sábado, 12 de julho de 2025

A DISPUTA PELO SENADO EM PERNAMBUCO ANTECIPA 2026 E ESCANCARA GUERRA DE VISIBILIDADE NAS REDES E NAS RUAS

A corrida pelo Senado em Pernambuco, prevista apenas para 2026, já está nas ruas, nas redes sociais e nos bastidores com intensidade de campanha oficial. O cenário, antecipado em mais de um ano, é marcado por pelo menos oito pré-candidaturas que disputam espaço nas duas chapas majoritárias mais fortes do estado: a da governadora Raquel Lyra, que tentará a reeleição, e a do prefeito do Recife, João Campos, que deverá disputar o governo pela primeira vez. Como o pleito colocará em jogo duas vagas para o Senado, cada chapa poderá indicar dois nomes. Isso tem alimentado uma movimentação intensa, muitas vezes disfarçada de agendas parlamentares ou eventos administrativos.

No grupo de João Campos, estão alinhados o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, e o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Os dois têm feito aparições frequentes ao lado do prefeito, em agendas públicas, caminhadas e ações que revelam uma disputa velada por uma das duas vagas na chapa do PSB. Já Marília Arraes, que também se aproxima de João, aposta na força da memória eleitoral de 2022, quando perdeu para Raquel no segundo turno e aparece em primeiro lugar nas pesquisas para o Senado. Embora discreta, Marília circula nos bastidores como possível nome da esquerda na chapa de João, caso o PT resolva não participar da coligação com o PSB.

Na aliança da governadora Raquel Lyra, quem já está em plena pré-campanha é o deputado federal Eduardo da Fonte, presidente estadual da Federação PP/União Brasil. Ele aposta na força da máquina e em uma estratégia menos performática e mais institucional, convertendo entregas de equipamentos hospitalares feitos com emendas suas e do filho Lula da Fonte em eventos políticos transmitidos pelas redes sociais. Eduardo também contabiliza apoios semanais de prefeitos e deputados estaduais em sua construção para garantir uma vaga na chapa da governadora.

Os senadores Humberto Costa (PT) e Fernando Dueire (MDB), apesar de pré-candidatos, ainda não definiram de forma clara suas alianças para 2026. Ambos têm optado por uma atuação mais reservada, focando nas entregas institucionais, em visitas a prefeitos e no uso das redes para amplificar suas ações no Senado. Humberto, ligado ao presidente Lula, poderá ser levado a compor com Raquel caso o PT nacional opte por aliança administrativa. Já Dueire tenta firmar a imagem de “senador municipalista”, mas evita entrar diretamente na disputa pelos palanques.

Do lado do bolsonarismo, Anderson Ferreira e Gilson Machado disputam internamente a preferência do ex-presidente para representar a direita na eleição ao Senado. Ambos são filiados ao PL e atuam como pré-candidatos independentes, sem se vincular diretamente às chapas de Raquel ou João. Gilson conta com a simpatia pública de Bolsonaro, enquanto Anderson insiste na força da direita no estado, que segundo ele é capaz de garantir uma das vagas mesmo sem coligação com os grandes blocos.

Em meio a tantas movimentações, especialistas como a cientista política Priscila Lapa alertam para o risco da fadiga eleitoral precoce. A busca desenfreada por visibilidade, marcada por agendas incessantes e estratégias de marketing digital, pode provocar o desgaste de nomes que ainda nem foram oficializados como candidatos. Apesar disso, o que se vê em Pernambuco é um jogo já em andamento, com alianças em formação e candidaturas que, embora não formalizadas, já ocupam espaços preciosos de mídia, influência e articulação política.


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