sábado, 12 de julho de 2025

TRUMP IMPÕE NOVAS TARIFAS DE 30% CONTRA MÉXICO E UNIÃO EUROPEIA EM ATO UNILATERAL APOIADO EM CRISE DO FENTANIL

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (11) a imposição de novas tarifas comerciais de 30% sobre produtos importados do México e da União Europeia, em mais um movimento unilateral que promete acirrar as tensões comerciais globais. A medida entrará em vigor no próximo dia 1º de agosto e já foi formalmente comunicada por meio de cartas enviadas diretamente à presidente mexicana Claudia Sheinbaum e à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Trump argumenta que a decisão é parte de um esforço coordenado para conter a "crise nacional do fentanil", droga sintética altamente letal que, segundo ele, tem sido facilitada por redes transnacionais com raízes na América Latina e conexões logísticas no continente europeu.

As notificações fazem parte de uma ofensiva mais ampla da administração republicana, que já enviou pelo menos 25 cartas semelhantes a parceiros comerciais desde o início de julho. A carta ao México tem o mesmo tom da enviada ao Canadá no último dia 10, quando Trump também impôs tarifas semelhantes ao país vizinho. Segundo fontes da Casa Branca, o governo alega que o fluxo de insumos químicos e de precursores do fentanil, em parte provenientes do México e distribuídos via Europa, justifica medidas de retaliação econômica para pressionar os governos estrangeiros a adotarem políticas mais rígidas de fiscalização e repressão.

Autoridades mexicanas receberam a carta com preocupação e avaliam os impactos sobre setores estratégicos da economia, como o automotivo e o agrícola, que mantêm forte integração com o mercado norte-americano. Do lado europeu, a reação inicial foi de cautela, mas diplomatas em Bruxelas indicaram que a Comissão estuda levar a questão à Organização Mundial do Comércio (OMC), sob alegação de violação das regras internacionais do comércio. A retórica de Trump, no entanto, tem forte apelo político interno e vem sendo reforçada por discursos em estados industriais como Ohio e Michigan, onde ele associa a epidemia do fentanil ao aumento da criminalidade e à falência de comunidades locais.

Nos bastidores, analistas políticos observam que a estratégia de confrontação comercial adotada por Trump em seu segundo mandato visa reposicionar os Estados Unidos como potência industrial autônoma, ao mesmo tempo em que enfraquece blocos comerciais considerados rivais estratégicos. A medida também pode ser entendida como um gesto eleitoral antecipado, mirando as eleições legislativas do próximo ano, em que o Partido Republicano busca ampliar sua maioria no Congresso. Apesar do impacto potencial sobre os preços ao consumidor e a cadeia produtiva americana, Trump aposta que a retórica de segurança nacional e combate às drogas justificará o endurecimento das relações com parceiros tradicionais.

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