Segundo informações da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), os pacientes foram atendidos no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru. Dois residiam em Lajedo e o outro em João Alfredo, também no Agreste. Os casos ligaram um sinal de alerta nas autoridades de saúde do estado, que imediatamente iniciaram uma investigação para apurar a origem da bebida ingerida pelos homens.
COMO FUNCIONA A INVESTIGAÇÃO
Em situações como essa, o hospital realiza o atendimento emergencial, registra os sintomas e notifica o caso às autoridades sanitárias. Já a investigação é conduzida pelas equipes de vigilância, que analisam se houve fraude ou adulteração em bebidas alcoólicas. Nos casos de óbito, como ocorreu em Lajedo, os corpos são encaminhados ao Instituto de Medicina Legal (IML), onde exames mais detalhados serão feitos para confirmar se, de fato, houve envenenamento por metanol.
A Apevisa já anunciou que vai intensificar as ações de fiscalização em distribuidoras e pontos de venda de bebidas alcoólicas. O objetivo é evitar que produtos adulterados cheguem à mesa do consumidor. Além disso, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) deve emitir um conjunto de orientações tanto para a população quanto para as vigilâncias sanitárias municipais.
PERIGO SILENCIOSO: O QUE É O METANOL
O metanol é uma substância química altamente tóxica, muitas vezes usada em combustíveis, solventes e processos industriais. O problema é que, quando ingerido, pode causar danos graves ao organismo em poucas horas.
Os primeiros sintomas da intoxicação se parecem com os da ingestão de álcool comum: náusea, vômito, dor abdominal e sonolência. Porém, entre 6 e 24 horas após o consumo, começam a surgir sinais muito mais perigosos, como visão embaçada, sensibilidade à luz, cegueira, convulsões e até coma.
No caso confirmado em Lajedo, o único sobrevivente teve como sequela justamente a perda total da visão.
O QUE A POPULAÇÃO DEVE FAZER
A Apevisa orienta que a população fique atenta a sinais de adulteração em bebidas alcoólicas. É essencial verificar:
-
Se a garrafa possui registro do MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária);
-
Se o rótulo está completo e legível;
-
Se o lacre está íntegro;
-
E, principalmente, comprar apenas em locais confiáveis.
Produtos vendidos em ambulantes, preços muito abaixo do mercado ou bebidas de origem desconhecida podem representar grande risco. Drinques prontos também exigem atenção redobrada.
RECOMENDAÇÃO DAS AUTORIDADES
A recomendação é que todos os serviços de saúde notifiquem imediatamente casos suspeitos ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e ao Cievs/PE. Também será realizada busca ativa para identificar se mais pessoas consumiram a mesma bebida.
Do lado da fiscalização, a ordem é coletar amostras suspeitas, realizar análise laboratorial, interditar lotes irregulares e intensificar a articulação com órgãos como Procon, Ministério Público e forças de segurança.
CANAIS DE AJUDA E DENÚNCIA
Em caso de suspeita de intoxicação ou dúvidas, a população pode acionar o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox-PE), que funciona 24 horas, pelo número 0800 722 6001.
Além disso, denúncias podem ser feitas à:
-
Ouvidoria da SES-PE: 136 / ouvidoria@saude.pe.gov.br
-
Procon-PE: 0800 282 1512 / (81) 3181-7000 / denuncia@procon.pe.gov.br
-
Delegacia de Crimes contra o Consumidor (Decon): (81) 3184-3835 / dp.consumidor@policiacivil.pe.gov.b
Com a morte de dois homens e outro sobrevivente que perdeu a visão, o caso acendeu um sinal de alerta em todo o Agreste pernambucano. As autoridades reforçam que o consumo de bebidas sem procedência pode ter consequências fatais e que a colaboração da população é fundamental para coibir esse tipo de fraude.
A Apevisa e a Secretaria Estadual de Saúde prometem intensificar a fiscalização e as orientações nos próximos dias. Enquanto isso, a recomendação é clara: não arrisque sua vida por uma bebida mais barata ou sem procedência confiável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário