sexta-feira, 23 de maio de 2025

BOLSONARO NÃO ACEITA INEGIBILIDADE E DIZ QUE ELE E TARCÍSIO SERÃO CANDIDATOS

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou um vídeo na última quarta-feira (21), em que declara sua intenção de tentar disputar a Presidência da República em 2026, apesar de estar inelegível por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

A declaração foi feita em março deste ano, quando questionado por jornalistas, mas foi agora republicada por Bolsonaro em sua conta na plataforma X (antigo Twitter). Na gravação, o ex-presidente também afirma que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), buscará a reeleição. 

"Nós dois seremos candidatos ano que vem. O Tarcísio para reeleição e eu para presidente. Se eu não aparecer como candidato é uma negação à democracia. Qual foi o crime que eu cometi? Me reunir com embaixadores? Ah, tenha santa paciência", disse Bolsonaro. 

Na ocasião, o ex-presidente perguntou se "estamos no ritmo da Venezuela", quando questionado se a inelegibilidade decidida pelo TSE o impediria de participar do pleito. Ele citou o caso da Romênia em que, segundo Bolsonaro, o candidato de direita foi retirado do pleito e a Justiça confirmou sua inelegibilidade. 

O povo não aceita o que a gente chama de ‘lawfare’, interferência política no destino de uma nação", declarou. Um tribunal da Romênia anulou, em 6 de dezembro de 2024, o primeiro turno das eleições presidenciais do país, dias após alegações de que a Rússia realizou campanha online coordenada para promover o candidato de extrema direita que venceu a disputa. 

(Reprodução: @jc_pe)

MALAFAIA DIZ QUE DEMISSÃO DE WAJNGARTEN POR VALDEMAR DO PL FOI "COVARDIA"

A recente demissão do advogado Fábio Wajngarten do Partido Liberal (PL) provocou reações contundentes dentro da base bolsonarista, revelando fissuras entre aliados próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesta última quarta(21), o pastor Silas Malafaia saiu em defesa pública de Wajngarten, classificando a exoneração como um ato de “covardia”. A crítica foi publicada por Malafaia em sua conta na rede social X, antigo Twitter, onde também lamentou a falta de reconhecimento pelas contribuições passadas do advogado, que foi um dos principais articuladores da comunicação do governo Bolsonaro. O episódio ganhou corpo após a divulgação, pelo portal UOL, de mensagens privadas trocadas entre Wajngarten e o tenente-coronel Mauro Cid, obtidas pela Polícia Federal durante a perícia no celular do militar, que atualmente é investigado por suposta participação em esquemas de falsificação de cartões de vacina e venda ilegal de joias do acervo presidencial. Nas mensagens reveladas, datadas de 27 de janeiro de 2023, Wajngarten encaminha a Cid uma matéria indicando a possibilidade de o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, lançar Michelle Bolsonaro como candidata à Presidência da República em 2026, caso Bolsonaro permaneça inelegível. Cid responde de maneira cortante: “Prefiro o Lula”, ao que Wajngarten replica com um breve “Idem”. A reação irônica e negativa dos dois à eventual candidatura da ex-primeira-dama evidencia um mal-estar crescente nos bastidores do partido. Em um dos áudios enviados por Cid, o militar argumenta que Michelle seria alvo fácil de ataques políticos, por considerar que “ela tem muita coisa suja… não suja, mas a personalidade dela”, antecipando que qualquer tentativa de ascensão política por parte dela seria duramente combatida. Wajngarten, que ocupou a chefia da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e se manteve ao lado de Bolsonaro mesmo após a derrota nas urnas, também ironizou a remuneração de Michelle no partido, estimada em R\$ 39 mil, justificando o valor com a afirmação de que ela “carrega o bolsonarismo sem a rejeição do Bolsonaro”. A demissão do advogado acontece em meio ao esforço do PL para construir uma narrativa de unidade em torno da figura de Michelle, vista por setores do partido como um trunfo eleitoral frente à inelegibilidade de Bolsonaro. Porém, as mensagens vazadas escancaram a resistência interna à ideia, sobretudo por parte de figuras com histórico de lealdade ao ex-presidente. Malafaia, um dos mais proeminentes defensores do bolsonarismo, sugeriu que Wajngarten está sendo penalizado por expor sua opinião, e lamentou o que classificou como ingratidão e falta de memória por parte da cúpula partidária. A fala do pastor também é interpretada como um alerta aos dirigentes do PL, num momento em que o partido busca consolidar sua estratégia para as eleições de 2026, enfrentando divisões internas que podem comprometer seus planos de projeção nacional.

PREFEITO PAULO GALVÃO BUSCA RECURSOS PARA ITAMARACÁ AO LADO DO DEPUTADO FEDERAL EDUARDO DA FONTE

O prefeito de Ilha de Itamaracá, Paulo Galvão, marcou presença na 26ª edição da Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, evento realizado entre os dias 19 e 22 de maio na capital federal. Promovida pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), a Marcha é considerada o maior encontro municipalista da América Latina e se consolidou como espaço estratégico para o diálogo entre prefeitos, parlamentares, ministros e o Governo Federal. Acompanhado do deputado federal Eduardo da Fonte, o gestor de Itamaracá participou ativamente das atividades do evento, buscando fortalecer a posição do município nas discussões nacionais e garantir o encaminhamento de pleitos diretamente ligados ao desenvolvimento da Ilha.

Durante os dias de programação, Paulo Galvão esteve presente em reuniões com representantes de ministérios e técnicos da CNM, apresentando as demandas urgentes do município e reivindicando avanços em áreas prioritárias como saúde, educação, infraestrutura e turismo. Uma das bandeiras defendidas pelo prefeito foi o aumento do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), essencial para o equilíbrio fiscal de cidades como Itamaracá, que dependem fortemente dos repasses federais para manter serviços públicos básicos e executar novos investimentos. A escassez de recursos nos últimos anos, agravada por crises econômicas e cortes orçamentários, tem exigido dos gestores uma atuação mais incisiva junto ao Governo Federal, e a Marcha se mostrou uma oportunidade crucial para esse enfrentamento institucional.

Acompanhado de Eduardo da Fonte, parlamentar que possui forte articulação política em Brasília, o prefeito buscou viabilizar projetos que impactem diretamente a vida da população da Ilha, como obras de infraestrutura urbana, modernização do sistema educacional e fortalecimento do setor turístico, uma das principais vocações econômicas locais. Além disso, foram tratados temas como a ampliação da cobertura da atenção básica em saúde, a destinação de recursos para construção de unidades de saúde e escolas, e a implementação de ações de proteção ambiental voltadas para o ecossistema costeiro da região. Paulo Galvão destacou a importância da presença ativa do município em espaços de decisão nacional e reafirmou o compromisso de sua gestão com a articulação federativa como estratégia para promover avanços reais em Itamaracá.

O chefe do Executivo municipal aproveitou a ocasião para estreitar o relacionamento com lideranças políticas e técnicas de diversas partes do Brasil, fortalecendo redes de cooperação e trocando experiências sobre modelos de gestão pública que têm apresentado bons resultados em outras cidades. Para ele, a interlocução com autoridades federais é indispensável para assegurar que a realidade das cidades litorâneas e com desafios socioeconômicos específicos como Itamaracá seja compreendida e acolhida nos programas nacionais. A busca por recursos e apoio institucional é vista como um dos pilares de sua administração, que tem priorizado investimentos que melhorem a infraestrutura da Ilha, incentivem o turismo sustentável e ampliem o acesso da população aos serviços públicos de qualidade.

IFOOD REAJUSTA VALOR DE COMISSÃO PARA ENTREGADORES ACIMA DA INFLAÇÃO

A plataforma de delivery e entregas iFood anunciou um novo reajuste para os entregadores que atuam no aplicativo a partir de 1º de junho.

Com a nova atualização, os entregadores passarão a receber um valor mínimo por entrega acima da inflação acumulada em 2024, que foi de 4,8%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

O reajuste entra em vigor em junho e eleva o valor mínimo de R$ 6,50 para R$ 7,00 para os entregadores que utilizam bicicletas. Já para os profissionais que usam moto ou carro, o valor será de R$ 7,50.

Os aumentos representam 7,7% e 15,4%, respectivamente.

De acordo com a plataforma, os reajustes foram definidos considerando as particularidades de cada meio de transporte. Por exemplo, motos e carros têm custos de manutenção mais altos do que bicicletas.

O aplicativo também deverá ampliar a cobertura gratuita do seguro pessoal para casos graves, que passará a atingir até R$ 120 mil.

COLUNA POLÍTICA | NA LUPA 🔎| POR EDNEY SOUTO

ELEIÇÃO SEM LULA E BOLSONARO EM 2026 SERÁ IMPREVISÍVEL E CENÁRIO ABERTO PODE ATRAIR NOME ENCANTADO
UMA ELEIÇÃO SEM OS DOIS POLOS DA POLÍTICA BRASILEIRA
Lula e Bolsonaro, protagonistas de um dos capítulos mais intensos da política nacional nas últimas décadas, podem estar fora do páreo em 2026. A ausência de ambos abre caminho para um cenário absolutamente inédito desde a redemocratização. Sem eles, o campo está livre — e o jogo, perigosamente imprevisível. Vamos dar uma analisada NA LUPA desta sexta-feira.

HADDAD E A FRASE QUE ABRIU A DISCUSSÃO
Em recente entrevista à imprensa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi direto: “Não existem só Lula e Fernando Haddad no mundo. Está cheio de gente boa que pode se apresentar”. A declaração, embora embrulhada num discurso de humildade, soou como um ensaio. Uma sinalização. Haddad disse não pensar em eleição, mas a política não dorme.

PT DIVIDIDO ENTRE A PRESERVAÇÃO DE LULA E O NOVO CICLO
No interior do Partido dos Trabalhadores, o debate é intenso. Há quem defenda que Lula não se exponha a uma nova disputa, especialmente se a chance de vitória for mínima. O motivo? Preservar o legado. Há também quem aposte que Haddad, mesmo derrotado em 2018, seja a melhor opção viável — o “plano B” já vestido de “plano A”. Todos os que detém algum espaço no “poder” querem empurrar Lula a todo custo para manter os seus interesses e privilégios. Ocorre que há um risco alto. Lula não é mais o mito de antes. Perdeu muito do encanto, embora ainda seja muito forte. Mas o PT sabe que ele não é imbatível. 

BOLSONARO FORA DO JOGO: A CONFIRMAÇÃO DE UMA ERA ENCERRADA
Jair Bolsonaro está inelegível e, por mais que seus aliados insistam em manter viva sua influência, o ex-presidente não será candidato. Com isso, o PL precisa se reinventar. O nome mais forte até agora? Eduardo Bolsonaro, que dos Estados Unidos tenta manter acesa a chama bolsonarista. Aqui acolá ventilam o nome da esposa de Jair Messias Bolsonaro, Michele, porém não será esse o caminho dos bolsonaristas raiz, eles estão jogando o jogo para preservar o verdadeiro substituto no PL. Tá mais do que na cara que o filho do ex-presidente é o nome guardado a sete chaves pela cúpula que governou o Brasil antes de Lula. 

EDUARDO BOLSONARO: NOME OU SÍMBOLO?
Eduardo tem o sobrenome, mas não necessariamente o capital político do pai. Ainda assim, lidera as preferências dentro da base radical do bolsonarismo. Sua candidatura, no entanto, dependerá do quanto conseguir se descolar da caricatura de “filho do mito” e se apresentar como alguém com projeto próprio.

TARCÍSIO DE FREITAS: A JOIA DO CONSERVADORISMO MODERADO
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem a seu favor uma gestão avaliada positivamente e um perfil técnico-político que agrada ao centro. Porém, recusa por ora qualquer especulação. Se Lula for candidato, Tarcísio aposta em reeleição tranquila. Mas sem Lula, o cenário muda — e Tarcísio pode, sim, vestir o traje presidencial.

O RISCO DO OUTSIDER: A REPETIÇÃO DE UM ERRO CARO
A história recente mostra que flertar com o novo, o diferente, o “encantado” fora da política tradicional, pode custar caro. Em 2026, o risco de surgir um nome fora do eixo, vendendo soluções mágicas e discursos rasos, é real. E perigoso. O Brasil já viu esse filme — e o final não foi feliz.

NOME ENCANTADO: UMA TENTAÇÃO PERIGOSA NUM CENÁRIO INCERTO
O eleitor brasileiro, cansado da polarização, pode ser seduzido por promessas utópicas de renovação. Mas a democracia exige responsabilidade. Não se constrói país com slogans vazios. Os partidos precisam agir agora para evitar que a lacuna aberta seja preenchida por aventureiros.

O CENTRO PRECISA REAGIR: MOMENTO DE RESPONSABILIDADE POLÍTICA
As siglas de centro e direita democrática têm a missão histórica de apresentar alternativas reais, com currículo, história, e capacidade de governar. Este é o momento de evitar o vazio que dá espaço a populistas sem plano, sem preparo e sem compromisso com a institucionalidade. Eduardo Leite, Ratinho Júnior e Ronaldo Caiado são nomes que estão na espreita, feito um vírus incubado. A qualquer momento podem invadir a imunidade política e mostrar a cara e um Programa de Governo para rifar o PT do Palácio do Planalto. 

SE LULA SAIR, HADDAD ENTRA: A SUCESSÃO NATURAL
No PT, o entendimento é claro: se Lula não for candidato, Fernando Haddad será. E ponto final. Não há outro nome com força interna e experiência testada nas urnas. Haddad, mesmo carregando a derrota de 2018, ganha musculatura na Esplanada dos Ministérios e se posiciona com discurso moderado e racional.

O ENIGMA DE 2026: MUITO MAIS DO QUE UMA ELEIÇÃO
A disputa presidencial de 2026 será mais do que uma simples troca de nomes. Será a eleição da reconstrução da política nacional. Uma chance de reestabelecer a conexão entre governabilidade e representatividade. E o Brasil não pode errar de novo. Lula pode preservar o legado ficando de fora de 2026. Não disputar pode ser a decisão mais inteligente para Lula. Seu papel, já inscrito na história, pode ser melhor preservado se não for testado mais uma vez nas urnas. Ser o articulador, o mentor, o guia de bastidores, e isso também é poder.

A ERA PÓS-LULA E PÓS-BOLSONARO: O BRASIL EM BUSCA DE NOVO RUMO
Com os dois grandes polos fora do páreo, o Brasil terá de se olhar no espelho. O que queremos como nação? Para onde vamos sem nossos símbolos recentes? A resposta será dada nas urnas, mas precisa ser construída agora — com responsabilidade, coragem e visão de futuro. O momento é de alerta não de euforia, já que da euforia a crise a distância é um salto.  O clima de indefinição não deve ser confundido com euforia. O país precisa mais do que nunca de líderes reais, projetos sólidos e compromisso com a democracia. A ausência de Lula e Bolsonaro pode ser a oportunidade de ouro — ou o início de um novo abismo. Tudo dependerá de quem tiver coragem de assumir o centro do palco. É isso aí.

quinta-feira, 22 de maio de 2025

WALDEMAR OLIVEIRA FAZ NOVA DENÚNCIA ENVOLVENDO A ANDELIVROS COM O GOVERNO ESTADUAL

Deputado Waldemar Borges faz nova denúncia envolvendo a Andelivros e o Governo do Estado
Após denunciar no último dia 06 de maio que o Governo de Pernambuco havia contratado mais uma vez, e de novo por dispensa de licitação, a ANDELIVROS por mais de R$ 3 milhões, para promover o seu Circuito Literário de Pernambuco - CLIPE 2025, o deputado estadual Waldemar Borges (PSB) apresentou, ontem (21), uma nova e mais grave denúncia envolvendo essa entidade que abriga algumas grandes editoras, quase todas de fora do estado e o Governo do Estado. Segundo o parlamentar, entre os dias 5 e 15 de maio deste ano, o Executivo estadual emitiu 13 empenhos estimativos no valor total de R$ 41 milhões, destinados à Andelivros. Esses recursos deverão chegar ao caixa da entidade na forma de compras realizadas com o Bônus Livro - benefício que os servidores da Secretaria Estadual de Educação efetivos e contratados de Pernambuco recebem para adquirir livros e materiais didáticos. 

Em 2024, o governo já havia repassado mais R$ 35 milhões sob esse mesmo mecanismo para a privilegiada Andelivros. “Como se vê, o mecanismo segue o mesmo só aumentando o valor dos recursos, ou seja, mais uma vez o governo admite que todos os profissionais da rede pública estadual comparecem a esse evento e lá gastam todo o seu Bônus Livro, o que não é razoável de se acreditar “, avaliou borges. 

“Com essa novo repasse, caso os órgãos de fiscalização não impeçam sua consecução, o valor faturado por essa entidade privada vai se aproximando, em dois anos, da casa dos R$ 100 milhões. E isso sem jamais ter passado por uma licitação”, continua o deputado. Com a nova informação, Waldemar Borges, que ainda aguarda a comprovação das compras feitas através do bônus em 2024, ingressou com uma petição ao Tribunal de Contas do Estado, anexando os 13 novos empenhos como elemento adicional à denúncia que já está sob análise do TCE.

O parlamentar questionou o porquê da pressa com antecipação dos empenhos e o motivo de todo o Bônus Livro continuar sendo canalizado exclusivamente para um evento privado, organizado por uma associação composta por cerca de 17 editoras — em sua maioria de fora de Pernambuco. “É preciso investigar esse modelo que concentra milhões de reais públicos numa entidade privada, repetindo por dois anos consecutivos o mesmo roteiro, à revelia de qualquer debate público, controle ou concorrência. O Governo precisa dar explicações e mudar essa lógica”, concluiu.

“Não somos contra a existência do Bônus Livro, aliás, ajudamos a criá-lo. O que não aceitamos é o seu uso para favorecer uma única entidade privada, sem licitação, sem transparência, e com valores absurdamente tão altos, numa dimensão jamais ocorrida em Pernambuco. Temos, por exemplo, uma editora pública, conceituada e com reconhecida expertise que é a CEPE, que faria muitas vezes mais o número de eventos literários a um custo muito menor, certamente de uma maneira muito mais democrática, porque se trata de uma editora do Governo do Estado e não de uma entidade privada que pertence a um grupo seleto de editoras”, criticou.

POR UNANIMIDADE, COMISSÃO APROVA ANISTIA PARA EX-PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF E INDENIZAÇÃO DE R$ 100 MIL

Por unanimidade, comissão aprova anistia para ex-presidente Dilma Rousseff e indenização de R$ 100 mil
G1 - A Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania aprovou nesta quinta-feira (22) o pedido da ex-presidente Dilma Rousseff para ser reconhecida como anistiada política, em razão das violações de direitos humanos que sofreu durante a ditadura militar.

O caso foi o segundo item da pauta da sessão plenária do dia. O relator do caso, Rodrigo Lentz, votou para reconhecer a ex-presidente como anistiada, além da conceção de uma indenização, em parcela única, de R$ 100 mil — o teto . Todos os demais conselheiros votaram acompanhando o relator.

Dilma foi presa em 1970, aos 22 anos, por sua atuação em uma organização de resistência ao regime militar.

Durante a prisão, foi submetida a sessões de tortura e, segundo sua defesa, impedida de retomar os estudos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pressionada a deixar um cargo público no Rio Grande do Sul por determinação do Serviço Nacional de Informações (SNI).

Ao ler o relatório, Rodrigo Lentz, narrou as sessões de tortura que Dilma foi submetida durante transferências.

"A cada transferência, eram novas torturas e sempre pelos mesmos fatos investigados. Foi condenada à prisão e teve direitos políticos cassados. Foi libertada depois de 13 anos. Teve que prestar novo vestibular e sendo obrigada a cursar novamente todas as disciplinas. Atrasou sua formação como economista", mencionou Lentz

"Já no trabalho, era perseguida pelo passado de prisão e posição política. O exército divulgou uma lista de comunistas infiltrados, ela estava na lista e foi demitida do instituto de estatística. Após a redemocratização teve a condição de anistiada em quatro estados: Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro", prosseguiu.

A ex-presidente protocolou o pedido de anistia ainda em 2002, mas a tramitação foi suspensa enquanto ocupava cargos no governo.

Em 2016, solicitou a retomada do processo. O requerimento foi negado em 2022, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Agora, a Comissão irá analisar o recurso apresentado pela defesa.

As deputadas federais Maria do Rosário (PT-RS) e Jandira Feghali (PCdoB) acompanharam a sessão.

Segundo a coordenação da comissão, a ex-presidente já recebeu indenização por anistia dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, estados em que foi torturada. A soma da indenização foi de R$ 72 mil.

No entanto, ainda segundo a coordenação, Dilma abriu mão do valor e fez doação das indenizações para instituições sociais. 

Julgamento

A sessão plenária desta quinta analisou o caso de Dilma como segundo da pauta. Inicialmente, a previsão era de que ele fosse o primeiro.

O rito prevê que cada requerente ou representante possa se manifestar por até 10 minutos. Em seguida, os 21 conselheiros da Comissão votam pelo deferimento ou não do pedido.


Dilma vive atualmente na China, onde preside o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), instituição financeira do grupo dos Brics. O caso dela é um dos mais antigos ainda pendentes de julgamento pela Comissão.

Reconhecimento já foi concedido pela Justiça

Em fevereiro de 2023, a Justiça Federal reconheceu Dilma como anistiada política e determinou o pagamento de indenização de R$ 400 mil por danos morais, mas negou o pagamento mensal.

A Comissão, no entanto, é o órgão oficial do Estado brasileiro responsável pela política pública de reparação.

A atual presidente da Comissão de Anistia, Ana Maria Oliveira, afirma que o caso de Dilma “é simbólico” e que a decisão terá impacto no debate sobre memória, verdade e justiça.

Segundo ela, o colegiado trabalhava com um teto de R$ 100 mil em parcela única ou até R$ 2 mil mensais, conforme regras aprovadas em 2023

GOVERNO FEDERAL ANUNCIA QUE QUITARÁ DÍVIDA DE ENERGIA DE R$ 40 MILHÕES DO SISTEMA DE ITAPARICA

Governo federal quita dívida de energia de R$ 40 milhões do Sistema Itaparica
O pagamento do débito representa um alívio para os irrigantes da região, que há meses cobravam providências do poder público

Diario de Pernambuco
O governo federal anunciou, nesta quinta-feira (22), a quitação de uma dívida de quase R$ 40 milhões referente ao fornecimento de energia elétrica do Sistema Itaparica, conjunto de projetos públicos de irrigação social implantado entre Pernambuco e Bahia. O débito, acumulado até o ano de 2024, ameaçava o funcionamento do sistema e colocava em risco a produção agrícola e o abastecimento de água de cerca de 60 mil pessoas.

Criado na década de 1990 pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), o Sistema Itaparica foi desenvolvido para realocar famílias atingidas pela formação do lago da Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga, em Petrolândia, no Sertão pernambucano. Atualmente, dez projetos de irrigação integram o sistema, distribuídos entre os municípios de Belém do São Francisco, Floresta, Orocó, Santa Maria da Boa Vista e Petrolândia (PE), além de Abaré e Curaçá (BA).

Nos últimos anos, os constantes atrasos no pagamento da energia elétrica geraram protestos de produtores e lideranças locais, preocupados com a possível suspensão do fornecimento. Sem energia, as bombas que distribuem água para os lotes irrigados e comunidades paralisariam, afetando diretamente a agricultura familiar, o abastecimento humano e a geração de renda nas áreas atingidas.

O pagamento do débito representa um alívio para os irrigantes da região, que há meses cobravam providências do poder público. Em setembro do ano passado, representantes do governo federal, do governo de Pernambuco, da Codevasf e do Sistema Itaparica se reuniram em Petrolina para discutir soluções emergenciais diante da crise provocada pela falta de energia.


Com a liberação do orçamento e a regularização do fornecimento, o governo espera retomar a estabilidade dos projetos irrigados, fundamentais para a economia local. A energia elétrica é indispensável para o funcionamento de escolas, postos de saúde, sistemas de bombeamento e, sobretudo, para a produção agrícola, base da subsistência e do comércio na região.

Apesar do avanço, especialistas e lideranças comunitárias alertam que ainda há desafios. A operação do Sistema Itaparica requer investimentos contínuos em manutenção, infraestrutura e gestão dos recursos hídricos. Também é necessário garantir a participação efetiva da população nas decisões, com mais transparência e inclusão das comunidades realocadas.

A expectativa é que a quitação da dívida represente não apenas o fim de um impasse administrativo, mas o início de uma nova etapa para o Sistema Itaparica. Uma etapa que promova desenvolvimento com dignidade e respeito às famílias que há décadas ajudam a manter viva a produção no sertão irrigado do São Francisco.

A equipe do Diario de Pernambuco entrou em contato com Chesf, mas até o momento da publicação desta matéria, não obteve retorno