A ex-deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29) em Roma, capital da Itália, após um pedido de extradição formalizado pelo governo brasileiro, em razão de sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão por envolvimento em uma organização criminosa digital responsável pela invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A prisão foi confirmada pelo Ministério da Justiça do Brasil e se deu após uma série de articulações diplomáticas e investigações transnacionais, que contaram com apoio da Interpol e da polícia italiana. O caso ganhou novos contornos quando o deputado italiano Angelo Bonelli revelou, em suas redes sociais, que havia repassado o endereço de Zambelli às autoridades locais, contribuindo diretamente para a localização da ex-parlamentar, que possuía cidadania italiana e se refugiava em um apartamento em Roma. Bonelli, ligado a pautas ambientalistas e de defesa da democracia, afirmou que agiu em conformidade com os princípios legais italianos e ressaltou a importância da cooperação internacional em casos de crimes políticos e digitais. A prisão de Zambelli ocorre dias após a revogação de seu mandato parlamentar pelo STF, o que acelerou a tramitação do pedido de extradição encaminhado pelo Ministério da Justiça ao governo italiano. Segundo fontes próximas ao Itamaraty, o processo de cooperação jurídica com a Itália vinha sendo conduzido com discrição desde a confirmação da fuga de Zambelli do Brasil. A ex-deputada, conhecida por sua atuação combativa e polêmica no Congresso Nacional, havia deixado o território brasileiro logo após a decisão do Supremo, que a considerou culpada por atuar em conjunto com um grupo especializado em ataques cibernéticos contra instituições da Justiça. A operação investigada envolveu o vazamento de informações sigilosas, manipulação de dados judiciais e tentativas de desestabilizar o sistema eletrônico do Judiciário brasileiro. Desde sua chegada à Itália, Zambelli vinha evitando aparições públicas, mas foi monitorada por redes sociais e pela movimentação de seus apoiadores. A Interpol já havia emitido um alerta vermelho solicitando sua detenção internacional. A captura em solo italiano marca um novo capítulo no caso, que se tornou símbolo da crescente vigilância sobre crimes digitais ligados à política. Fontes italianas indicam que, após a prisão, Zambelli foi levada a uma delegacia especializada, onde passou por interrogatório e procedimentos burocráticos. O Ministério Público da Itália agora deverá avaliar a legalidade do pedido brasileiro à luz da legislação local e dos tratados de cooperação judiciária internacional. A presença de dupla cidadania poderá gerar debates jurídicos complexos, embora especialistas apontem que, em casos envolvendo crimes graves e cooperação bilateral, a extradição costuma ser autorizada. A embaixada brasileira em Roma acompanha de perto o desdobramento, e a defesa de Zambelli deve ingressar com recursos para tentar barrar sua transferência ao Brasil.
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