Embora o registro oficial da reunião destaque apenas “temas voltados ao desenvolvimento de Pernambuco”, como afirmou Lula da Fonte nas redes sociais, o gesto foi interpretado nos bastidores como mais um movimento de Eduardo na construção de alianças amplas para o próximo pleito. O deputado, que comanda a Federação União Progressista, formada por PP e Solidariedade, tem nas mãos uma das estruturas partidárias mais robustas do Estado — e que promete desempenhar papel decisivo nas articulações eleitorais.
A federação abriga nomes de peso, como o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho, também cotado para disputar uma vaga no Senado. Esse detalhe reforça o caráter estratégico do agrupamento, que pode se tornar peça-chave tanto para a base governista quanto para a oposição, a depender das composições que se formem.
Outro fator que torna o PP de Eduardo um partido singular é sua pluralidade ideológica. A legenda, em Pernambuco, reúne tanto aliados históricos do campo progressista quanto figuras alinhadas ao bolsonarismo, como a deputada federal Clarissa Tércio, o que garantiu à sigla um expressivo desempenho nas urnas em 2022. Essa habilidade de dialogar com diferentes correntes políticas é uma das marcas do estilo de Eduardo da Fonte — um articulador conhecido por não fechar portas e manter pontes abertas em todas as direções.
Nos bastidores, cresce a especulação sobre uma possível aliança entre Humberto Costa e Eduardo da Fonte, repetindo antigas parcerias eleitorais. Embora oficialmente nenhum dos dois tenha tratado do tema publicamente, interlocutores próximos reconhecem que a hipótese não é improvável, sobretudo diante da necessidade de coalizões amplas para o Senado em 2026.
Por ora, o discurso é de união em torno do desenvolvimento de Pernambuco. Mas o que se vê é que, em meio a conversas discretas e gestos calculados, Eduardo da Fonte vai consolidando espaço e se posicionando como um dos nomes mais influentes do novo ciclo político que se aproxima.
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