Cidade Forte Novamente

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sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

PF APREENDE R$ 400 MIL EM DINHEIRO VIVO NO FLAT DE DEPUTADO FEDERAL EM BRASÍLIA

A Polícia Federal apreendeu cerca de R$ 400 mil em espécie durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão no flat funcional do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), localizado em Brasília. A ação ocorreu nesta sexta-feira (19) e integra a Operação Galho Fraco, que apura um suposto esquema de desvio de recursos públicos por meio do uso irregular da cota parlamentar.

De acordo com informações obtidas por investigadores e reveladas pela TV Globo, o dinheiro estava acondicionado dentro de um saco preto, guardado em um armário do imóvel utilizado pelo parlamentar na capital federal. A quantia em espécie chamou a atenção dos agentes, tanto pelo volume elevado quanto pelas circunstâncias em que foi encontrada, e será agora analisada no contexto das investigações em curso.

A Operação Galho Fraco foi deflagrada para apurar indícios de contratos considerados fraudulentos firmados com uma locadora de veículos. Segundo a linha de investigação, esses contratos teriam sido utilizados para justificar gastos da cota parlamentar, desviando recursos públicos por meio de serviços que, em tese, não teriam sido efetivamente prestados ou estariam superfaturados. A PF busca esclarecer se houve montagem de documentação falsa para dar aparência de legalidade às despesas.

Os mandados cumpridos nesta sexta-feira foram autorizados pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), instância responsável por supervisionar investigações que envolvem parlamentares com foro privilegiado. Além do flat em Brasília, outros endereços ligados ao deputado e a pessoas investigadas também teriam sido alvos das diligências, com a apreensão de documentos, equipamentos eletrônicos e materiais considerados relevantes para a apuração.

Em nota ou manifestações anteriores, parlamentares investigados em operações semelhantes costumam afirmar que os recursos possuem origem lícita e que todas as despesas foram realizadas dentro da legalidade, mas, até o momento, não houve divulgação oficial de posicionamento detalhado de Sóstenes Cavalcante sobre a apreensão do dinheiro. A defesa deverá ter acesso ao material recolhido e poderá apresentar esclarecimentos ao STF.

A Polícia Federal segue analisando o conteúdo apreendido e cruzando informações financeiras, contratuais e fiscais para identificar eventuais responsabilidades criminais. Caso as suspeitas sejam confirmadas, os investigados poderão responder por crimes como peculato, falsidade ideológica e organização criminosa. A operação reforça o cerco das autoridades a possíveis irregularidades no uso de verbas públicas no Congresso Nacional e mantém o caso no centro do debate político em Brasília.

É HOJE - ARCOVERDE SE VESTE DE LUA E CANÇÃO: FESTIVAL DE SERESTA E SERENATA PROMETE NOITE HISTÓRICA COM LILA E SERTÃO SERESTEIRO

Arcoverde já respira música, nostalgia e emoção. Nesta sexta-feira, 19 de dezembro, o coração da cidade será tomado por violões, acordes apaixonados e vozes que atravessam gerações com a realização do Festival Arcoverdense de Seresta e Serenata (FASS), evento que deve arrastar uma multidão ao Centro e marcar definitivamente o calendário cultural do município. A iniciativa encerra, em grande estilo, as comemorações pelos 97 anos da tradicional Casa James Pacheco, símbolo da memória política e cultural da cidade.

Idealizado pela Câmara Municipal de Arcoverde, com apoio da Prefeitura, por meio da Secretaria de Turismo, Esportes e Eventos, o FASS nasce com a proposta de valorizar a seresta e a serenata, gêneros que ajudaram a construir a identidade musical do Sertão pernambucano e que seguem vivos na lembrança afetiva da população.

A programação começa às 19h, com uma Sessão Solene na sede do Poder Legislativo, onde serão entregues títulos de cidadão a personalidades que contribuíram para a história e o desenvolvimento local. Em seguida, a noite ganha as ruas: a serenata parte da Câmara Municipal e percorre um trajeto simbólico e musical pelo Centro da cidade, transformando avenidas e praças em palcos a céu aberto.

O cortejo segue pela Avenida Antônio Japiassu até a primeira parada, na Estação da Cultura. De lá, avança pela Avenida Zeferino Galvão, com nova escala na Praça Winston Siqueira, também conhecida como Praça Virgínia Guerra. O percurso termina no Coreto da Praça da Bandeira, onde a serenata se transforma em uma grande seresta popular, coroada pelos shows de duas atrações que dispensam apresentações: Lila, consagrada como a Rainha da Seresta, e o grupo Sertão Seresteiro, vindo de Petrolina e referência no gênero em todo o Nordeste.

Mais do que um espetáculo musical, o FASS também se afirma como um momento de reconhecimento e memória. O homenageado principal desta primeira edição é o seresteiro arcoverdense Jairo Pacheco Freire, nome que representa a paixão pela música romântica e a tradição das serenatas na cidade. Ao longo do percurso, outros ícones da cultura musical local também receberão homenagens especiais, reforçando o caráter afetivo e histórico do evento.

Ao todo, seis personalidades serão destacadas: Beto da Oara, Dão Novaes, Hugo Araújo, Lima Ferreira, Jarbas Freire e Luiz Lopes. A programação reserva ainda um momento de forte emoção com a homenagem póstuma ao cantor Timotinho, cuja voz marcou época e permanece viva na memória musical de Arcoverde e de Pernambuco.

A primeira edição do FASS também abre espaço para artistas e músicos da terra, fortalecendo o elo entre tradição e novas gerações. Participam do festival nomes como Luiz Lopes, que além de artista também é um dos homenageados; as cantoras Sônia Georgett e Isaurinha; além de um time de instrumentistas que dá o tom da riqueza musical do evento. Estão confirmados Sebastião Roda Quatro, no cavaquinho; Juninho, Junior Saigon, Ricardo e Fernando Timotéo nos violões; o maestro Ronaldo Bezerra no trombone; Orlando Melo e Silêncio no acordeão; Roberto no pandeiro; Jonas de Buíque no violino; e Antonio no tantã.

Com música, memória e sentimento, o Festival Arcoverdense de Seresta e Serenata promete transformar a noite desta sexta-feira em um verdadeiro encontro entre passado e presente, reafirmando Arcoverde como um polo cultural vivo, onde a canção romântica segue ecoando pelas ruas, pelas praças e pelo coração do povo.

SUAPE RECEBE MISSÃO DA EMPRESA CHINESA CATL, MAIOR PRODUTORA MUNDIAL DE BATERIAS PARA VEÍCULOS ELÉTRICOS


A visita é um desdobramento da missão da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, à China, em outubro de 2025, quando foi discutido o plano de negócios da companhia e suas perspectivas de investimentos no Brasil.

O Complexo Industrial Portuário de Suape recebeu uma missão técnica da empresa chinesa CATL (Contemporary Amperex Technology Co.), maior fabricante de baterias para veículos elétricos do mundo, com participação de 39% no mercado global. A companhia também é reconhecida como líder em sistemas de armazenagem de energia, atuando como grande colaboradora da transição energética no Brasil e em outros países.

Os interesses da CATL no Brasil e em Pernambuco estão focados na eletrificação da infraestrutura pública, ações de descarbonização das operações portuárias e em soluções avançadas de armazenamento de energia limpa. Já o Governo do Estado, além dos projetos em Suape, quer avaliar as soluções da CATL para sistemas de armazenamento de energia limpa que possam atender demandas de equipamentos públicos, a exemplo de hospitais e escolas.

A visita ao Complexo de Suape é um desdobramento da missão da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, à China, em outubro de 2025, quando foi discutido o plano de negócios da companhia e suas perspectivas de investimentos no Brasil.

O encontro na China foi intermediado pelo Instituto Clima e Sociedade, parceiro do governo, e pelo Consulado Geral do Brasil em Xangai. Parceira do Grupo Moura desde 2020, a CATL tem liderado as iniciativas sino-brasileiras no setor de baterias de lítio e buscado estreitar os laços com o governo de Pernambuco de modo a aplicar soluções inovadoras de armazenamento e eletrificação no Porto de Suape e em outros equipamentos públicos.

AVANÇOS

Diante do interesse mútuo em aprofundar possíveis iniciativas conjuntas, foi organizada uma missão técnica, a convite do Governo de Pernambuco, que resultou na reunião ocorrida terça-feira (16) à tarde, incluindo almoço e uma visita ao Centro Administrativo de Suape e ao Senai Park, base de inovação do Senai Pernambuco em operação desde outubro de 2025.

Um dos pontos centrais da reunião foi o Programa Carbono Neutro de Suape, que estrutura a estratégia do complexo para a transição energética e a redução progressiva das emissões de gases de efeito estufa. O programa integra um conjunto articulado de iniciativas que envolvem hidrogênio verde e seus derivados, como o e-metanol, a eletrificação das operações portuárias, sistemas de armazenamento de energia, eficiência energética, ampliação do uso de fontes renováveis e a geração de energia elétrica a partir de etanol, como alternativa de baixo carbono para aumento da resiliência energética do complexo.

Essas frentes atuam de forma complementar, tanto na infraestrutura própria quanto nas operações industriais e logísticas do território. Com metas claras e horizonte de longo prazo, Suape estabeleceu o compromisso de alcançar a neutralidade de carbono até 2038, em alinhamento com o Plano de Descarbonização de Pernambuco (PDPE), posicionando o porto como plataforma estratégica para a atração de investimentos e a implementação de soluções de descarbonização em larga escala.

O diretor-presidente de Suape, Armando Monteiro Bisneto, recepcionou a comitiva e fez uma detalhada apresentação da estrutura do complexo e do que está por vir a curto e médio prazo. Inclusive, destacando projetos com conexão direta com o segmento de atuação da CATL, como o novo terminal de cargas e contêineres da APM Terminals, o primeiro 100% eletrificado da América Latina, com previsão de inaugurar a primeira etapa do empreendimento no segundo semestre de 2026.

“Pudemos mostrar toda a nossa infraestrutura, diferenciais logísticos, áreas disponíveis para novos investimentos, o projeto de construção de dois novos cais, o nosso pátio de veículos (maior do Norte-Nordeste), além de iniciativas que nos colocam como protagonistas no cenário da transição energética nacional”, informou Armando Bisneto.

Pela CATL, o gerente regional Brasil do Sistema de Armazenagem de Energia em Bateria, Filipe Li, mostrou como a empresa, que nasceu em 2011 na pequena cidade de Ningde (província de Fujian), evoluiu para uma potência mundial no segmento de baterias – com presença em 64 países e mais de 40 mil patentes registradas -  e como tem atuado em projetos de transição energética na China, no Brasil e em outras partes do planeta. Fora do país de origem, a empresa tem base de produção na Alemanha, na Hungria e na Indonésia.

“Tivemos uma ótima impressão em relação ao potencial para fazer contribuições na eletrificação do Porto de Suape. Nós vamos tentar trazer soluções que possam potencializar Suape e o Governo de Pernambuco”, salientou Filipe Li.

A secretária-executiva da Assessoria Especial à Governadora e Relações Internacionais do Estado (Saespri), Rayane Aguiar, informou que houve um direcional dos presidentes da China, Xi Jiping, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva,  para que os projetos da CATL no país tivessem Pernambuco como epicentro, em razão da parceria sólida com a Moura, empresa genuinamente pernambucana.

 POTENCIALIDADES

Com iniciativas estruturantes, planejamento integrado e forte vocação para energias renováveis, Suape mostrou que está pronto para receber investimentos de alta relevância e participar ativamente da transformação tecnológica que redefine a mobilidade, a indústria e o consumo de energia no mundo. A aproximação com a CATL reforça esse protagonismo e consolida o porto como uma das principais plataformas brasileiras de transição energética.

A missão da CATL contou, ainda, com a presença de Juan Hong Zhu (diretor de Soluções para a América Latina); Adauto Otto Silva e Cosme Rodolfo Roque dos Santos (ambos gerentes de Contas Estratégicas), além de Sean Shi (gerente Comercial).

Por Suape, também estiveram presentes Sóstenes Alcoforado (diretor de Sustentabilidade e Inovação), Armando Peixoto Filho (diretor de Desenvolvimento e Gestão Industrial); Renata Loyo (diretora de Infraestrutura) e Rodrigo Monteiro (assessor da presidência para Investimentos e Novos Negócios).

Além de Rayane Aguiar, o Governo de Pernambuco foi representado por Marina Silva (gerente-geral de Relações Internacionais da Saespri), Guilherme Sá (secretário-executivo de Energia da Secretaria de Desenvolvimento Econômico).


CARLOS VERAS ASSUMIU PAPEL-CHAVE EM DECISÃO HISTÓRICA DA CÂMARA QUE CASSOU MANDATOS DE EDUARDO BOLSONARO E ALEXANDRE RAMAGEM

O deputado federal pernambucano Carlos Veras (PT), atual primeiro-secretário da Câmara dos Deputados, esteve no centro de uma das decisões mais sensíveis e simbólicas do Parlamento nos últimos anos. Coube a ele a relatoria dos dois processos que resultaram na cassação dos mandatos dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), aprovados nesta quinta-feira pela Mesa Diretora da Casa. Ambos os parlamentares encontram-se atualmente nos Estados Unidos.

Na condição de relator, Carlos Veras foi responsável por conduzir a análise técnica e jurídica dos casos, reunindo informações, examinando fundamentos legais e apresentando os pareceres que embasaram a deliberação da Mesa. O desfecho dos processos reforça o peso institucional da Mesa Diretora, que tem competência para deliberar sobre situações consideradas incompatíveis com o exercício do mandato parlamentar, especialmente quando envolvem descumprimento de deveres constitucionais e regimentais.

A atuação de Veras ganha relevância não apenas pelo conteúdo das decisões, mas também pelo momento político em que ocorrem. A cassação de dois deputados federais com forte projeção nacional, ambos ligados ao campo bolsonarista, marca um episódio de elevada repercussão no cenário político brasileiro e reacende debates sobre responsabilidade institucional, respeito às normas democráticas e limites da atuação parlamentar.

Deputado de trajetória ligada aos movimentos sindicais e à defesa dos direitos sociais, Carlos Veras consolidou, ao longo dos últimos anos, espaço de destaque dentro do PT e da própria estrutura da Câmara. À frente da Primeira Secretaria, ele ocupa um dos cargos mais estratégicos da Mesa Diretora, responsável por decisões administrativas e por zelar pelo funcionamento interno da Casa. A relatoria desses processos reforça seu protagonismo em um momento decisivo para o Legislativo.

A aprovação dos pareceres pela Mesa Diretora encerra uma etapa do processo e inscreve o episódio na história recente do Congresso Nacional, evidenciando o papel dos órgãos internos da Câmara na preservação das normas que regem o mandato parlamentar. A condução dos casos por um deputado pernambucano também projeta o Estado no centro de um debate de alcance nacional, ampliando a visibilidade política de Carlos Veras no cenário federal.

AUXÍLIO BOM JARDIM TRANSFORMA BENEFÍCIO SOCIAL EM MOTOR DA ECONOMIA LOCAL

A Prefeitura de Bom Jardim, sob a gestão do prefeito Janjão, colocou em prática uma iniciativa que vai além do assistencialismo tradicional e passa a atuar como um verdadeiro ciclo de desenvolvimento econômico. O Auxílio Bom Jardim nasce com um conceito inovador: ao mesmo tempo em que garante apoio financeiro a trabalhadores do transporte, também fortalece o comércio local, gera empregos e mantém o dinheiro circulando dentro do próprio município.

O programa contempla taxistas, mototaxistas e toytoteiros, categorias que exercem papel fundamental na mobilidade urbana e na rotina da população. O benefício concedido a esses profissionais não é apenas um repasse direto de recursos, mas uma estratégia pensada para estimular a economia da cidade. O valor recebido deve ser obrigatoriamente utilizado em estabelecimentos comerciais credenciados de Bom Jardim, criando um fluxo contínuo de consumo dentro do território municipal.

Na prática, o modelo garante que cada real investido retorne para a cidade em forma de vendas, serviços e movimentação econômica. Comerciantes veem o aumento no fluxo de clientes, trabalhadores do comércio ganham mais estabilidade e novas oportunidades surgem com o aquecimento da economia local. O dinheiro não sai do município: circula, se multiplica e fortalece diferentes setores.

Para os profissionais beneficiados, o Auxílio Bom Jardim representa segurança e reconhecimento. Em um cenário de desafios econômicos, o programa assegura apoio direto a quem vive do transporte diário da população, valorizando o trabalho e garantindo dignidade. Para os lojistas, é a certeza de um comércio mais ativo e confiante, com maior previsibilidade de vendas.

A iniciativa do prefeito Janjão consolida um novo olhar sobre políticas públicas, mostrando que é possível unir benefício social, desenvolvimento econômico e fortalecimento do comércio local em uma única ação. O Auxílio Bom Jardim se estabelece, assim, como um instrumento de geração de renda, emprego e alegria, criando um ambiente mais próspero para trabalhadores, comerciantes e para toda a população do município.

TSE DEVOLVE DIREITOS POLÍTICOS A MANUCA E MUDA O JOGO ELEITORAL EM PERNAMBUCO

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que restabeleceu os direitos políticos do ex-prefeito Manuca representa mais do que um desfecho jurídico: trata-se de um movimento com forte repercussão no cenário político pernambucano. Ao suspender os efeitos que restringiam sua elegibilidade, a Corte recoloca o ex-gestor no centro do debate eleitoral e abre caminho para que ele volte a disputar cargos eletivos, incluindo uma possível candidatura a deputado federal em 2026.

Com o novo entendimento do TSE, Manuca recupera plenamente sua condição de agente político apto, encerrando um período de incertezas que limitava sua atuação e suas articulações. A decisão não apenas lhe devolve o direito de concorrer, como também o reposiciona estrategicamente no tabuleiro partidário, permitindo diálogos e alianças que antes estavam inviabilizadas pela restrição judicial.

Nos bastidores da política, o efeito é imediato. Partidos passam a reavaliar cenários, recalcular chapas e considerar o peso eleitoral que o ex-prefeito pode agregar em uma disputa proporcional de alcance estadual. A reabilitação política de Manuca amplia o leque de possibilidades para as legendas que buscam nomes competitivos e com histórico de votação, especialmente em um contexto de reorganização das forças políticas mirando o pleito de 2026.

A decisão do TSE também reforça o papel central da Justiça Eleitoral na redefinição do jogo político. Ao suspender os impedimentos que recaíam sobre o ex-prefeito, a Corte interfere diretamente na dinâmica eleitoral, influenciando estratégias, alianças e expectativas de diferentes grupos. Em Pernambuco, onde o equilíbrio de forças é constantemente disputado, o retorno de Manuca ao cenário elegível adiciona um novo elemento de imprevisibilidade à corrida eleitoral.

Mais do que uma vitória pessoal, o desfecho jurídico reposiciona Manuca como ator relevante no debate político estadual. Livre das amarras que limitavam sua participação, ele volta ao radar das articulações e passa a ser visto como peça capaz de influenciar o desenho das chapas e o desempenho eleitoral nos próximos anos. A decisão do TSE, nesse contexto, não apenas reabilita um nome, mas contribui para redesenhar o mapa político de Pernambuco às vésperas de um novo ciclo eleitoral.

COLUNA POLÍTICA | RAQUEL VIRA A CHAVE DA ÁGUA E SANEAMENTO EM PERNAMBUCO| NA LUPA 🔎 | POR EDNEY SOUTO

RAQUEL LYRA APERTA O BOTÃO DO SANEAMENTO E MUDA O JOGO EM PERNAMBUCO

UM LANCE DE ALTO RISCO QUE VIROU ATIVO POLÍTICO

Quando a governadora Raquel Lyra desembarcou na Bolsa de Valores de São Paulo, na manhã desta quinta-feira, 18 de dezembro, ela não foi apenas assistir a um leilão. Foi para assumir um risco calculado, daqueles que dividem opiniões, provocam resistência e, ao mesmo tempo, definem legados. Ao bater o martelo da concessão parcial da Compesa, Raquel não comprou apenas um modelo de gestão: comprou tempo político, narrativa administrativa e um lugar definitivo na história recente de Pernambuco.

A cifra de R$ 23,2 bilhões em investimentos não é apenas um número de impacto. É, sobretudo, um divisor de águas — literalmente. Em um Estado marcado por décadas de escassez hídrica, promessas eleitorais vazias e soluções improvisadas, o saneamento sempre foi tratado como discurso, nunca como prioridade real. Raquel decidiu inverter essa lógica. E, ao fazê-lo, colocou seu governo em outro patamar de cobrança e protagonismo.

A CONCESSÃO QUE TIRA O SANEAMENTO DA GAVETA

O modelo desenhado pelo Governo de Pernambuco, com apoio técnico do BNDES, enfrentou resistências históricas. Sindicatos, setores ideológicos e parte do funcionalismo viam na iniciativa privada um fantasma antigo. Ainda assim, a governadora avançou. Costurou o projeto desde os primeiros meses de gestão, promoveu audiências públicas, ouviu municípios, ajustou o desenho institucional e blindou o processo juridicamente.

O resultado foi um leilão disputado, cobiçado por grupos nacionais e internacionais, que garantiu não apenas investimentos robustos, mas também segurança jurídica e previsibilidade. A Compesa permanece responsável pela produção e tratamento de água, enquanto a distribuição e o esgotamento sanitário ficam sob responsabilidade dos concessionários. Um modelo híbrido que tenta equilibrar controle estatal e eficiência privada.

DOIS BLOCOS, UM OBJETIVO: UNIVERSALIZAR

A divisão da concessão em dois blocos não foi casual. Reflete a diversidade territorial e os desafios históricos do Estado. O bloco Região Metropolitana do Recife–Pajeú, com 150 municípios e Fernando de Noronha, ficou com o Consórcio Pernambuco Saneamento (Acciona e BRK), garantindo R$ 15,4 bilhões em investimentos e uma outorga de R$ 3,5 bilhões. Já o bloco Sertão, formado por 24 municípios, será operado pelo Pátria Investimentos, com R$ 2,9 bilhões em aportes e outorga de R$ 720 milhões.

Ao todo, R$ 4,2 bilhões em outorgas irão direto para a universalização do saneamento e infraestrutura hídrica, com prioridade absoluta para ampliar a distribuição de água. A decisão política de não usar esses recursos para tapar buracos fiscais é simbólica: Raquel escolheu investir no básico, no invisível, no que não rende placa imediata, mas transforma a vida das pessoas.

UM GOVERNO QUE DECIDE, MESMO QUANDO INCOMODA

Politicamente, o movimento é ainda mais profundo. A governadora assume o bônus e o ônus da decisão. Reposiciona sua gestão como uma que decide, não apenas administra a escassez. Ao colocar operadores privados na linha de frente da execução, transfere a eles o desafio de transformar metas contratuais em água nas torneiras e esgoto tratado, enquanto mantém para si o discurso do impacto social e da modernização.

É um cálculo fino. Raquel fala para fora — mercado, investidores, federação — como uma gestora confiável, moderna e capaz de estruturar projetos complexos. Para dentro, sinaliza que o governo não ficará refém de agendas corporativas quando o interesse público exigir mudanças estruturais.

O EFEITO METRÔ + SANEAMENTO: UMA VIRADA DE PERCEPÇÃO

O leilão da Compesa não acontece isoladamente. Vem logo após o acordo de cooperação técnica que garantiu R$ 4 bilhões para o Metrô do Recife. Dois gargalos históricos, dois símbolos do atraso administrativo do Estado, começam a ser enfrentados com soluções estruturadas. Juntos, saneamento e mobilidade formam um pacote poderoso de reposicionamento político.

Até pouco tempo, a principal crítica ao governo Raquel Lyra era a falta de entregas visíveis. O cenário muda. Não se trata apenas de obras, mas de decisões que reorganizam forças, constroem alianças e alteram a percepção de rumo. O governo deixa de ser visto como cauteloso demais e passa a ser identificado como estratégico.

O XEQUE-MATE NO TABULEIRO DO DESENVOLVIMENTO

A metáfora do xadrez não é exagero. Após organizar as contas públicas e reestruturar o orçamento estadual, Raquel movimenta agora as peças do desenvolvimento. A concessão da Compesa funciona como um xeque-mate simbólico em um problema secular. Água no Agreste e no Sertão sempre foi promessa. Agora tem contrato, prazo, investimento e fiscalização.

Ao puxar para si a responsabilidade de resolver, a governadora assume o risco máximo — e é exatamente aí que reside a força política do gesto. Resolver é raro. E quem resolve, marca época.

MAIS QUE UM LEILÃO, UM PROJETO DE ESTADO


O que se viu na B3 não foi apenas um evento econômico. Foi a afirmação de um projeto de Estado. Planejamento, diálogo federativo, parceria com o setor privado e foco social se combinaram em uma operação que reposiciona Pernambuco no mapa do saneamento nacional.

Raquel Lyra transforma um contrato técnico em ativo político de longo prazo. O saneamento deixa de ser promessa de campanha e passa a ser política pública estruturada. Água e esgoto tratados deixam de ser exceção e caminham para virar regra. No jogo político, isso não é apenas um lance ousado. É um movimento que muda o tabuleiro.

CRIANÇA MORRE APÓS CAIR EM PISCINA DURANTE CONFRATERNIZAÇÃO ESCOLAR EM INGAZEIRA

Menina participava de evento de uma escola municipal em uma chácara na zona rural.
Por g1 Caruaru
Uma criança de 10 anos morreu na quarta-feira (17) após cair em uma piscina na zona rural de Ingazeira, no Sertão de Pernambuco. O caso aconteceu durante uma confraternização escolar realizada em uma chácara.

A vítima foi identificada como Emilly Gabryelle Amaral da Silva. Ela era estudante do 4º ano do ensino fundamental e participava da confraternização da Escola Municipal Argemiro quando, segundo a Polícia Civil, se sentiu mal e caiu na piscina.

A ocorrência foi registrada na Delegacia de Ingazeira como morte a esclarecer sem indícios de crime. Testemunhas relataram que a criança teria sofrido um mal súbito e, em seguida, caído na piscina da chácara.

Em nota, a Prefeitura de Ingazeira informou que a confraternização foi promovida pela professora da turma, com conhecimento e autorização dos pais dos alunos, e não organizada pelo município. De acordo com o comunicado, Emilly estava sentada na borda da piscina quando teve uma crise convulsiva e caiu na água.

Ainda segundo a prefeitura, a menina foi socorrida imediatamente pela professora e, em seguida, por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), sendo levada para um hospital da região. No local, a criança deu entrada na emergência, passou por tentativas de reanimação, mas não resistiu.


A gestão municipal informou também que não há confirmação oficial sobre a causa da morte. Não é possível afirmar, até o momento, se o óbito ocorreu em decorrência da crise convulsiva ou por afogamento após o episódio. O corpo foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML), e a definição da causa da morte depende do laudo pericial.

De acordo com a prefeitura, Emilly realizava acompanhamento neurológico com neuropediatra no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), no Recife, e tinha histórico de crises convulsivas.

Em nota de pesar divulgada nas redes sociais, a Prefeitura de Ingazeira lamentou a morte da estudante e afirmou que está prestando apoio à família, aos colegas de turma e à professora envolvida. “Neste momento de dor nos solidarizamos com familiares, amigos, colegas e toda a comunidade escolar. Que Deus conceda conforto e forças a todos os que sofrem com essa irreparável perda”, diz o texto.

A prefeitura informou ainda que, após este primeiro momento de acolhimento, será instaurado um procedimento administrativo para apurar os fatos, em colaboração com as autoridades competentes.

O g1 questionou a Polícia Civil sobre a possibilidade de os responsáveis pela escola serem chamados para depor, seja como declarantes ou como investigados. Até a última atualização desta reportagem, não houve retorno aos questionamentos