A pauta salarial dos professores está no centro de uma disputa política e administrativa mais ampla. O presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), vem atribuindo ao Governo do Estado a responsabilidade pelo esvaziamento do plenário, que tem dificultado a tramitação de diversos projetos. Entre os entraves está a cobrança de explicações sobre os empréstimos que somam R\$ 9,2 bilhões contratados pela gestão de Raquel Lyra, além de um novo pedido de operação de crédito no valor de R\$ 1,5 bilhão, o qual segue parado na Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ), assim como a sabatina do administrador de Fernando de Noronha.
Para tentar destravar parte da agenda, Porto tem recorrido à convocação de sessões extraordinárias, nas quais é possível votar matérias específicas, como o projeto de reajuste dos professores. A expectativa é que o projeto entre na Ordem do Dia da sessão da tarde desta segunda, após a reunião de Ivete com o presidente da Assembleia pela manhã. O clima, no entanto, segue instável, já que a oposição ainda analisa os documentos enviados pelo Governo do Estado na última sexta-feira (6), em resposta às solicitações dos deputados Waldemar Borges (PSB) e Alberto Feitosa (PL).
Waldemar, inclusive, afirmou no sábado (7) que uma equipe técnica já está debruçada sobre os dados recebidos, os quais incluem uma série de links e informações sobre os empréstimos e a gestão orçamentária do Estado. Segundo o parlamentar, o relatório final sobre o conteúdo dessas respostas só deve ser consolidado na segunda-feira, o que poderá influenciar diretamente o posicionamento da oposição na sessão legislativa. Do lado governista, a líder do Governo na Alepe, deputada Socorro Pimentel (UB), articula uma reunião com os parlamentares da base aliada também para segunda-feira, na tentativa de alinhar a atuação conjunta na votação.
Socorro sustenta que, com o envio das informações solicitadas, não há mais motivo para obstrução da pauta, e reforça que a governadora Raquel Lyra tem tratado o tema com transparência, inclusive em encontros com a direção do Sintepe. A deputada assegura que os professores não terão prejuízos financeiros e que o pagamento da folha extra será viabilizado imediatamente após a aprovação do reajuste. O Governo garante ainda que os salários regulares da categoria serão pagos no dia 20, como já previsto.
Apesar da sinalização positiva por parte do Palácio do Campo das Princesas, o Sintepe permanece em alerta e reforça que só encerrará a mobilização quando a proposta for efetivamente aprovada em plenário. A paralisação das atividades nas escolas públicas estaduais, portanto, está mantida e deve afetar unidades de ensino em todas as regiões de Pernambuco. Para Ivete Caettano, a presença massiva dos professores na Alepe é decisiva para que a pressão popular surta efeito junto aos parlamentares. Ela insiste na necessidade de cada educador entrar em contato direto com os deputados da sua região, cobrando compromisso com a valorização da educação pública.
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