Garanhuns, 14 de agosto de 2025 – A aprovação do projeto de lei que concede auxílio-alimentação ao prefeito, vice-prefeito e secretários municipais de Garanhuns gerou polêmica na cidade. Uma análise detalhada revela que alguns críticos do benefício, incluindo vereadores e figuras públicas, também recebem auxílios semelhantes, gerando questionamentos sobre a coerência de suas posições.
Auxílio-alimentação aprovado pela Câmara
Na sessão realizada ontem, a Câmara de Vereadores aprovou o Projeto de Lei nº 023/2025, instituindo:
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Prefeito: R$ 5.000 de auxílio-alimentação mensais, além do salário de R$ 34.774,64, totalizando cerca de R$ 39.774,64.
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Vice-prefeito, secretários e presidentes de autarquias: R$ 2.500 mensais de auxílio-alimentação, com impacto estimado de até R$ 750 mil por ano nos cofres públicos.
A votação terminou com 14 votos a favor e 3 contrários: os vereadores Ruber Neto, Thiago Paes e Fernando da Iza.
Contradição: vereadores que votaram contra também recebem auxílio
Os três vereadores que votaram contra o projeto também recebem auxílio-alimentação da própria Câmara de Vereadores, além de salários compatíveis com o cargo:
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Ruber Neto: salário superior a R$ 17.000 + auxílio-alimentação de R$ 1.000.
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Thiago Paes: salário superior a R$ 17.000 + auxílio-alimentação de R$ 1.000.
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Fernando da Iza: salário superior a R$ 17.000 + auxílio-alimentação de R$ 1.000.
Ou seja, mesmo criticando a concessão de auxílios a outras autoridades, esses parlamentares recebem benefícios equivalentes pagos pela Câmara Municipal.
Figuras públicas que também recebem auxílio-alimentação
Além dos vereadores, outras figuras públicas criticaram a medida, mas também recebem auxílio-alimentação por suas funções:
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Carlos Eugênio de Oliveira Cavalcanti – jornalista e secretário parlamentar do deputado federal Fernando Rodolfo, ocupa o cargo de Secretário Parlamentar SP07, com auxílio-alimentação de R$ 1.784,42 mensais e salário base de R$ 4.614,92, totalizando aproximadamente R$ 6.399,34 mensais.
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Gerson José de Carvalho Souza Filho (Gersinho Filho) – ex-vereador e secretário parlamentar SP19 no mesmo gabinete, recebe auxílio-alimentação de R$ 1.784,42 mensais e salário base de R$ 11.456,86, totalizando aproximadamente R$ 13.241,28 mensais.
Lei que regulamenta os benefícios
O auxílio-alimentação dos secretários parlamentares está previsto no Regimento Interno da Câmara e regulamentado pela Portaria nº 75/2025, equiparando-se ao Senado Federal e ao Tribunal de Contas da União. O projeto municipal de Garanhuns segue a legislação local, concedendo adicional para prefeitos, vice e secretários, visando custear alimentação e despesas de trabalho.
Fatos e transparência
O Blog do Edney pesquisou e apenas apresenta os fatos, destacando a contrariedade da posição de alguns parlamentares que criticam benefícios que eles mesmos recebem. Como diz o ditado: “Quem vive em telhado de vidro não deve jogar pedra no telhado do vizinho”.
Estamos abertos ao contraditório e publicaremos qualquer esclarecimento que os citados desejem fornecer sobre os fatos apresentados.
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