NA LUPA 🔎
BLOG DO EDNEY
Por Edney Souto
A GUERRA PELO SENADO EM PERNAMBUCO: PT FOCA EM HUMBERTO E LULA
Para o Partido dos Trabalhadores, o plano é claro: garantir a continuidade de Lula na Presidência da República e, ao mesmo tempo, assegurar a reeleição de Humberto Costa ao Senado. Este é um movimento estratégico que reflete a importância do Senado na consolidação de uma base de sustentação que permita ao governo federal avançar com suas propostas.
Humberto Costa, um dos políticos mais experientes do PT, já demonstrou ser peça-chave para a legenda em Pernambuco. Como senador, ele se destacou na articulação de pautas progressistas e no enfrentamento à oposição, consolidando seu nome como um dos líderes da esquerda no Congresso. Com amplo reconhecimento no estado, Humberto trabalha nos bastidores para garantir apoio de prefeitos, deputados e lideranças regionais, visando ampliar sua base eleitoral em 2026.
O partido deixou claro que, para além da reeleição de Lula e Humberto, outras disputas majoritárias no estado estão fora da pauta. Pernambuco seguirá como uma trincheira estratégica para o fortalecimento do projeto nacional do PT, deixando a disputa pelo governo estadual para aliados ou para um momento posterior.
O PL e a Ambição de Bolsonaro no Senado
O Partido Liberal, liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, também enxerga o Senado como um campo estratégico para o avanço de sua agenda conservadora. Bolsonaro já declarou em entrevistas recentes que 2026 será a "grande eleição da direita", destacando o foco em ampliar as bancadas conservadoras tanto na Câmara quanto no Senado.
Em Pernambuco, o PL vê uma oportunidade real de eleger um senador, mesmo enfrentando o histórico de que quem está no governo estadual costuma levar a disputa. A eleição de 2018, no entanto, desafiou essa lógica, quando Mendonça Filho (DEM) quase venceu Jarbas Vasconcelos (MDB), perdendo por uma margem de apenas três pontos percentuais.
Dois nomes despontam como favoritos para representar o PL na disputa: Anderson Ferreira, ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, e Gilson Machado, ex-ministro do Turismo e candidato ao Senado em 2022. Anderson Ferreira conta com uma base consolidada na Região Metropolitana do Recife e um histórico de liderança entre eleitores conservadores. Já Gilson Machado, uma figura próxima de Bolsonaro, aposta em sua visibilidade nacional e no apoio direto do ex-presidente para fortalecer sua candidatura.
O Retrato da Polarização Nacional no Senado
A possibilidade de Pernambuco eleger representantes do PT e do PL no Senado em 2026 reflete o cenário de polarização política que domina o país. Essa configuração, caso se concretize, levaria ao Congresso uma reprodução direta do embate ideológico que se desenrola no plano nacional.
A presença de Humberto Costa, defendendo pautas progressistas e alinhado ao governo federal, contrastaria com a postura de um eventual senador do PL, que provavelmente seria um dos principais opositores do governo Lula. O resultado disso seria um cenário de debates intensos e, possivelmente, de grandes embates no Senado Federal, com Pernambuco ocupando papel de destaque nessa disputa.
Nomes Fora da Polarização
Apesar do protagonismo de PT e PL na disputa, outros nomes surgem como alternativas para quem busca fugir da polarização ideológica. Figuras como Silvio Costa Filho (Republicanos), Eduardo da Fonte (PP), Fernando DUEIRE (MDB), Armando Monteiro (Podemos), Miguel Coelho (União Brasil) e Marília Arraes (Solidariedade) são mencionados como potenciais candidatos.
Silvio Costa Filho, por exemplo, tem se consolidado como um político moderado e articulador, com trânsito entre diferentes espectros políticos. Eduardo da Fonte, por sua vez, aposta em sua base consolidada no interior do estado e na força do PP, que tem ganhado relevância nacional. Miguel Coelho, ex-prefeito de Petrolina, também é visto como um nome competitivo, especialmente na região do Sertão.
André de Paula e o Retorno à Câmara
Enquanto os partidos definem suas estratégias para o Senado, o ministro André de Paula (PSD), que disputou o cargo em 2022, já decidiu que tentará retornar à Câmara dos Deputados. André tem um longo histórico como deputado federal e acredita que pode fortalecer o PSD, partido que pode vir a ser o abrigo político da governadora Raquel Lyra.
A presença de André na Câmara representaria um reforço para o partido em nível nacional, além de consolidar a força do PSD em Pernambuco, especialmente se aliado a outras legendas do campo de centro-direita.
A Dobradinha Conservadora no PL
Caso Gilson Machado seja escolhido como candidato ao Senado pelo PL, Anderson Ferreira e seu irmão, André Ferreira, devem formar uma dobradinha para disputar cadeiras na Câmara Federal. Ambos são conhecidos por suas fortes bases eleitorais e pela capacidade de mobilizar o eleitorado conservador em municípios estratégicos.
Essa estratégia, além de fortalecer a bancada do PL na Câmara, garante uma maior visibilidade para o partido em Pernambuco, ampliando sua capilaridade e consolidando sua posição como a principal oposição ao PT no estado.
Marília Arraes e o Sonho de Ser Senadora
Outro nome que desponta na disputa pelo Senado é o de Marília Arraes. A ex-deputada federal e ex-candidata ao governo do estado tem deixado claro seu desejo de ocupar uma cadeira na Casa Alta. Marília aposta no recall de suas campanhas majoritárias recentes — como em 2020, quando disputou a Prefeitura do Recife, e em 2022, quando concorreu ao governo — para consolidar sua candidatura.
Embora seja líder do Solidariedade em Pernambuco, Marília enfrenta desafios internos e externos, incluindo desavenças com antigos aliados e a necessidade de reconstruir pontes políticas para viabilizar sua candidatura.
A Direita Otimista e a Esquerda Preocupada
Enquanto a direita se anima com a possibilidade de ampliar suas bancadas no Senado e na Câmara, a esquerda, especialmente o PT, encara o cenário com preocupação. Humberto Costa, além de ser um dos principais articuladores da legenda em Pernambuco, participa diretamente da coordenação nacional que planeja a estratégia do partido para o Senado.
Para o PT, a eleição de 2026 será decisiva para garantir uma base sólida no Congresso, especialmente em um contexto de polarização e disputa acirrada com os partidos de direita.
Grande Embate
Com a eleição de 2026 se aproximando, Pernambuco se prepara para um embate político que promete ser intenso e decisivo. Entre estratégias de reeleição, novas alianças e a busca por consolidar bases eleitorais, o estado mais uma vez se posiciona como um dos principais palcos da política nacional. O desfecho dessa disputa não apenas definirá os rumos do Senado, mas também terá reflexos diretos no cenário político nacional, impactando a governabilidade e as perspectivas para o futuro do Brasil. É isso!