sexta-feira, 8 de agosto de 2025
GILSON MACHADO É AFASTADO DO COMANDO DO PL NO RECIFE EM MOVIMENTO QUE CONSOLIDA PODER DE ANDERSON FERREIRA
A recente reconfiguração no comando do diretório municipal do PL no Recife expôs uma disputa interna de poder que vinha se desenhando nos bastidores da sigla. O ex-ministro do Turismo Gilson Machado, conhecido por sua fidelidade ao ex-presidente Jair Bolsonaro e atuação destacada nas redes sociais como um dos rostos mais visíveis da direita em Pernambuco, foi oficialmente afastado da presidência do diretório municipal. A decisão partiu de uma articulação direta do ex-deputado federal Anderson Ferreira, que atualmente lidera o PL no estado com forte respaldo do presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto. Para o lugar de Gilson, foi nomeado o vereador Paulo Muniz, figura de confiança de Anderson e com presença consolidada na Câmara do Recife. Além disso, a função de tesoureiro do diretório foi assumida por André Trajano, reforçando a ocupação de cargos estratégicos por aliados do grupo Ferreira. O movimento é visto como mais do que uma simples mudança administrativa: trata-se de uma reconfiguração que enfraquece significativamente Gilson dentro da legenda e amplia a centralização das decisões nas mãos de Anderson. A troca ocorre em um momento decisivo, às vésperas das eleições municipais, e sugere um reposicionamento do PL no Recife com vistas a uma candidatura competitiva, alinhada ao projeto estadual e nacional do partido. Para aliados de Gilson, a destituição representa uma ruptura e sinaliza uma possível saída do ex-ministro da sigla, já que sua influência interna foi drasticamente reduzida. Ele, que vinha tentando viabilizar uma candidatura majoritária no Recife, perde, com a mudança, não apenas o controle do diretório, mas também o acesso à estrutura partidária e ao comando financeiro local. A medida tem impactos diretos na construção da chapa proporcional e no uso do fundo eleitoral, o que intensifica o isolamento político de Gilson dentro do próprio campo bolsonarista. Ao mesmo tempo, fortalece o projeto de Anderson, que busca consolidar uma frente única à direita para disputar prefeituras estratégicas. Nos bastidores, interlocutores apontam que a decisão contou com aval direto de Valdemar, que vem priorizando nomes considerados mais viáveis eleitoralmente e alinhados à estratégia nacional do partido. Com a nova configuração, o PL recifense passa a estar sob controle de uma corrente mais pragmática e disciplinada em relação à cúpula nacional, e afasta, pelo menos por ora, os ruídos provocados pelas posturas públicas e independentes de Gilson Machado. A mudança é simbólica e aponta para um novo desenho das forças conservadoras na capital pernambucana.
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