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domingo, 21 de dezembro de 2025

FUX FREIA NORMA DA FAZENDA E LIBERA CONTAS DE BENEFICIÁRIOS EM SITES DE APOSTAS

Uma decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), alterou de forma significativa os efeitos da norma do Ministério da Fazenda que restringia o acesso de beneficiários de programas sociais às plataformas de apostas eletrônicas, conhecidas como bets. Em despacho proferido na última sexta-feira (19), o magistrado suspendeu parcialmente a regra que impedia o cadastro e determinava o bloqueio de contas de usuários vinculados ao Bolsa Família e ao Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Ao analisar pedido liminar apresentado pela Associação Nacional de Jogos e Loterias, Fux considerou que a aplicação imediata da norma poderia provocar danos irreversíveis, especialmente diante do encerramento de contas já existentes. Com isso, determinou o desbloqueio das contas ativas e a reativação daquelas que haviam sido encerradas após a publicação da medida pelo Ministério da Fazenda.

Na decisão, o ministro destacou a urgência do caso, levando em conta a proximidade do recesso forense e o impacto concreto das restrições impostas. Segundo ele, a cautelar se faz necessária para evitar prejuízos enquanto o mérito da controvérsia não é analisado de forma definitiva pelo Supremo. “Considerando a iminência do recesso forense e o risco de irreversibilidade de atos concretos praticados sob a égide dos citados atos normativos, defiro parcialmente o pedido cautelar”, afirmou Fux no despacho.

Apesar do recuo parcial, a norma não foi derrubada por completo. A proibição segue válida para novos cadastros e para a abertura de novas contas por beneficiários de programas sociais nas plataformas de apostas online. Ou seja, apenas usuários que já possuíam contas antes da edição da regra poderão mantê-las ativas até nova deliberação do STF.

Como próximo passo, o ministro agendou uma audiência de conciliação entre as partes envolvidas para o dia 10 de fevereiro de 2026. O encontro deverá servir como tentativa de mediação e esclarecimento dos impactos sociais, econômicos e jurídicos da restrição, além de buscar uma solução equilibrada entre a proteção dos beneficiários de programas sociais e o funcionamento do setor de apostas no país.

A decisão reacende o debate sobre os limites da atuação do Estado na regulação das apostas eletrônicas e sobre a forma como políticas públicas de proteção social devem dialogar com novas atividades econômicas que ganham espaço no Brasil.

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