Apesar de Jair Bolsonaro ter sido condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pelo envolvimento na tentativa de golpe de 2022, sua detenção atual não é relacionada ao cumprimento dessa pena. Moraes ordenou a prisão preventiva para, segundo ele, “garantir a ordem pública”, diante do potencial explosivo do ato convocado pelo filho do ex-presidente.
A publicação de Flávio Bolsonaro, chamando apoiadores para uma vigília em frente ao condomínio onde o pai reside, foi interpretada pela PF como um risco de mobilização massiva e descontrole. No despacho, Moraes foi direto: o senador estaria reproduzindo o mesmo “modus operandi” da organização criminosa que tentou subverter o processo democrático em 2022, usando a chamada “milícia digital” para espalhar mensagens capazes de inflamar seus seguidores.
O ministro apontou que a vigília poderia crescer rapidamente e tomar proporções semelhantes às manifestações conduzidas por apoiadores do ex-presidente no entorno de quartéis no fim de 2022 — episódios que terminaram com ataques às instituições e instabilidade nacional.
Bolsonaro foi detido por volta das 6h, levado sem algemas à Superintendência da Polícia Federal em Brasília, seguindo protocolo que assegura dignidade ao ex-mandatário. Michelle Bolsonaro, que não estava presente no momento da ação, lamentou a prisão do marido nas redes sociais, publicando um trecho do Salmo 121, reforçando sua fé em meio ao momento turbulento.
A nova crise no núcleo Bolsonaro reacende debates sobre responsabilidade política, radicalização digital e os limites entre apoio público e incitação. Enquanto o caso avança nos desdobramentos jurídicos, um fato já está no centro da repercussão: pela interpretação do STF, foi a iniciativa de Flávio Bolsonaro que acendeu o pavio da prisão preventiva do próprio pai.
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