A proposta de concessão prevê a ampliação do calado do canal de acesso de 13,5 metros para 15,5 metros de profundidade, o que permitirá a entrada de navios de maior porte e, consequentemente, aumentará a capacidade de escoamento de grãos, proteína animal e outros granéis sólidos. Atualmente, o Porto de Paranaguá recebe cerca de 2.600 navios por ano. Com a nova configuração, esse número poderá ser ampliado, promovendo ganhos logísticos substanciais e elevando a competitividade do terminal paranaense no mercado internacional. Cada centímetro adicional de profundidade, segundo o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), equivale a 60 toneladas extras de carga que podem ser embarcadas por navio, gerando um expressivo ganho de escala para as operações.
O modelo de concessão proposto, além de buscar maior eficiência nas operações, pretende também estimular uma nova onda de modernização nos portos públicos do Brasil. De acordo com o ministro Silvio Costa Filho, o leilão de Paranaguá servirá de base para outras concessões planejadas ainda para este ano, como os canais de acesso dos portos de Santos (SP), Itajaí (SC) e Bahia. Ao apresentar a carteira de investimentos do setor portuário brasileiro durante reuniões bilaterais com empresários na França, o ministro destacou que a previsibilidade regulatória e a ampliação da capacidade instalada dos portos são cruciais para atrair capital estrangeiro e fomentar o crescimento sustentável da infraestrutura nacional.
Em um gesto espontâneo que simboliza a relevância do anúncio, Silvio Costa Filho compartilhou o momento em que recebeu a confirmação da viabilidade do leilão por meio de uma chamada de vídeo com sua equipe técnica no Brasil. Em um registro feito durante a videoconferência, o ministro aparece sorridente, comemorando com entusiasmo a notícia, que classificou como um avanço histórico para a logística nacional. A reação emocionada ganhou repercussão entre os integrantes da comitiva brasileira em Paris, reforçando o otimismo com o novo modelo de concessão que será adotado.
O Secretário Nacional de Portos, Alex Ávila, que acompanha o ministro na agenda internacional, afirmou que a concessão representará um salto de qualidade para o Porto de Paranaguá, com impactos diretos sobre o comércio exterior. A profundidade ampliada permitirá a atracação de navios de grande calado, cuja presença reduz o custo por tonelada transportada e melhora a eficiência da cadeia logística. Ele também frisou que, além dos benefícios operacionais, a concessão trará reflexos positivos sobre a economia regional, estimulando o desenvolvimento dos municípios próximos e gerando emprego e renda em diversas cadeias produtivas do Estado do Paraná.
A expectativa do governo federal é que o leilão desperte o interesse de grandes players do setor portuário internacional, garantindo ampla competição e eficiência na execução do projeto. O Porto de Paranaguá já figura como um dos principais terminais de exportação de grãos do país e sua modernização consolidará sua importância estratégica no escoamento da produção do agronegócio brasileiro. O projeto se insere no esforço do governo de Luiz Inácio Lula da Silva de fortalecer a infraestrutura nacional com foco em parcerias público-privadas, aumentando a atratividade do Brasil no cenário global e reforçando seu papel como potência logística no Hemisfério Sul.
Nenhum comentário:
Postar um comentário