terça-feira, 3 de maio de 2011

RIO FORMOSO DEBAIXO DE AGUA

Rio Formoso sobe e alaga a cidade. Mais de 900 famílias ficaram desalojadas e 200 estão desabrigadas Ter, 03 de Maio de 2011 10:38



O alagamento provocado pelo transbordamento do rio Formoso, que corta o município de mesmo nome, na Zona da Mata Sul do Estado, localizado a 91 quilômetros do Recife, deixou centenas de pessoas prejudicadas. De acordo com o órgão de defesa civil do município, cerca de 300 famílias tiveram que deixar de imediato as ruas da Lama, Santa Luzia, da Levada e da Pista, situadas na área central da cidade, que foram totalmente tomadas pelas águas do rio, ficando intransitáveis. Muitas delas foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros (CB) e levadas para abrigos improvisados em escolas e igrejas. Segundo cálculo da administração municipal, 910 famílias ficaram desalojadas e outras 200 estão desabrigadas. Todas moram na zona ribeirinha do centro da cidade.

Houve também registros de deslizamento de barreira, e de uma residência atingida na comunidade Olho D’Água, mas sem deixar vítimas. As famílias que tiveram que deixar suas casas estão abrigadas nas escolas Paulo Guerra e Pedro de Albuquerque, ProJovem, além da Igreja do Rosário. Outras foram orientadas a se abrigarem em casas de parentes. O órgão informou que a prefeitura já providenciou a compra de 120 colchões, além de alimentos para os desabrigados e contratação de merendeiras para cuidar da distribuição das refeições.

Para o agricultor José Tomé da Silva Filho, 39, a situação está complicada, pois já é a segunda vez que ele corre o risco de perder o imóvel. A primeira foi em 2000, quando o mesmo rio também encheu e levou sua casa. Ontem, por recomendação da equipe da Prefeitura, o agricultor teve que deixar a residência novamente. Ele mora no local com a esposa, filha e enteada. “Eu vou voltar à minha casa para ver o que sobrou”, lamentou ele, que está abrigado com a família em uma escola municipal. Na mesma situação está o outro agricultor José Ricardo da Silva, 32. A residência dele é de taipa, assim como a de outras famílias. “Tenho certeza que quando a água baixar, a minha casa vai estar destruída“, relatou, acrescentando: “Teve gente que colocou o fogão e até geladeira em cima do sofá, tentando salvá-los, mas não teve jeito. Foi chuva a noite toda e como aqui é um lugar baixo, a água subiu e molhou tudo”, detalhou.

Durante o dia de ontem, o prefeito Hely Farias acompanhou as obras de vistoria e de colocação de lonas nas áreas de risco. “Foram cerca de mil casas atingidas por alagamentos e chuvas, além de um desabamento na comunidade Olho D’Água II, área de morro. O que estamos fazendo é apenas uma ação emergencial paliativa”, enfatizou. Ainda de acordo com o prefeito, existe um projeto no valor de R$ 900 mil, que precisa ser aprovado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O projeto, ainda de acordo com a administração municipal, visa melhorias no bairro Olho D’Água, o qual é o mais prejudicado em época de inverno rigoroso, já que é área de morro.

Da Folha de Pernambuco

Nenhum comentário: