segunda-feira, 20 de junho de 2011

AL RN PB E PE UM SÓ ESTADO!

Geógrafo defende fusão do RN, Paraíba, Pernambuco e Alagoas em um único estado


O Congresso Nacional quer redividir o Brasil, criando pelo menos sete estados e quatro territórios federais. O principal argumento para esse redesenho do mapa são as desigualdades sociais dentro das próprias unidades da Federação.
 
 
A Câmara já aprovou a realização de uma consulta popular para saber o que pensa a população do Pará sobre a divisão do estado em três - Tapajós, Carajás e Pará. Aprovado praticamente pela maioria dos deputados, o projeto, que também teve o aval do Senado, não é unanimidade.Na contramão dos parlamentares, o geógrafo e professor da Universidade de São Paulo (USP) André Roberto Martin defende uma nova organização, com a fusão de estados. Pela proposta de Martin, especialista em geografia política e regional, diminuir o número de estados é o melhor caminho para o país resolver dois de seus gargalos: "A desproporcionalidade de representação no Congresso e a necessidade de uma reforma tributária que ordene direitos e deveres dos entes federativos".O geógrafo defende a redução para 14 estados e a criação de três territórios federais. O Brasil tem hoje 26 estados, além do Distrito Federal. Para ele, o principal problema das propostas em tramitação no Congresso é a falta de visão nacional. "Todas têm sempre um objetivo mesquinho: ou se apropriar de um recurso (caso da mineração em Carajás e Tapajós) ou se livrar do descaso do 'estado-sede', sem se preocupar com o destino desse último".
 
 
A proposta de Martin seria fundir Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas a Pernambuco, para fortalecer a Região Nordeste dentro da Federação. O Espírito Santo se uniria ao Rio de Janeiro. Mato Grosso e Mato Grosso do Sul se juntariam e Tocantins voltaria a pertencer a Goiás. Roraima, que até a década de 1980 era território, seria incorporado pelo Amazonas. E o antigo território do Amapá, elevado à condição de estado em 1988, seria englobado pelo Pará.
 
 
"Recorro à história, à geografia e à ciência política para dizer que o Nordeste se enfraqueceu à medida em que se subdividiu. Sua economia perdeutônus e Recife definhou perante Rio e São Paulo. Restaurar o velho Leão do Norte, capitania-geral que reunia Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, seria hoje revolucionário", defende. Para o autor de tão polêmica proposta de aglutinação - que passa longe da cabeça dos parlamentares, pois não há projeto dessa natureza em tramitação -, a consulta sobre a criação de novos estados é totalmente extemporânea.

Diário de Natal Online

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