De acordo com informações obtidas por investigadores e reveladas pela TV Globo, o dinheiro estava acondicionado dentro de um saco preto, guardado em um armário do imóvel utilizado pelo parlamentar na capital federal. A quantia em espécie chamou a atenção dos agentes, tanto pelo volume elevado quanto pelas circunstâncias em que foi encontrada, e será agora analisada no contexto das investigações em curso.
A Operação Galho Fraco foi deflagrada para apurar indícios de contratos considerados fraudulentos firmados com uma locadora de veículos. Segundo a linha de investigação, esses contratos teriam sido utilizados para justificar gastos da cota parlamentar, desviando recursos públicos por meio de serviços que, em tese, não teriam sido efetivamente prestados ou estariam superfaturados. A PF busca esclarecer se houve montagem de documentação falsa para dar aparência de legalidade às despesas.
Os mandados cumpridos nesta sexta-feira foram autorizados pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), instância responsável por supervisionar investigações que envolvem parlamentares com foro privilegiado. Além do flat em Brasília, outros endereços ligados ao deputado e a pessoas investigadas também teriam sido alvos das diligências, com a apreensão de documentos, equipamentos eletrônicos e materiais considerados relevantes para a apuração.
Em nota ou manifestações anteriores, parlamentares investigados em operações semelhantes costumam afirmar que os recursos possuem origem lícita e que todas as despesas foram realizadas dentro da legalidade, mas, até o momento, não houve divulgação oficial de posicionamento detalhado de Sóstenes Cavalcante sobre a apreensão do dinheiro. A defesa deverá ter acesso ao material recolhido e poderá apresentar esclarecimentos ao STF.
A Polícia Federal segue analisando o conteúdo apreendido e cruzando informações financeiras, contratuais e fiscais para identificar eventuais responsabilidades criminais. Caso as suspeitas sejam confirmadas, os investigados poderão responder por crimes como peculato, falsidade ideológica e organização criminosa. A operação reforça o cerco das autoridades a possíveis irregularidades no uso de verbas públicas no Congresso Nacional e mantém o caso no centro do debate político em Brasília.
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