sábado, 9 de agosto de 2025

COLUNA POLÍTICA | PERNAMBUCO | NA LUPA 🔎 | POR EDNEY SOUTO

ANDERSON FERREIRA QUER SER O SENADOR DE RAQUEL LYRA
UMA JOGADA DE ALTO RISCO NO TABULEIRO POLÍTICO

No intrincado xadrez eleitoral de Pernambuco, Anderson Ferreira (PL) ensaia um movimento ousado. A possibilidade de três deputados federais, aliados diretos, lançarem seus dois irmãos e um filho para a Câmara Federal impressiona até os mais experientes analistas políticos. Se concretizado, o feito — eleger seis parlamentares a partir de três mandatos — entraria para a história política nacional como um marco de articulação e poder de influência. Por isso os analista não acreditam nas candidaturas de Miguel Coelho e Anderson Ferreira para deputado federal. Ele não esconde que a estratégia tem um alvo claro: conquistar a vaga de senador na chapa de reeleição da governadora Raquel Lyra (PSDB). Vamos dar uma passada NA LUPA. 

APOSTA NA INVENCIBILIDADE DE RAQUEL LYRA
Anderson Ferreira já traçou seu cálculo político. Ele aposta no retrospecto de Raquel Lyra, que jamais perdeu uma eleição desde o seu primeiro mandato como deputada estadual. Essa invencibilidade, para o ex-prefeito de Jaboatão, é mais que um dado estatístico: é a base de uma aliança sólida e vitoriosa. Pessoas próximas garantem que Ferreira acredita firmemente na reeleição da tucana e que trabalha nos bastidores para viabilizar a união PSD/PL na composição majoritária, uma coligação que poderia dar fôlego e musculatura política para enfrentar a esquerda e o PSB.

PT FORA DO JOGO COM RAQUEL
Se depender do Partido dos Trabalhadores, não haverá ponte alguma com a governadora. O PT, que hoje compõe a base do presidente Lula, vê em Raquel Lyra uma adversária de campo ideológico e eleitoral. Essa barreira cria um desenho claro: na disputa pelo Senado em 2026, haverá apenas uma vaga disponível em cada chapa, elevando o grau de competitividade e tornando a articulação ainda mais complexa. A aliança entre Raquel Lyra e o PL, portanto, ganha um viés natural diante do afastamento petista.

O CÁLCULO DE JOÃO CAMPOS
Enquanto isso, João Campos (PSB), prefeito do Recife, já se prepara para lidar com um cenário que se repete: pela terceira vez, terá de aceitar Humberto Costa como candidato ao Senado na chapa socialista. O peso político e a fidelidade histórica do senador ao PT fazem dele uma peça inamovível no arranjo nacional. Campos sabe que a manutenção de Humberto na chapa não é apenas uma escolha pessoal, mas uma imposição estratégica para manter a base unificada no estado. Humberto para João ainda é um fardo necessário.

A DISPUTA ENTRE SILVIO, MIGUEL E MARÍLIA
Do lado das oposições, a corrida por espaço majoritário esquenta. Silvio Costa Filho (Republicanos), Miguel Coelho (União Brasil) e Marília Arraes (Solidariedade) estão no mesmo tabuleiro, cada qual buscando a peça mais valiosa. A hipótese de Marília ser vice de João Campos é vista com reservas pela própria deputada, que não enxerga vantagem em abrir mão de um projeto próprio. Já para Silvio Costa Filho, a vice poderia representar um espaço estratégico, mantendo sua presença majoritária sem abrir mão da base construída na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa. Alguém vai sair ferido.

UMA ESTRATÉGIA DE FAMÍLIA PARA SILVIO COSTA FILHO
A vice-governadoria para Silvio Costa Filho abriria a possibilidade de manter seu irmão, Carlos Costa, na Câmara Federal, e reeleger João Paulo Costa para o terceiro mandato na Assembleia Legislativa. Um arranjo que, além de reforçar o clã Costa no Legislativo, daria à família influência direta no Executivo estadual. Vale lembrar que Silvio Costa pai é suplente da senadora Tereza Leitão (PT), o que mantém a família conectada aos grandes centros de decisão.

MIGUEL COELHO COMO PEÇA-CHAVE
Nesse cenário, Miguel Coelho tende a ser o nome ao lado de Anderson Ferreira na disputa pelo Senado, caso a costura política avance como projetado hoje. O ex-prefeito de Petrolina mantém base eleitoral consolidada no Sertão e articulações no interior, mas precisa de uma aliança majoritária para ampliar seu alcance na Região Metropolitana e no Litoral. Anderson, por sua vez, enxerga em Miguel um parceiro capaz de agregar votos fora de seu núcleo de influência.

POLÍTICA: O JOGO ONDE UM DIA VALE UM ANO
O panorama ainda é instável. Como se sabe, na política, um dia pode equivaler a trinta segundos ou a um ano inteiro. O que hoje parece desenhado, amanhã pode se desfazer com uma nova aliança, uma ruptura ou um fato inesperado. No entanto, pelo andar da carruagem, a tendência é que Anderson Ferreira mantenha sua ofensiva para garantir a vaga na chapa de Raquel Lyra, apostando alto na teoria das vitórias que garantem invencibilidade de adversários sobre a governadora e na força de uma coligação PSD/PL. Raquel Lyra nunca perdeu uma eleição desde que entrou nas urnas. O jogo está lançado — e os próximos lances prometem ser decisivos. É isso aí. 

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