Na noite da sexta-feira, 30 de maio, um acidente violento entre um carro de passeio e uma motocicleta, nas proximidades do povoado São Serafim, em Saloá, tirou a vida de uma figura popular e muito querida da cidade: Xena. A colisão mobilizou rapidamente equipes do SAMU e da Polícia Militar, que estiveram no local para prestar os primeiros atendimentos e realizar os levantamentos iniciais. A notícia da morte se espalhou com rapidez, causando grande comoção entre os moradores. Xena não era uma pessoa qualquer. Era conhecido por sua presença constante nas ruas, por suas brincadeiras e principalmente pelo seu jeito diferente de ser, de se vestir, de viver.
Xena não se enquadrava em padrões. Andava como queria, vestia-se do seu jeito, falava o que pensava. Era colorido, era ousado, era livre. Tinha um estilo que chamava atenção, mas nunca por vaidade — era apenas ele sendo ele mesmo. Usava roupas que misturavam cores fortes, cortes inusitados, acessórios que só ele sabia carregar. Não fazia questão de ser entendido, mas era compreendido pela cidade que aprendeu a amá-lo exatamente por isso: por sua autenticidade. A liberdade com que se expressava fazia dele uma figura inconfundível, sempre presente nos eventos da cidade, sempre disposto a brincar, conversar, provocar risos.
Entre os jovens, era tratado com carinho e respeito. Os mais velhos o viam como um símbolo da cidade, alguém que fazia parte da paisagem humana de Saloá. Mesmo com seu jeito extravagante, nunca foi alvo de rejeição — pelo contrário, era respeitado. Tinha o dom de conversar com qualquer pessoa, de entrar em qualquer lugar e ser bem recebido. Seu jeito direto e brincalhão escondia, muitas vezes, uma sensibilidade que poucos percebiam. Era daqueles que sabiam ouvir, que se importavam, que paravam para perguntar como você estava de verdade.
No local do acidente, o clima era de consternação. A via foi parcialmente interditada, e quem passava diminuía a velocidade para tentar entender o que tinha acontecido. Não havia tumulto, só tristeza. O corpo foi coberto enquanto se aguardava a chegada da perícia, e a imagem de Xena, ali, imóvel, contrastava com tudo o que ele sempre representou em vida: movimento, barulho, presença.
A ausência de Xena será sentida nas calçadas, nas festas, nos comércios, nos dias comuns da cidade. Ele era parte do cotidiano de Saloá, mesmo sem ter cargo ou função formal. Sua marca era justamente essa: ser diferente num lugar onde todos se conhecem, onde tudo se repete. Não será fácil acostumar-se com esse vazio. Xena era único, e sua falta será irreparável. Nossos sentimentos a comunidade salaoaense!
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