atacada e a Constituição é mais atacada o Supremo Tribunal Federal tem a missão de defendê-la e assim o fez”, disse Moraes durante sua fala no evento em Lisboa.

Recados
Alvo de questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse envolvendo partes e a pauta de julgamentos do Supremo, o fórum realizado na capital portuguesa serviu para que ministros participantes mandassem recados para o Congresso e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além do tema anistia para implicados no 8 de Janeiro, outro assunto que veio à tona entre os ministros foi a decisão do STF pela descriminalização do porte de maconha.

O presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quinta, 27, que a Corte cumpriu o seu papel ao decidir pela descriminalização e que o presidente Lula tem “liberdade de expressão” para discordar da decisão. Lula disse na quarta-feira, 26, que o STF não tem que se “meter em tudo” e que decisões como a desta semana sobre maconha geram “rivalidade” com outros Poderes. Ainda de acordo com Lula, o STF não pode “pegar qualquer coisa” para julgar.

“Não sou censor do que fala o presidente e menos ainda fiscal do salão. O que posso dizer é que o Supremo julga as ações que chegam ao plenário, inclusive os habeas corpus e recursos extraordinários de pessoas que são presas com pequenas quantidades de drogas”, afirmou Barroso ao ser questionado sobre as declarações de Lula.

‘Conflagração’
O ministro Flávio Dino também respondeu às críticas feitas pelo presidente da República à decisão da Corte. O magistrado argumentou que o tribunal é instado a decidir sobre temas polêmicos por causa da “conflagração” social. Dino argumentou que temas em conflito na sociedade brasileira têm desaguado no Poder Judiciário, o que obriga os magistrados a agir.

“Quando as situações conflituosas caminham por aquela praça (dos Três Poderes) e não encontram outra porta, acham o prédio do Supremo mais bonito, a rampa é menor, e lá elas entram. Lá chegando, nós (ministros) não podemos jogar os problemas no mar ou no Lago Paranoá, e nós não podemos prevaricar”, afirmou Dino

“É por isso que o Supremo Tribunal Federal ‘se mete em muita coisa’. Nós somos metidos em muita coisa justamente em face dessa conflagração que marca a sociedade brasileira”, completou o ministro, que foi o titular da Justiça no início do terceiro mandato de Lula na Presidência da República. A posição do ministro se alinha a de outros integrantes da Corte Dias Toffoli afirmou anteontem que “se tudo vai parar no Judiciário, é falência dos outros órgãos decisórios”.

Estadão

FRIBOI INAUGURA NOVO CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO EM PERNAMBUCO

A Friboi, empresa da JBS líder no segmento de carne bovina no Brasil, inaugurou novo Centro de Distribuição (CD) no Estado de Pernambuco, para ampliar sua capacidade de estocagem e atendimento na Região Nordeste. Com a inauguração, serão criados mais de 110 postos de trabalho entre vagas diretas e indiretas. O novo CD atenderá cerca de 5.300 clientes, com projeção de realizar 12 mil entregas por mês em 2024.

“Além do aumento da capacidade e posicionamento do estoque mais próximo aos centros de consumo, também haverá a duplicação do tamanho da frota de caminhões, gerando emprego e renda para a região”, destaca Jorimar Basso, Gerente Regional de Logística da Friboi.

Localizado no quilômetro 96,4 da BR 101 SUL, e perto de importantes centros de consumo, o novo espaço vai ampliar e agilizar o atendimento dos clientes em Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. O centro de distribuição também vai facilitar o acesso a um mix de produtos ainda mais diversificado e que inclui as tradicionais linhas Friboi, Reserva, Maturatta, Do Chef, 1953 e Black Friboi

VEREADORA PREGA AUDITORIA, COM INTENÇÃO DE DESMORALIZAR A GESTÃO DE WELLINGTON EM ARCOVERDE

Portal do Sertão

Esquenta o clima político em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, faltando cerca de três meses para as eleições de 2024. A vereadora da oposição Célia Galindo (Podemos), aliada do pré-candidato a prefeito Zeca Cavalcanti, pregou uma auditoria para desmoralizar a administração do prefeito do município, o empresário Wellington Maciel (MDB). Em discurso virulento, a vereadora que uma das grandes aliadas do candidato do Podemos à prefeitura, não poupou críticas ao prefeito.

Na sua fala, a vereadora arcoverdense disse que, a Prefeitura tem tantos contratos mal feito, que precisa ter uma grande auditoria para desmoralizar essa administração. Uma auditoria séria. Célia afirmou em seu discurso que Wellington não sabe governar e que ele seria uma pessoa que – não teria condições de dizer que eu governei Arcoverde, pelo contrário, vai dizer: eu destruí Arcoverde. Vai ser o prefeito da destruição.

Em outro momento, a vereadora oposicionista diz que Wellington, é um péssimo prefeito, e questiona porque ele não concorreu à reeleição, afirmando que foi porque não tinha condições. Célia ainda ironiza sobre uma possível vaia sofrida pelo prefeito na Praça da Bandeira, durante a festa de São João, afirmando: – Porque vaiar alguém que não vai pra canto nenhum, pra lugar nenhum.

Célia fecha sua fala afirmando que Wellington não precisa de oposição, pois – O homem tá morto! O homem não sabe pra que veio, foi o primeiro caso na história de Arcoverde, que alguém se elege e foge da luta. Eu pedi pra ele concorrer a vereador, pra eu dá-lhe uma lapada aqui. Ganhar dele, que é fraco. Eita cabra fraco viu…Isso não é prefeito não, é um desgraçado. A pessoa que faz da cidade uma catástrofe dessa

TOMOU POSSE ONTEM, O NOVO BISPO DE PETROLINA

Tomou posse neste sábado, 29, dia de São Pedro, o novo bispo da Diocese de Petrolina, o carioca Dom Antônio Carlos Cruz Santos, de 62 anos. Ele foi nomeado pelo Papa Francisco em abril como sucessor de Dom Francisco Canindé Palhano, que renunciou ao cargo.

Nessa sexta-feira, 28, o novo bispo, natural do Rio de Janeiro, mas com pais nordestinos, reuniu a imprensa de Petrolina e região em entrevista coletiva antes de sua posse. Na ocasião, disse que conhece pouco da cidade e quer aproveitar o primeiro semestre de seu bispado para visitar toda a diocese.

Também falou sobre problemas sociais, citando a população de rua; comentou sobre a importância da comunicação como meio de evangelização; destacou a necessidade de uma igreja acolhedora; e mencionou suas origens ribeirinhas, em Penedo-AL, cidade natal de seus pais.

Dom Antônio assume a Diocese de Petrolina depois de passar quase uma década como bispo de Caicó, no Rio Grande do Norte. Ele tem uma linha de pensamento que foge dos padrões conservadores da Igreja Católica, aberto, por exemplo, ao acolhimento de homossexuais

SUCESSÃO DE GLEISI DIVIDE O PT

O prefeito de Araraquara, Edinho Silva, e o deputado José Guimarães são nomes na disputa pela presidência do PT
As articulações para a escolha do próximo presidente do PT, em março de 2025, aprofundaram divergências entre alas do partido, dificultando a definição de um nome de consenso para o posto ocupado pela deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR). O prefeito de Araraquara, Edinho Silva, é apontado internamente como favorito, mas outro grupo defende a candidatura do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que já recebeu sinalizações positivas da própria Gleisi.

Uma antiga disputa interna por influência no partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está por trás da concorrência. Petistas de São Paulo e de estados do Nordeste travam queda de braço em diversas áreas por protagonismo, movimento que alcança também o primeiro escalão do governo.

Aliados avaliam que Edinho tem como vantagens a proximidade com Lula, que chegou a dizer no final de maio que o aliado “é o melhor prefeito do país”, e o apoio dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), além do ex-ministro e ex-presidente do PT José Dirceu.

Por outro lado, defensores de Guimarães usam como argumento o fato de a legenda ter sido presidida poucas vezes por representantes do Nordeste, região onde o partido alcança seus resultados eleitorais mais expressivos e a única onde tem governadores (Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí). Os dois únicos nordestinos que já ocuparam o posto foram José Genoíno, que é irmão de Guimarães, mas construiu a carreira política em São Paulo, e José Eduardo Dutra.

Em meio ao acirramento do cenário, Gleisi minimiza o tom da competição, mas deixa claro que o ideal seria o partido construir uma união antes de ir às urnas:

— Ambos (Edinho e Guimarães) têm legitimidade para presidir o PT. Penso que temos de construir a unidade. É nisso que aposto, e acho que temos maturidade.

Edinho, por sua vez, desconversa sobre o favoritismo apontado internamente:

— Todo o processo se dará em 2025. Acho prematuro falar em candidatura agora.

Apesar das duas opções colocadas, uma terceira vertente do PT analisa que o prefeito e o deputado podem acabar se inviabilizando, o que abriria espaço para outra alternativa.

No caso de Edinho, é apontada a possibilidade de ele virar ministro depois de acabar seu mandato como prefeito, no fim de 2024, o que o retiraria do páreo para presidir a legenda. Uma possibilidade levantada é assumir a Secretaria de Comunicação Social, posto que já ocupou no governo Dilma Rousseff, em um arranjo que deslocaria petistas hoje no primeiro escalão para outras funções. Também há queixas de que o prefeito não tem interlocução ampla com diferentes setores do partido e carece de uma projeção nacional.

Contra Guimarães, também são elencadas desvantagens, como o fato de ele não ter construído com Lula a sua tentativa de presidir o partido e de não ter o apoio dos principais ministros.

Em entrevista ao podcast do PT no início de junho, o líder do governo disse que a legenda precisa ter “um pé na institucionalidade e outro pé na sociedade, nos movimentos, na vida real do país”. Procurado, ele não respondeu.

Guimarães é o que mais tem feito movimentos para presidir o partido e já falou sobre a possibilidade de disputar o cargo, mas outros nomes da região também costumam ser lembrados, como o do senador Humberto Costa (PE). Pela proximidade com Gleisi, o ministro Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) chegou a figurar como opção, mas houve um enfraquecimento do nome dele como sucessor da deputada. Padilha e o ministro Paulo Pimenta (Reconstrução do Rio Grande do Sul) são outros que já foram citados por parlamentares, mas ambos não têm se articulado.

As disputas que vieram à tona agora na pré-campanha do PT também aparecem em outras áreas. Há insatisfações na bancada de São Paulo com Macêdo, que foi deputado por Sergipe. Uma parte dos deputados petistas considera que ele não cumpre efetivamente o papel de interlocução com os movimentos sociais.

Reflexos no governo

A divisão é observada ainda nas disputas por influência dentro do governo entre os ministros da Casa Civil, Rui Costa, ex-governador da Bahia, e da Fazenda, Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo. Os dois já travaram quedas de braço sobre a meta de déficit fiscal zero e estiveram em lados opostos no processo de saída de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras.

Recentemente, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), aliado de Rui Costa, expôs divergência com Haddad e sinalizou ser contra uma Medida Provisória, defendida pela Fazenda, que limitava a compensação dos créditos do PIS/Cofins pelas empresas. A MP foi devolvida pelo Congresso, em decisão elogiada por Wagner.

Outra rivalidade ocorre entre Guimarães e Padilha. Na transição de governo, no fim de 2022, o líder de Lula na Câmara era apoiado por uma ala do partido para chefiar a pasta de Relações Institucionais, mas Padilha foi o escolhido. Hoje os dois negam as desavenças e chegaram a compartilhar fotos juntos.

Apesar disso, o deputado do PT já se queixou, sem citar nomes, da articulação política do governo e também afirmou que MPs são enviadas sem antes alguém do governo dialogar com líderes no Congresso.