terça-feira, 25 de novembro de 2025

COLUNA POLÍTICA | DIREITA SEM RUMO | NA LUPA 🔎 | POR EDNEY SOUTO

A DIREITA SEM RUMO ENQUANTO O LULISMO AVANÇA

A prisão preventiva de Jair Bolsonaro e sua inelegibilidade consolidada abriram um buraco no centro gravitacional da direita brasileira. Um vácuo que muitos ainda se recusam a encarar — por conveniência, medo ou ilusão. A um ano da eleição presidencial, insistir na figura do ex-presidente deixou de ser estratégia e virou delírio político. Enquanto isso, Lula organiza sua estrutura de campanha, amplia articulações e ganha terreno praticamente sem resistência.

A seguir, uma análise mais aprofundada dos eixos que definem este novo momento da política nacional, com mais tópicos, detalhamento e profundidade.

O FIM DA ERA BOLSONARO COMO EIXO ELEITORAL

A prisão preventiva de Bolsonaro não é apenas um capítulo jurídico: é o marco simbólico do fim de seu protagonismo. No campo prático:

  • Ele não será candidato – as condições judiciais tornaram a hipótese inviável.

  • Sua capacidade de articulação política está reduzida – o entorno jurídico fragiliza qualquer movimento.

  • Sua influência eleitoral sofre limites – o país evolui, o eleitorado muda, e o simbolismo perde força com o tempo.

Mesmo assim, seu núcleo mais radical tenta sustentar a narrativa de que ele pode “liderar de dentro”. Mas isso não sustenta projeto nacional.

UM CAMPO CONSERVADOR DESORGANIZADO E SEM LIDERANÇA

A direita enfrenta hoje seu maior desafio desde 2018:
encontrar um nome que una, empolgue e amplie apoios além da bolha bolsonarista.

O problema central:

  • Vácuo de protagonismo político

  • Racha interno entre bolsonaristas, liberais e conservadores clássicos

  • Dependência emocional da figura de Bolsonaro

  • Falta de consenso sobre o candidato viável

  • Fragmentação partidária sem coordenação nacional

Tudo isso alimenta um cenário de incerteza enquanto o tempo corre.

OS NOMES NA MESA E SUAS LIMITAÇÕES

Tarcísio de Freitas – O Favorito que Não Quer Ser Candidato

  • Agrada empresários e setores moderados.

  • Tem boa gestão em SP.

  • Distância controlada do radicalismo.

  • Problema: não quer entrar sem garantia da ala bolsonarista — e teme perder o governo paulista no meio do caminho.

Tereza Cristina – O Nome do Agronegócio

  • Diálogo forte com o setor mais organizado do país.

  • Perfil conservador sem extremismo.

  • Problema: ainda não demonstra grande apelo nacional.

Romeu Zema – O Nome Liberal

  • Visto pela elite econômica como eficiente.

  • Problema: dificuldade de comunicação e carisma nacional limitado.

Ronaldo Caiado – O Ruralista com Fome de Palco

  • Forte em Goiás e entre produtores rurais.

  • Problema: rejeição no próprio partido e dificuldade de ampliar para o Sudeste/Nordeste.

Sergio Moro – O Recomeço Impossível

  • Tem recall nacional.

  • Problema: enfrenta desgaste político e jurídico que o impede de crescer.

PSD e seus governadores – Ratinho Jr. e Eduardo Leite

  • Gestores bem avaliados em seus estados.

  • Problema: faltam projeção e narrativa para liderar a direita nacional.

Michelle Bolsonaro e Flávio Bolsonaro – A Tábua de Salvação da Bolha

  • Mantêm parte da base fiel engajada.

  • Problema: sem articulação nacional e, muitas vezes, com atuações que atrapalham mais do que ajudam.

O LULISMO JÁ TEM CANDIDATO, A DIREITA, NÃO 

Enquanto a direita disputa quem será o “herdeiro” ou “substituto”:

  • Lula já se colocou como candidato à reeleição.

  • Estrutura governamental está em movimento.

  • Articulação nos estados avança silenciosamente.

  • Setores econômicos preferem estabilidade a aventuras.

  • A esquerda opera unida — e a direita segue esfacelada.

O governo trabalha para consolidar um discurso de continuidade social e reconstrução econômica, mesmo em meio às dificuldades do país.

OS FILHOS DE BOLSONARO ATRAPALHAM O PALCO

Flávio, Eduardo e até mesmo Carlos Bolsonaro:

  • Criam crises internas no PL.

  • Exploram pautas radicais que espantam aliados moderados.

  • Impedem que novos nomes cresçam.

  • Apostam na nostalgia do bolsonarismo, que já não tem peso eleitoral de antes.

O comportamento do núcleo familiar atrapalha qualquer tentativa real de reorganização da direita.

O MAIOR INIMIGO DA DIREITA HOJE É A PRÓPRIA DIREITA

Não é Lula o problema.
É a incapacidade interna de aceitar a realidade e construir uma saída.

Enquanto isso:

  • A base conservadora fica órfã

  • Os partidos se movimentam sem coordenação

  • As candidaturas se sobrepõem sem clareza

  • O eleitor moderado migra para quem parece mais estável

O TEMPO ELEITORAL AVANÇA 


A definição do projeto da direita para 2026 deveria ter começado ontem.
O que está em jogo:

  • Quem será o candidato?

  • Qual será a narrativa?

  • Como ampliar o eleitorado?

  • Qual será o discurso para o centro?

  • Como se desvincular do extremismo sem perder a base?

A cada semana de indefinição, Lula avança um passo a mais.
E a direita perde mais uma fatia do caminho.

A DIREITA PRECISA ACORDAR

Para sobreviver eleitoralmente:

  • Precisa escolher um protagonista.

  • Precisa abandonar fantasias sobre Bolsonaro.

  • Precisa construir projeto consistente e moderado.

  • Precisa unir partidos e lideranças.

O Brasil caminha para uma eleição em que Lula já está no páreo, aquecido e articulado — enquanto a direita segue procurando o sapato certo, mas sem sequer saber o número.

O relógio eleitoral não para.
E quem está atrasado, perde.

É isso!

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