terça-feira, 26 de agosto de 2025

VEREADOR DE JOINVILLE ATACA NORDESTINOS COM FALA XENOFOBICA E POLÊMICA DO “FAVELÃO”


Joinville vive um verdadeiro escândalo político após o vereador Mateus Batista, do União Brasil, propor um suposto “controle migratório” para evitar que Santa Catarina se transforme em um “favelão”. A frase, carregada de preconceito e xenofobia, atingiu diretamente nordestinos que migram para o Sul em busca de trabalho e dignidade, provocando indignação imediata nas redes sociais e na política local. Para o parlamentar, a presença de migrantes de estados “mal geridos” estaria sobrecarregando os serviços públicos e ameaçando a ordem urbana, uma narrativa que associa a migração à degradação social e urbana.

A vereadora Vanessa da Rosa, do PT, classificou a fala como racista e vergonhosa, ressaltando que o discurso não apenas desrespeita milhões de nordestinos, mas ignora a contribuição histórica dessa população para o desenvolvimento de cidades em todo o país. O vereador, ao sugerir que Santa Catarina “paga a conta duas vezes”, reforça estereótipos regionais e cria um clima de hostilidade contra pessoas que buscam melhorar suas vidas fora de suas regiões de origem.

Mateus Batista defende a proposta como técnica, citando estudos do economista Edward Glaeser e modelos de controle urbano praticados na Alemanha. Ele sugere que novos moradores comprovem residência em até 14 dias, afirmando que isso ajudaria a organizar serviços públicos e prevenir ocupações irregulares. No entanto, críticos apontam que a medida é uma tentativa clara de criar barreiras contra nordestinos, transformando políticas de planejamento urbano em instrumento de exclusão e discriminação.

O episódio provocou forte reação nas redes sociais, com nordestinos denunciando a tentativa de criminalizar sua presença no Sul. Comentários apontam que a fala do vereador revela preconceito histórico e falta de compreensão sobre migração e desenvolvimento regional. Especialistas em direitos humanos e urbanismo alertam que propostas como essa não resolvem problemas estruturais e apenas reforçam desigualdades e tensões regionais.

Enquanto Batista insiste na justificativa técnica, seu discurso é visto como um ataque velado a uma população que enfrenta dificuldades em busca de oportunidades. A polêmica evidencia que a xenofobia ainda encontra espaço em debates políticos, provocando repulsa e mobilizando cidadãos, movimentos sociais e instituições contra declarações discriminatórias. O caso em Joinville serve como alerta para os perigos de estigmatizar nordestinos e associar migração a degradação urbana, destacando a necessidade de políticas inclusivas e respeito aos direitos fundamentais.

A repercussão continua intensa, com denúncias de que o discurso do vereador fomenta preconceito e hostilidade, lembrando que o Sul do Brasil não é terreno para discursos que desvalorizam a população nordestina, que contribui historicamente para o crescimento e diversidade do país.


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