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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

COLUNA POLÍTICA | CENÁRIO DE DEPUTADO EM CARUARU| NA LUPA 🔎 | POR EDNEY SOUTO

CARUARU EM EBULIÇÃO: A MAIOR DISPUTA POR REPRESENTATIVIDADE DA HISTÓRIA RECENTE RUMO A 2026

Caruaru, a capital política do Agreste, retorna ao centro do tabuleiro após perder quase toda sua bancada em 2022. O vácuo deixado pela saída de nomes tradicionais abriu espaço para novas lideranças e para a reestruturação de grupos que sempre dominaram o cenário local. Há movimentos intensos na base da governadora Raquel Lyra, no núcleo do prefeito Rodrigo Pinheiro, no PT, no bolsonarismo, no Republicanos e no Progressistas. A multiplicidade de pré-candidaturas cria um ambiente de disputa acirrada — e, ao mesmo tempo, de incertezas — que promete transformar 2026 numa das eleições mais pulverizadas da história do município.
A seguir, todos os principais movimentos.

O VAZIO POLÍTICO DE 2022 E O RENASCIMENTO OBRIGATÓRIO DE CARUARU


A derrota simultânea de Tony Gel, Delegado Lessa e Zé Queiroz para a Alepe, somada à perda da cadeira federal de Wolney Queiroz, deixou Caruaru com um dos menores níveis de representatividade em décadas. Isso gerou pressão total para a construção de novas lideranças — e reativou disputas antigas entre grupos tradicionais que agora voltam a testar forças.

O PESO DE RAQUEL LYRA E O REFORÇO AO PROJETO DO AGRESTE

Com a chegada de Raquel ao Governo do Estado, Caruaru recuperou protagonismo institucional. A governadora passou a ser uma espécie de “âncora política” para nomes do Agreste e, especialmente, para pré-candidatos da capital do forró. Seu apoio será decisivo para quem pretende disputar tanto a Alepe quanto a Câmara Federal.

ANDRÉ TEIXEIRA FILHO: O NOME DO GOVERNO PARA REPRESENTAR CARUARU

André Teixeira Filho (PSD) desponta como o nome mais forte do núcleo raquelista.
Ele reúne:
– boa articulação técnica e política,
– presença estadual nas pautas de mobilidade, infraestrutura e habitação,
– trânsito com deputados e prefeitos,
– e forte influência no empresariado caruaruense.

Dependendo da estratégia da governadora, André pode disputar tanto estadual quanto federal — e sua chegada ao PSD fortalece, inclusive, alianças com Rodrigo Pinheiro.

FERNANDO RODOLFO E A GUERRA PELA SOBREVIVÊNCIA DO BOLSONARISMO NO AGRESTE

O deputado federal busca renovar o mandato, apostando em militância orgânica, lives, influência digital e no núcleo bolsonarista da cidade. Ajudou a eleger Silvio Nascimento vereador e deve utilizá-lo como tropa de choque.
Com Bolsonaro preso e desgastado, Rodolfo trabalha para assumir o comando simbólico do bolsonarismo no Agreste e evitar perder terreno para o PL de outras regiões.

O RETORNO DE WOLNEY: MINISTÉRIO, MUSCULAÇÃO E O DEVER DE VOLTAR A BRASÍLIA

Wolney Queiroz (PDT), hoje ministro da Previdência Social, articula seu retorno à Câmara Federal.
Tem três trunfos:
– força do governo Lula,
– prestígio nacional,
– forte memória eleitoral em Caruaru.

Zé Queiroz trabalha para voltar à Alepe, e a dobradinha histórica com os Rodrigues pode se repetir — ou ser quebrada caso Tony Gel ou Tonynho Rodrigues escolham caminhos próprios. A perca do comando do PDT no dia de ontem pode reconfigurar tudo para os Queiroz.

A INCÓGNITA TONY GEL E O DESTINO DO MDB EM CARUARU

Tony Gel segue sem anunciar se tentará federal ou estadual.
Há três cenários possíveis:

  1. dobrar com Wolney;

  2. disputar sozinho fortalecendo o MDB;

  3. formar composição com grupos menores para evitar isolamento.

A resposta impacta o destino de vários blocos tradicionais da cidade.

ROSA AMORIM: O PT QUER UMA FEDERAL DE CARUARU, MAS FALTA CAPILARIDADE

A deputada estadual Rosa Amorim tentará vaga federal, sustentada pelo PT nacional e pelo campo progressista. Porém, precisa ampliar presença social e política na cidade.
Seu principal aliado é o vereador Edilson do MST, mas o partido sofre com palanques cruzados devido à presença de Anderson Luiz, que segue outra aliança federal (Fernando Monteiro).

ANDERSON LUIZ: A VOZ DE RODRIGO PINHEIRO RUMO À ALEPE

O secretário de Articulação Política é o nome oficial do prefeito para disputar vaga estadual.
Sua força vem de:
– fidelidade absoluta ao prefeito,
– habilidade de articulação,
– construção da chapa que elegeu quatro vereadores do Podemos,
– e participação direta na aliança Rodrigo + Raquel que levou Fernando Monteiro ao PSD.

É hoje uma das pré-candidaturas mais sólidas. Breve migra para o PSD em grande ato.

FERNANDO MONTEIRO: A MISSÃO DE SER O FEDERAL DO GRUPO DE RODRIGO

Fernando Monteiro já tem caminhos montados no PSD e alianças com Rodrigo Pinheiro.
Fez dobradinha com Lessa em 2022, mas agora aposta em ampliar raízes em Caruaru.
Se entregar obras e recursos, pode sair majoritário na cidade — algo que nunca conquistou.

DELEGADO LESSA E O REPUBLICANOS EM BUSCA DE PROTAGONISMO

O ex-deputado estadual e atual vereador busca chegar à Câmara Federal com apoio do ministro Silvio Costa Filho.
Sua dificuldade é recuperar musculatura após não disputar a majoritária em 2024, mas sua entrada no Republicanos lhe dá estrutura e palanque estadual.

ANDERSON CORREIA: O VEREADOR MAIS VOTADO E UM CANDIDATO ESTADUAL NATURAL

O Progressistas já enxergou Anderson Correia como prioridade.
Com votação expressiva, liderança nas redes sociais e apoio do PP estadual, seu nome caminha para ser um dos favoritos à Alepe.
É figura estratégica para alianças com Toritama e o Polo de Confecções.

CABO CARDOSO E O SETOR DA SEGURANÇA EM ASCENSÃO

O vereador reeleito deve disputar vaga estadual formando dobradinha com o deputado federal Coronel Meira (PL).
Cardoso é o nome mais forte do segmento da segurança pública na cidade e tende a atrair voto da polícia e da base conservadora.

EDILSON TAVARES: O PREFEITO DE TORITAMA QUER SER O FEDERAL DO POLO DE CONFECÇÕES

Edilson Tavares (PP) prepara-se para disputar vaga federal usando como bandeira o Polo de Confecções do Agreste.
Sua aliança com Anderson Correia fortalece o PP tanto em Caruaru quanto em Toritama.
O partido passa a ter uma das estratégias mais bem estruturadas da região.

OUTROS NOMES NA PISTA: RAFFIÊ, DILSON OLIVEIRA E ARMANDINHO

Raffiê Dellon (União Brasil), Dilson Oliveira (União) e Armandinho (Solidariedade) devem entrar na disputa por vagas estaduais ou federais.
São nomes com recall eleitoral, presença de mídia e base própria — dificultando ainda mais o cenário já superpovoado da cidade.

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