sábado, 19 de julho de 2025

MÚSICA NORDESTINA MARCA NOITE DE SEXTA-FEIRA (18) NA PRAÇA MESTRE DOMINGUINHOS

Rogério e os Cabra abriram a programação da noite que contou ainda com Elba Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo
A sexta-feira (18) foi de celebração à música nordestina e aos grandes nomes da nossa cultura na Praça Mestre Dominguinhos, durante o Festival de Inverno de Garanhuns. A noite começou com o som regional de Rogério e os Cabra, grupo garanhuense que misturou ritmos do agreste e colocou o público para dançar desde cedo.
Na sequência, o palco foi tomado por três nomes que dispensam apresentações: Elba Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo. Em apresentações individuais, os artistas trouxeram ao público sucessos do forró, do xote, do frevo e da MPB, em um repertório repleto de memórias afetivas.
Elba Ramalho subiu ao palco primeiro, interpretando grandes sucessos do forró tradicional e abrindo a sequência de artistas que ficaram consagrados pelo show “O Grande Encontro”. “É uma honra dividir o palco com eles, somar, né? Porque temos tanta experiência, tanta intimidade… Nos conhecemos bastante, estamos sempre juntos. O Grande Encontro é um fenômeno no Brasil todo. E, embora sejam três shows separados, acho que as pessoas vão ver um pouco de Alceu em mim, um pouco de mim em Alceu, um pouco de Geraldo em mim e por aí vai”, disse a artista em entrevista.
Em seguida, Alceu Valença assumiu o palco com um repertório marcado por frevos, forrós e xotes, reforçando sua identidade artística. Encerrando a noite, Geraldo Azevedo apresentou composições consagradas de sua carreira, que mantiveram a Praça Mestre Dominguinhos em clima de festa até o fim.

Com o tema “Tradição Viva, Cultura em Movimento”, a 33ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns é uma realização da Prefeitura de Garanhuns, através da Secretaria de Cultura, com patrocínio da Esportes da Sorte, Banco do Nordeste, e Governo de Pernambuco, através da Secretaria Estadual de Cultura e Fundarpe, e apoio de O Boticário, Sesc e Sebrae.

A programação do FIG continua neste sábado (19), a partir das 19h30min, na Praça Mestre Dominguinhos, com Revoredo, Beto Guedes, Jorge Vercillo, Oswaldo Montenegro e Ana Carolina.

Fotos: Ayane Melo e Paula Mayer (PMG)

REELEIÇÃO DA MESA DIRETORA DA CÂMARA DE SÃO BENTO DO UNA É ANULADA

Reeleição da Mesa Diretora da Câmara de São Bento do Una é anulada pela Justiça
A eleição antecipada da Mesa Diretora da Câmara Municipal de São Bento do Una, para o biênio 2027/2028, foi anulada pelo juiz da 2ª Vara da Comarca, Ricardo Miranda Barbosa. Com isso, o presidente Geraldo Marcondes Santos de Almeida (MDB), conhecido como Léo da Ação Social, tem que deixar o cargo de imediato para que uma nova escolha aconteça. Também integram a direção do Legislativo o vice-presidente José Nilton da Silva, o primeiro-secretário José Edson Silva Teixeira e o segundo-secretário Diogo Cavalcante Gomes.

Os integrantes da Mesa foram reeleitos no dia 26 de maio deste ano, com 19 meses de antecedência da data prevista para iniciar o segundo biênio da atual legislatura.

Na sua decisão, o juiz apontou que houve absoluto descompasso com a Constituição e com a jurisprudência pacificada pelo Supremo Tribunal Federal. Isso porque “a presidência do Poder Legislativo local publicou o Edital de Convocação nº 01, de 21 de maio de 2025, para sessão extraordinária da Câmara Municipal de São Bento do Una a se realizar no dia 26 daquele mesmo mês, para fins de realização da eleição da Mesa Diretora para o 2º Biênio Legislativo (2027/2028)”.

“A eleição foi efetivada na data aprazada no Edital de Convocação nº 01/2025, qual seja, 26 de maio de 2025, com mais de 19 meses de antecedência do início do respectivo mandato, cujo resultado foi a reeleição na íntegra da atual Mesa Diretora, cuja Presidência é exercida pelo vereador Geraldo Marcondes Santos de Almeida”, continuou o magistrado.

O juiz Ricardo Miranda Barbosa concluiu, sentenciando que, “ante o exposto, defiro a tutela de urgência pleiteada, suspendendo-os efeitos da sessão realizada em 26.05.2025, que resultou na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de São Bento do Una”. O magistrado deu prazo de 15 dias para os vereadores recorrem da decisão

STF APERTA O CERCO, TRUMP DECLARA GUERRA COMERCIAL E BOLSONARO SE APROXIMA DA PRISÃO

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de impor o uso de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além de restringir seu acesso às redes sociais e proibir contatos com representantes estrangeiros, marca uma escalada no cerco judicial que se fecha em torno do principal nome da direita brasileira. O ex-chefe do Executivo está sendo investigado por suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado e, em declarações recentes, chegou a afirmar que se vê a “um mês da prisão”. O clima de inevitabilidade cresce à medida que o processo judicial avança, impulsionado agora por fatores internacionais, como a recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de elevar tarifas sobre produtos brasileiros, reacendendo uma guerra comercial com Brasília.

A relação entre os dois países, historicamente marcada por pragmatismo, entra agora em um novo ciclo de tensão política e econômica. O tarifaço de 50% sobre commodities agrícolas e produtos da indústria brasileira entra em vigor em 1º de agosto, acentuando o desequilíbrio da balança comercial, em especial após o Brasil ter fortalecido parcerias com os BRICS e avançado na proposta de uma moeda alternativa ao dólar. Nos bastidores, analistas interpretam a medida como um gesto político de Trump, uma reação à reconfiguração dos blocos econômicos globais e à retórica brasileira sobre soberania digital e tributação das big techs. Enquanto o governo Lula adota tom moderado em público, nos gabinetes do Itamaraty o desconforto é crescente.

O ex-presidente norte-americano, ao agir de forma direta contra o Brasil, coloca em xeque não apenas as relações comerciais, mas também escancara o viés ideológico que permeia suas decisões. A proximidade entre Trump e Bolsonaro, consolidada durante o mandato do brasileiro, influencia diretamente o comportamento de lideranças conservadoras no país. Muitos bolsonaristas veem no movimento de Trump um gesto de apoio e reforçam o discurso de que a perseguição judicial a Bolsonaro é política. O problema é que os desdobramentos jurídicos estão em estágio avançado, e as possibilidades de reversão são cada vez mais remotas. As decisões do STF têm se apoiado em robustas investigações da Polícia Federal, alimentadas por quebras de sigilo, delações e rastreamento de dispositivos eletrônicos.

No plano interno, o governo Lula continua enfrentando elevados índices de rejeição, mas ganhou fôlego com a recente exposição das ações bolsonaristas e com o apoio internacional que tem recebido em fóruns multilaterais. A condução da política externa se torna ainda mais relevante no atual cenário, sobretudo quando confrontada com uma oposição que aposta no retorno ao poder em 2026. O problema é que Bolsonaro, mesmo como líder simbólico, já está fora da disputa presidencial por conta de condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A expectativa do PL e de seus aliados é a construção de um nome viável, que mantenha a base mobilizada, mesmo sem o ex-presidente na cabeça de chapa.

A escalada do conflito com os EUA, porém, adiciona novos elementos à conjuntura. A política externa brasileira, que buscava uma posição de neutralidade estratégica entre Washington e Pequim, é agora empurrada para um jogo de alta temperatura. O governo americano acusa o Brasil de favorecer o “globalismo” em detrimento dos interesses ocidentais. Do lado brasileiro, a resposta ainda é de cautela, mas há pressão crescente para medidas de retaliação, especialmente nas exportações de produtos norte-americanos que afetam o agronegócio local. O ambiente internacional, somado à instabilidade institucional no país, cria um campo fértil para narrativas conspiratórias e confrontos discursivos, tanto nas redes quanto nas ruas.

Enquanto isso, o ex-presidente Bolsonaro, ainda popular entre uma parte significativa do eleitorado, se vê acuado. A tornozeleira, símbolo físico de sua nova condição judicial, amplia o abalo simbólico sofrido por sua base. O bloqueio de redes sociais, seu principal canal de mobilização política, dificulta ainda mais sua articulação. Nos bastidores, seus aliados avaliam que a prisão pode se tornar inevitável caso ele descumpra alguma das medidas impostas pelo Supremo. O momento é decisivo. O Brasil, que já assistiu a presidentes cassados, presos e desacreditados, vive novamente um capítulo em que a política e a Justiça se cruzam, sob a vigilância de uma comunidade internacional cada vez mais dividida entre interesses comerciais, alianças ideológicas e disputas geopolíticas.

PRESIDENTE LULA EMITE NOTA A IMPRENSA SOBRE MEDIDA DOS EUA CONTRA MINISTROS DO STF

NOTA À IMPRENSA

Nota sobre medida dos EUA contra ministros da Suprema Corte
Minha solidariedade e apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal atingidos por mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos.

A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações.

Estou certo de que nenhum tipo de intimidação ou ameaça, de quem quer que seja, vai comprometer a mais importante missão dos poderes e instituições nacionais, que é atuar permanentemente na defesa e preservação do Estado Democrático de Direito.
 

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Presidente da República
 

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

COM NOVO ENDEREÇO, PALCO ESTAÇÃO INICIOU A PROGRAMAÇÃO NO FIG NESTA SEXTA-FEIRA (18)

A noite foi marcada pela apresentação de Capiba Caymmi no polo mais intimista do Festival
Na noite desta sexta-feira (18), o Festival de Inverno de Garanhuns deu início à programação do Palco Estação, um dos polos mais intimistas do evento, que agora acontece no Auditório da antiga Rádio Difusora, ao lado do Relógio das Flores. 
Quem abriu a programação foi o espetáculo Capiba Caymmi, apresentado pelos artistas Isadora Melo e Zé Manoel. Com uma performance envolvente e repleta de ritmos, a dupla levou ao público uma experiência cheia de brasilidade, com interação constante com o público, que cantou junto, se emocionou e se deixou levar pelo show.
Neste sábado (19), é a vez do cantor pernambucano Lucas Mamede subir ao Palco Estação. A apresentação está marcada para às 18h e os ingressos começam a ser distribuídos a partir das 17h no local do evento: Avenida Rui Barbosa, 1236, Auditório da Antiga Rádio Difusora, ao lado do Relógio das Flores.

Confira a programação completa:

19 de julho (sábado) – Lucas Mamede (PE)
20 de julho (domingo) – Sofia Freire (PE)
23 de julho (quarta-feira) – Renata Rosa (SP)
24 de julho (quinta-feira) – Silvério Pessoa (PE)
25 de julho (sexta-feira) – Banda de Pau e Corda (PE)
26 de julho (sábado) – Otto (PE), com o show Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos

Fotos: Paula Mayer

RAQUEL LYRA PARTICIPA DA 26ª SERENATA DA RECORDAÇÃO EM SANTA MARIA DA BOA VISTA NESTE SÁBADO

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, tem presença confirmada neste sábado, 19 de julho de 2025, na 26ª edição da Serenata da Recordação, em Santa Maria da Boa Vista, no Sertão do São Francisco. O evento, marcado para as 20h30, será realizado na tradicional Praça Xisto Graciliano, no coração do centro histórico da cidade. Com raízes culturais profundas, a Serenata é um dos marcos do calendário boavistano e reúne gerações em uma noite de música, memória e emoção. A presença da governadora reforça o compromisso do Governo do Estado com a valorização das manifestações culturais do interior e sua preservação como patrimônio afetivo e turístico.

A Serenata da Recordação é conhecida por seu clima nostálgico, em que músicos, vestidos com trajes antigos e acompanhados de violões, serenam pelas ruas ao som de boleros, serestas e canções eternizadas nas décadas de 1950 a 1970. As janelas das casas se abrem para saudar a poesia da noite, e o público, tomado por sentimentos de saudade, acompanha a procissão musical com velas acesas e olhos marejados. Mais do que um espetáculo, é um ritual de resistência cultural em um mundo cada vez mais digital e acelerado.

A expectativa é de que Raquel Lyra caminhe junto ao cortejo e participe da cerimônia de abertura oficial ao lado do prefeito George Duarte e de lideranças regionais. A governadora deve ainda reforçar investimentos do Estado na cultura sertaneja, principalmente por meio da Fundarpe e da Secult, que têm ampliado o apoio logístico e financeiro a eventos tradicionais como a Serenata da Recordação. A movimentação também atrai visitantes de outras cidades do Sertão e do Agreste, contribuindo para a economia local, especialmente no setor de hospedagem e alimentação.

A programação inclui apresentações de corais, seresteiros consagrados da região e uma homenagem póstuma a Dona Lúcia Santana, uma das idealizadoras do evento. A praça será transformada em um verdadeiro cenário de época, com iluminação amarelada, arranjos florais, bancos antigos e sons que ecoam memórias. É um encontro de gerações, onde netos levam avós pela mão para reviver uma tradição que resiste ao tempo. A cada serenata entoada, revive-se um pouco da alma de Santa Maria da Boa Vista.

A presença da chefe do Executivo estadual também se conecta com o trabalho de interiorização das ações de governo, com Raquel Lyra buscando fortalecer os laços institucionais com os municípios do Sertão. É uma agenda simbólica, mas estratégica, num momento em que a governadora amplia sua base de apoio político em todas as regiões do estado. O acolhimento popular na cidade, que tem forte vínculo com a cultura e a música, deve marcar mais um momento de aproximação entre o governo estadual e a população sertaneja.


JUSTIÇA PROÍBE PROMOÇÃO PESSOAL DO PREFEITO DE SERRITA DURANTE A POLÊMICA MISSA DO VAQUEIRO DE 2025

No sertão pernambucano, a Missa do Vaqueiro, evento de tradição e fé criado em 1970 pelo padre João Câncio e o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, vive em 2025 um de seus momentos mais controversos. Marcada por forte simbolismo religioso e homenagem ao vaqueiro nordestino, a celebração foi este ano dividida em duas edições paralelas, impulsionadas por divergências políticas e críticas à transformação da festividade em um evento com viés cada vez mais comercial e menos litúrgico. A mudança gerou disputas judiciais, levando a Vara Única de Serrita a proibir, por meio de liminar, qualquer tentativa de promoção pessoal por parte do prefeito Aleudo Benedito (MDB) durante a programação oficial. A decisão estabelece multa de R$ 50 mil por dia em caso de descumprimento, limitada a R$ 150 mil, e se baseia em evidências de exaltações públicas ao gestor municipal durante ações patrocinadas com verbas públicas.

Os autos da ação mencionam discursos e inserções em que Aleudo teria sido enaltecido como responsável exclusivo pelas festividades, mesmo diante de recursos advindos de diferentes esferas governamentais. Enquanto a tensão jurídica se desenrola, documentos do Diário Oficial revelam contratos celebrados por inexigibilidade com artistas de projeção nacional. Somente a apresentação de Wesley Safadão foi contratada por R$ 1,1 milhão. A grade inclui ainda Henry Freitas, por R$ 565 mil, Joelma, por R$ 500 mil, e a dupla Iguinho e Lulinha, por R$ 400 mil. Também constam valores de R$ 200 mil para a cantora Walkyria Santos, R$ 80 mil para atrações representadas por William Produções e R$ 15 mil para o “Esquenta do Jacó”, nome atribuído a uma das festas que antecedem o evento principal entre os dias 17 e 20 de julho.

Paralelamente à contratação das atrações musicais, a Prefeitura de Serrita estabeleceu uma rígida tabela para exploração comercial e publicitária nos espaços do evento. De acordo com a regulamentação publicada, barracas, ambulantes, áreas de estacionamento e espaços VIPs devem pagar taxas para atuar durante os festejos, cujos valores variam conforme a localização — seja no tradicional Parque Padre João Câncio, reduto da missa original, ou na sede urbana do município. Também foi estruturado um plano de patrocínios com cotas classificadas entre “Fã”, com valor mínimo de R$ 1 mil, e “Master”, cujo piso é de R$ 100 mil, evidenciando a profissionalização e a mercantilização da festa que, outrora, se resumia à união de vaqueiros, bois, fé e poesia. O modelo atual, mais corporativo, tem sido alvo de resistência por parte de lideranças locais e religiosos, que denunciam o distanciamento da essência que deu origem à celebração.

COLUNA POLÍTICA — NA LUPA 🔎 | POR EDNEY SOUTO

O FIM DO PROTAGONISMO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

E A ERA HUGO MOTTA: UM INÍCIO DESASTROSO NA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA
Desde que assumiu a presidência da Câmara dos Deputados, Hugo Motta tem colecionado mais dúvidas do que aplausos. Escolhido a dedo por Arthur Lira, que encerrou seu mandato com um legado de protagonismo e controle absoluto, Motta não conseguiu manter o pulso firme nem o protagonismo político que a Casa vinha exercendo. Sua gestão, ainda embrionária, já mostra sinais de esvaziamento institucional e político. Vamos dar uma analisada NA LUPA desta sexta-feira. 

UM PARLAMENTO DESCONEXO COM AS RUAS
A atual legislatura vive uma crise de identidade. Enquanto o país discute emprego, saúde e segurança, a Câmara se ocupa com pautas de interesse corporativo, votações simbólicas e agendas que nada dizem à população. O povo, que já não se via representado, agora assiste a um Parlamento anestesiado, sem reação, e dominado por interesses de grupos fechados. A “Era Hugo Motta” começou longe da rua — e muito próxima do marasmo político.

O PRESENTE QUE LULA RECEBEU DE GRAÇA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não precisou mover uma peça para recuperar parte do protagonismo perdido com a queda de popularidade após seus primeiros meses de mandato. Foi Hugo Motta, inadvertidamente, quem lhe entregou essa vantagem. A fraqueza do Legislativo federal devolveu ao Executivo o espaço de comando da narrativa política nacional. Lula agradece. Sem um presidente de Câmara combativo e articulado, o Planalto avança com menos resistência.

O CENÁRIO DE FRAGILIDADE NO CENTRÃO
Mota não fala. Quando fala, não empolga. Quando age, gera controvérsia. Sua conduta tem exposto o Centrão a desgastes evitáveis. A ausência de uma liderança sólida e confiável fragiliza a própria base que o elegeu. Deputados já cochicham nos bastidores sobre arrependimentos e a possibilidade de mudanças de rumo. A fidelidade ao padrinho Lira começa a se desgastar com os erros em sequência do afilhado.

O SILÊNCIO QUE COBRA CARO
A principal crítica a Mota é a omissão diante dos principais embates nacionais. Enquanto o país discute PECs polêmicas, cortes orçamentários, e medidas impopulares, o presidente da Câmara se mantém distante, ensaiando uma postura de neutralidade que muitos interpretam como fraqueza. Seu silêncio tem custado caro: à imagem da Câmara, à força do Centrão e à credibilidade do Parlamento.

OS GESTOS COSMÉTICOS E A FALTA DE CONTEÚDO
Nos bastidores, comenta-se que Hugo Motta tem tentado construir uma imagem de sobriedade. Óculos redondos, cabelos grisalhos expostos, tom comedido nas entrevistas. Uma construção visual que tenta transmitir maturidade. Mas como bem se sabe em Brasília, aparência sem ação é narrativa vazia. O público interno não compra. A sociedade também não. E o Congresso, que exige comando, continua sem direção.

LIRA, O PAI ARREPENDIDO
Fontes ligadas ao núcleo político de Arthur Lira confirmam: o ex-presidente da Câmara já admite, em privado, que errou na escolha de seu sucessor. Havia outros nomes no radar, com mais musculatura e menos rejeição. Mas Motta foi o eleito, talvez por conveniência ou promessa de continuidade. O resultado, no entanto, tem sido o contrário: a ruptura com a imagem de força e comando construída nos últimos anos.

UM CONGRESSO EM CRISE E UM FUTURO EM ABERTO
Com a Câmara mergulhada em descrédito, Hugo Motta tem pouco tempo para reagir. Se quiser salvar sua gestão e, com ela, o papel institucional da Casa, precisará se reinventar com urgência: propor pautas populares, resgatar a liderança perdida e reconectar o Parlamento com as demandas reais da população. Caso contrário, entrará para a história como o presidente que fez o Legislativo encolher — enquanto Lula crescia no vácuo que ele deixou. E isso aí.