ROMPIMENTO EM LAJEDO: FIM DA UNIÃO ENTRE PREFEITO E VICE. ERIVALDO CHAGAS ROMPE COM SOCORRO DUARTE FILHA DE ADELMO.
O cenário político de Lajedo, no Agreste pernambucano, sofreu um abalo considerável com o rompimento entre o prefeito Erivaldo Chagas e a vice-prefeita Socorro Duarte, filha do lendário ex-prefeito e ex-deputado Adelmo Duarte, símbolo do grupo dos “boca preta”. A exoneração de Socorro da Secretaria de Assistência Social foi o ponto final de uma relação que já vinha se desgastando nos bastidores. Segundo aliados próximos, que tomaram o poder com Erivaldo a vice vinha se afastando das decisões do governo e até sabotando internamente ações da gestão. Vamos dar uma analisada NA LUPA desta quinta-feira.
O PAI DE SOCORRO E O PESO DE UM NOME
Não há como falar de política em Lajedo sem mencionar Adelmo Duarte. Foi ele quem alavancou Erivaldo Chagas politicamente, exigindo que fosse seu vice e garantindo o apoio do então prefeito Delegado Rossine. Adelmo morreu apenas cinco meses depois de assumir a Prefeitura, deixando a cidade nas mãos de Erivaldo. O gesto de confiança, no entanto, não sobreviveu ao tempo. Muitos consideram que Erivaldo se aproveitou da ausência de Adelmo para tomar rumos políticos próprios — e hoje rompe, sem cerimônia, com a filha do homem que o fez vice-prefeito. Lembrando que bem antes ele já rompeu e traiu o Delegado Rossine que avalizou seu nome na chapa apoiado pelo então prefeito, por coincidência ontem tínhamos feito uma matéria mostrando a serpente cascavel de que se tratava essa criatura.
ALIANÇAS EM DIREÇÕES OPOSTAS
O estopim do racha foi a decisão de Socorro Duarte de apoiar a deputada Débora Almeida, contrariando os nomes apontados por Erivaldo para as eleições de 2026: o deputado estadual Álvaro Porto (PSDB) e o federal Felipe Carreras (PSB). Essa divergência escancarou que os dois, embora no mesmo governo, já não caminhavam juntos há muito tempo. O clima se tornou insustentável, culminando na exoneração da vice do comando da Assistência Social. Curioso que que tudo parecia que Erivaldo estava fechado com Débora Almeida. Débora que foi uma aliada fiel a chapa, a campanha e ao governo e até hoje é correta com Lajedo e a sua população, tendo inclusive emendas empenhadas para o povo lajedense.
A FORÇA DOS BOCA PRETA AINDA RESPIRA
Embora não esteja mais no governo, Socorro Duarte é a vice-prefeita atual e carrega consigo a simbologia e a força política do grupo dos boca preta, herança direta de seu pai. A sua permanência na gestão de Erivaldo representava uma ponte entre o atual prefeito e a base histórica de apoio popular da cidade. Com o rompimento, Erivaldo abre uma frente de instabilidade: mexe com a memória afetiva do eleitorado e enfraquece a unidade do grupo que o elegeu. Isso será posto a prova nas eleições de 2026. Erivaldo e os que o cercam não são mais nem "boca preta" nem tão pouco "boca branca" se tornaram apenas elementos fixadores do poder pelo poder, o futuro dirá e a história também o que ele escolheu nos dias atuais.
ERIVALDO SEGUE COMO LIDERANÇA, MAS ABALADO
Apesar do desgaste, Erivaldo Chagas ainda é visto hoje como a principal liderança política de Lajedo. Sua gestão tem boa aprovação popular, especialmente nas áreas de assistência social, saúde e infraestrutura e limpeza urbana. No entanto, o movimento de romper com Socorro, romper com quem construiu a sua história pode minar sua força nas bases tradicionais. O eleitor de Lajedo é marcado por uma política de lados bem definidos. E cortar o laço com os “boca preta” significa enfrentar um inimigo interno forte, que resiste no tempo em Lajedo.
O SUCESSOR INCERTO E O DESTINO DE 2026
O grupo de Erivaldo e Socorro trabalhava silenciosamente para que ela fosse a sucessora natural à Prefeitura em 2026. Era um movimento previsível, legítimo e que manteria o grupo unido. Agora, o caminho está aberto para uma nova escolha — e o prefeito deverá “tirar um nome da cartola”. Mas em Lajedo, onde só existem dois lados — boca preta e boca branca — qualquer tentativa de terceiro caminho costuma naufragar.
A POLÍTICA COMO UM JOGO DE FÉ
Analistas políticos da região afirmam que Erivaldo errou feio. Em vez de liberar Socorro e preservar a relação institucional e histórica, optou pela ruptura. “Podia ter seguido unido, mesmo com divergências eleitorais. Agora rachou o grupo”, afirmou um ex-vereador em condição de anonimato. A pergunta que ecoa em Lajedo é simples e direta: quem ganha com essa briga? A resposta ainda não está clara. Mas o preço político pode ser alto.
O FUTURO É INCERTO EM LAJEDO
A cidade entra agora em um novo ciclo. O rompimento entre Erivaldo e Socorro não é apenas uma questão de cargos ou alianças, é o fim de uma era. O que virá a seguir ainda é nebuloso. Socorro Duarte deve voltar com força ao campo de oposição, com apoio das bases “boca preta”. E Erivaldo precisará reorganizar seu campo de apoio sem o peso histórico de Adelmo. Como dizem nas ruas de Lajedo: “agora só Deus sabe como vai ser”. E Deus, pelo visto, terá muito trabalho por lá até 2026. É isso aí.
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