quinta-feira, 25 de setembro de 2025

COLUNA POLÍTICA | DISPARIDADES FINANCEIRAS | NA LUPA 🔎 | POR EDNEY SOUTO

QUANDO O SALÁRIO VIRA MURO ENTRE O POVO E O PODER

UM ABISMO QUE NÃO PARA DE CRESCER

Em Pernambuco, juízes recebem 36,8 vezes mais do que a renda média da população.
Deputados estaduais nĂŁo ficam atrĂĄs: ganham o equivalente a 22,7 vezes o que o cidadĂŁo comum leva para casa.
AtĂ© vereadores do Recife, considerados mais “prĂłximos” da comunidade, aparecem com um Ă­ndice 11 vezes superior.

O QUE ISSO SIGNIFICA?

Na prĂĄtica, significa que quem deveria legislar e julgar em nome do povo vive em uma realidade distante da vida real.
Enquanto famílias batalham para pagar feira, ågua e luz, representantes e magistrados acumulam privilégios acima de qualquer padrão justo.

NÚMEROS QUE ESCANCARAM O DESCOMPASSO

O Índice de Disparidade Salarial (IDS) mede justamente esse abismo.
E os nĂșmeros de Pernambuco nĂŁo estĂŁo sozinhos: no Nordeste, MaranhĂŁo e Alagoas lideram os extremos nacionais.
Em Alagoas, juízes chegam a receber 43,5 vezes a renda da população.
No MaranhĂŁo, deputados estaduais batem 31 vezes.

UMA REALIDADE QUE NÃO É NORMAL

Em democracias consolidadas, a diferença entre quem governa e quem é governado raramente passa de 10 vezes.
Ou seja: por aqui, os índices superam vårias vezes os padrÔes internacionais.
É como se vivĂȘssemos em dois paĂ­ses diferentes, dentro do mesmo estado.

QUEM PERDE COM ISSO?

Perde a sociedade, que vĂȘ recursos drenados em salĂĄrios gigantescos.
Perde a confiança pĂșblica, porque fica difĂ­cil acreditar em instituiçÔes que vivem apartadas da realidade popular.
E perde o futuro, jĂĄ que essa desigualdade estrutural trava a construção de polĂ­ticas pĂșblicas mais eficazes.

HORA DE ENCARAR O PROBLEMA

O estudo defende medidas simples, mas urgentes:

  • Teto salarial proporcional Ă  renda local.

  • TransparĂȘncia total sobre benefĂ­cios.

  • Uso do IDS como ferramenta oficial de monitoramento.

A PERGUNTA QUE FICA

Até quando o povo vai sustentar um sistema onde o poder se protege com privilégios?
Enquanto a vida segue dura para a maioria, a elite pĂșblica continua em um pedestal inalcançåvel.
E a democracia, que deveria aproximar, acaba erguendo muros.

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