O ambiente, repleto de fotos históricas, jingles recriados e depoimentos espontâneos, transformou a homenagem em uma viagem ao tempo, evocando não apenas a campanha vitoriosa, mas também o sentimento de libertação que marcou o país naquele momento. Embora hoje afastado da vida pública, Jarbas fez questão de comparecer, cumprimentando amigos e posando para fotos, enquanto era aplaudido repetidamente pelos presentes.
A eleição de 1985, vencida por ele em meio a uma intensa disputa interna no PMDB — que terminou por lançar Sérgio Murilo como candidato — forçou Jarbas a migrar para o PSB de Miguel Arraes, em um movimento histórico que deu início a uma aliança ampla em defesa da democracia. Esse episódio foi relembrado por João Braga, coordenador daquela campanha e único orador oficial da noite, que emocionou o público ao reviver bastidores, tensões e as estratégias que levaram a uma vitória considerada improvável à época.
Entre os que discursaram de forma informal estava o deputado estadual Jarbas Filho (MDB), que ressaltou o peso histórico da data e o orgulho em carregar o legado do pai. Para ele, lembrar 1985 é recordar um período em que a coragem política foi fundamental para romper o ciclo autoritário e abrir caminhos para a expressão popular.
Personalidades de diferentes correntes políticas reforçaram o caráter plural do legado de Jarbas. O senador Fernando Dueire destacou as prefeituras de bairro, símbolo da descentralização administrativa implementada nas gestões do homenageado; a vice-governadora Priscila Krause ressaltou sua habilidade de unir adversários em nome da democracia; e o ex-prefeito João Paulo recordou parcerias institucionais construídas mesmo após disputas eleitorais intensas.
O encontro no “Debate”, que também completa 40 anos em 2025, funcionou como um marco geracional, reafirmando valores democráticos e revisitando uma trajetória que ultrapassa partidos e atravessa diferentes momentos do Estado. Ao final, prevaleceu a percepção de que Jarbas Vasconcelos continua sendo uma referência moral e política para Pernambuco — uma espécie de bússola em tempos de polarização.
Para muitos presentes, celebrar essa história não é apenas reverenciar o passado, mas reafirmar a necessidade de preservá-lo. Como sintetizou Priscila Krause, “Jarbas é um canhão de luz apontado para a democracia, uma lembrança viva de que a política pode ser feita com coragem, diálogo e compromisso”.
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