Oruam foi indiciado por sete crimes: associação ao tráfico de drogas, tráfico de drogas, resistência, desacato, dano ao patrimônio, ameaça e lesão corporal. Os fatos que embasam a denúncia ocorreram na noite da última segunda-feira (21), quando agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) foram até a residência do rapper, no Joá — área de alto padrão na zona oeste carioca — para cumprir um mandado de apreensão contra um adolescente envolvido com o crime organizado. O menor é apontado pelas investigações como um dos principais ladrões de carros do Rio de Janeiro e segurança pessoal de Edgar Alves de Andrade, o "Doca", líder da facção criminosa Comando Vermelho no Complexo da Penha.
De acordo com o relato da Polícia Civil, o grupo de agentes foi impedido de realizar a apreensão por Oruam e seus amigos, que teriam hostilizado os policiais, desacatado ordens e provocado danos ao veículo utilizado pela corporação. Ainda segundo a polícia, houve resistência física durante a tentativa de abordagem, e os envolvidos ameaçaram os agentes e causaram ferimentos leves em um deles. O episódio aumentou a tensão entre o mundo do crime e o universo artístico, que frequentemente se entrelaçam em comunidades cariocas marcadas por forte presença do tráfico.
Oruam é filho de Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, uma das principais lideranças históricas do Comando Vermelho, atualmente preso em unidade de segurança máxima. A relação de parentesco reacendeu debates sobre o envolvimento de descendentes de criminosos com atividades ilícitas, especialmente quando figuras públicas ou celebridades são associadas a crimes graves. A Polícia Civil trata o caso como de alta complexidade por envolver um artista com ampla projeção nas redes sociais e influência entre jovens das periferias.
O cantor se entregou à Polícia Civil na tarde de terça-feira (22), na sede da Cidade da Polícia, na zona norte do Rio, após ter a prisão decretada. Desde então, está recolhido em unidade prisional à disposição da Justiça. O inquérito segue em andamento e pode evoluir para a formalização de denúncia por parte do Ministério Público nos próximos dias. Representantes da defesa ainda não se pronunciaram publicamente sobre as acusações. A expectativa é que os próximos desdobramentos do caso tenham grande repercussão, dada a popularidade do rapper e os vínculos familiares com uma das figuras mais temidas do crime organizado no país.
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