terça-feira, 16 de setembro de 2025

VALDEMAR COSTA NETO ADMITE PLANEJAMENTO DE GOLPE, MAS NEGA CRIME E CHAMA 8 DE JANEIRO DE “BAGUNÇA”

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, voltou a causar polêmica com declarações sobre o cenário político recente do Brasil. Durante participação no Rocas Festival, evento do setor equino realizado no último sábado (13) em Itu, interior de São Paulo, o dirigente partidário admitiu que “houve um planejamento de golpe” no país, mas descartou que a ação tenha configurado crime.

Segundo Valdemar, os atos de 8 de Janeiro de 2023 são o verdadeiro ponto de atrito com a Justiça. “Houve um planejamento de golpe, mas nunca teve o golpe efetivamente. O grande problema nosso é que teve aquela bagunça no 8 de Janeiro e o Supremo diz que aquilo foi golpe. Olha só, que absurdo, camarada com pedaço de pau, um bando de pé de chinelo quebrando lá na frente e eles falam que aquilo é golpe”, afirmou.

Em tom provocativo, ele chegou a insinuar que os episódios foram “organizados pelo PT”, acusação já refutada em diferentes instâncias. A declaração foi dada em um debate mediado pelo deputado estadual bolsonarista Tomé Abduch (Republicanos) e que contou também com a presença de Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD.

Valdemar buscou sustentar seu argumento utilizando uma comparação polêmica com a legislação penal. “Se você planejar um assassinato, mas não fez nada, não tentou, não é crime. O golpe não foi crime”, declarou.

Apesar do tom polêmico, o líder do PL também aproveitou o encontro para traçar metas eleitorais. Defendeu a anistia aos envolvidos nos atos de janeiro e projetou o fortalecimento da direita em 2026, estabelecendo como objetivo central conquistar maioria no Senado.

De acordo com ele, o bloco conservador tem condições de eleger pelo menos 45 senadores. A estratégia, segundo Valdemar, é garantir sustentação parlamentar para um eventual retorno de Jair Bolsonaro ou para qualquer outro nome que venha a liderar o campo da oposição.

As falas do cacique do PL repercutem em meio às investigações ainda em curso no Supremo Tribunal Federal e na Polícia Federal sobre o envolvimento de políticos, empresários e militares nos atos de ruptura institucional.

Enquanto Valdemar procura reduzir a gravidade dos acontecimentos, chamando de “bagunça” a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília, juristas e ministros da Corte reforçam que o episódio foi um atentado à democracia.

O contraste de versões expõe mais uma vez o choque entre a narrativa bolsonarista e o entendimento consolidado nas instituições.

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