sábado, 12 de julho de 2025

TRAP, BREEGA FUNK E MUITA VIBE: FIG 2025 TEM NOITE DE EXPLOSÃO CULTURAL EM GARANHUNS COM MATUÊ, XAMÃ E MULTIDÃO NA PRAÇA

Garanhuns viveu uma sexta-feira de arrepiar. A Praça Mestre Dominguinhos se transformou em um mar de gente, em uma celebração vibrante da música urbana que atravessa fronteiras e domina as playlists do país. Na segunda noite do Festival de Inverno de Garanhuns 2025, mais de 80 mil pessoas lotaram o coração da cidade para acompanhar uma sequência de shows que colocou o brega funk, o rap e o trap no centro da cultura popular. Foi uma noite que provou que o FIG é um dos festivais mais plurais do Brasil.

A abertura ficou por conta do pernambucano PV Calado, que deu o tom do que viria pela frente. Seu carisma, misturado a um repertório dançante, aqueceu o público que já se amontoava nos arredores desde o fim da tarde. Jovens, famílias, grupos de amigos e turistas se misturavam numa multidão que vibrava a cada batida. Quando Anderson Neiff entrou em cena, a temperatura aumentou. Com a força do brega funk, ritmo que nasceu nas periferias e hoje ecoa em todo o território nacional, o artista incendiou a praça com coreografias e batidas envolventes. O impacto foi tamanho que o próprio Neiff, emocionado no palco, anunciou que já está confirmado na próxima edição do festival, em 2026.

Mas a noite ainda guardava dois nomes que sintetizam a força do rap e do trap na juventude brasileira. Xamã, com sua voz grave e letras que transitam entre o amor, a crítica social e a estética poética da periferia, arrastou corações e gargantas que sabiam cada verso de cor. O show teve momentos de introspecção e euforia, numa performance que mais parecia uma conversa íntima entre artista e plateia.

E então veio o estouro: Matuê. Com luzes pulsantes, efeitos visuais cinematográficos e uma presença de palco magnética, o cearense dominou a noite como um verdadeiro mestre de cerimônias de sua geração. Ícone do trap, Matuê fez a praça ferver com hits que vão do underground à consagração nacional. O público respondia em coro, num fenômeno que confirma o gênero como força dominante da música urbana brasileira. Em um momento mais reflexivo, durante sua entrevista, o artista relembrou a trajetória do trap no país e celebrou a chegada aos grandes palcos e selos, destacando a virada cultural que o estilo vive: “Fomos da água para o vinho. Hoje a gente está na TV, na internet, no mainstream. É uma virada que ainda está acontecendo, e o FIG é parte disso”.

A estrutura da praça, com segurança reforçada, iluminação de alta qualidade e uma cenografia imersiva, ajudou a criar uma atmosfera de grande espetáculo. Enquanto os artistas se revezavam no palco, os bastidores fervilhavam com movimentação técnica e a equipe do festival garantindo que tudo corresse com precisão. O público, por sua vez, celebrava cada instante como se fosse único — registrando, dançando, cantando. A cidade respira cultura e, durante o FIG, cada esquina se transforma em palco.

E a maratona de arte e música em Garanhuns está só começando. Com programação até o dia 27 de julho, o FIG 2025 promete seguir surpreendendo e emocionando com diversidade, potência e uma entrega que honra a tradição do maior festival multicultural de Pernambuco.

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