Caso Giovanna: Contradições envolvem a versão de
Tony Bandeira
Uma confidência supostamente feita por Giovanna Tenório de Andrade a uma pessoa de sua confiança, poucos dias antes de sua morte, pode comprometer uma das principais alegações do empresário Antônio de Pádua Bandeira, o Toni, para negar sua participação no assassinato da universitária, com quem teve um caso amoroso. Ele não é considerado oficialmente suspeito do crime, mas já deu entrevistas para se declarar inocente.
De acordo com o relato feito pela testemunha à família da vítima, Giovanna lhe contou, uma semana antes de ser assassinada, que Toni ligou, do telefone fixo de sua casa, em Rio Largo, para o seu celular. Durante a conversa com o ex-namorado, Giovanna ouviu do outro lado da linha uma voz de mulher gritando: “É essa rapariga de novo, é?” – e Toni desligou. De acordo com a testemunha, Giovanna supôs que a voz de mulher era de Mirela Granconato, esposa de Toni, que teria ficado exasperada ao flagrar o marido conversando ao telefone com ela.
Contradição
A testemunha - cuja identidade é mantida em sigilo - está arrolada para prestar depoimento nas investigações. Se o telefonema puder ser comprovado pela polícia com a quebra de sigilo das linhas telefônicas, Toni terá dificuldade em manter sua alegação de que não falava com Giovanna havia mais de dois meses. Ele declarou, em entrevista à imprensa, que seu último contato com a ex-namorada foi no dia 25 de março passado. A estudante foi raptada e assassinada no dia 2 de junho. O telefonema de Toni, pelo relato da testemunha, teria sido feito na semana anterior ao crime, ou seja, no final de maio.
A veracidade dessas revelações poderá ser comprovada, ou não, quando a polícia tiver em mãos os extratos das ligações feitas e recebidas por todas as linhas telefônicas cujo sigilo foi quebrado pela 17ª Vara Criminal.
Os telefonemas
Outra afirmação de Toni Bandeira feita à imprensa também é desmentida pela família de Giovanna. Os familiares negam, enfaticamente, que algum deles tenha ligado para Toni Bandeira pedindo desculpas por supostamente tê-lo colocado sob suspeita no desaparecimento de Giovanna. Afirmam que efetivamente ligaram para Toni no sábado, dia 4 – dois dias depois que a estudante sumiu – para saber se Giovanna estava com ele. E que na segunda-feira, dia 6 – quando o corpo da estudante foi encontrado –, Toni ligou para Larissa, a irmã caçula de Giovanna, e disse a ela que nada tinha a ver com o caso.
"Na cena do crime"
O advogado Welton Roberto, contratado pela família de Giovanna para atuar no caso, disse que todas as informações recolhidas pela família e por amigos da vítima estão sendo levadas à polícia para ajudar nas investigações, assim como as mensagens via celular de Mirela para Giovanna, enviadas no ano passado. "Há contradições, e o próprio casal é que está se colocando na cena do crime", disse Welton.
Defesa rebate
O advogado Raimundo Palmeira, que atua na defesa de Toni Bandeira e Mirela Granconato, disse na noite desta sexta-feira ao Tudo na Hora que a investigação "deve incluir todas as pessoas que possam ter relação com a vítima, tanto o casal Toni e Mirela como também os amigos de Giovanna”.
Palmeira disse que ouviu de Toni o relato de que o telefonema que sweu cliente recebeu da família de Giovanna foi na quinta-feira, dia do desaparecimento da estudante, e não no sábado, dia 4. “Os familiares estavam tensos, é a comoção por causa da tragédia, por isso devem ter confundido as datas”, disse o advogado. “O Toni me disse que a quebra do sigilo telefônico comprovará isso”.
Parabéns no aniversário
Sobre o telefonema relatado pela testemunha, que teria sido feito por Toni, do telefone fixo de sua casa, para Giovanna – e que teria sido flagrado por Mirela –, Raimundo Palmeira disse que não pode dar opinião sobre isso porque não sabia e não perguntou ao seu cliente. Mas ele deu outra informação. “O Toni disse que no dia de seu aniversário – não lembro a data exata, mas é entre 20 e 25 de maio – Giovanna telefonou a ele para dar os parabéns. Toni diz que a ligação foi feita para seu supermercado, em Rio Largo, e Giovanna teria lhe dado parabéns em uma ligação atendida por um funcionário. Toni disse que a quebra do sigilo telefônico provará isso também”, disse Palmeira. "Eles [Toni e Giovanna] não tinham mais namoro desde o fim do ano passado ou início deste ano, mas continuaram amigos; ela até fazia favores para ele. Imprimia boletos de pagamento da faculdade quando ele pedia", disse Palmeira.
Três versões
Agora, há três versões sobre o último contato entre Toni e Giovanna: 1) O próprio Toni afirmara que o último contato que teve com a ex-namorada foi em 25 de março; 2) A testemunha diz ter ouvido de Giovanna que Toni lhe ligara na semana anterior ao desaparecimento (ou seja, no final de maio); 3) Agora, Toni diz que recebeu ligação de Giovanna no dia de seu aniversário, entre 20 e 25 de maio.
Raimundo Palmeira diz que não é bem assim: “No dia 25 de março foi o último contato pessoal que Toni teve com ela. Ele não se referiu a contato por telefone”.
Vida pregressa
Palmeira reclama do fato de o noticiário estar “explorando” a vida passada de seu cliente. “A investigação deve ser sobre todas as pessoas que eram próximas da vítima. Deve incluir o Toni e a Mirela, concordo, mas também as outras pessoas que tinham relação com a Giovanna, inclusive amigos dela”.
O advogado argumenta com o relato de uma testemunha que diz ter visto Giovanna entrando em um carro escuro, logo depois de sair do Cesmac na quinta-feira. “Se ela entrou naquele carro, é porque lá dentro havia gente que ela conhecia. Poderia ter sido o Toni, como estão dizendo, mas também poderia ser outra pessoa conhecida de Giovanna. Não se pode descartar ninguém”, afirma.
Amadores
Palmeira disse acreditar que, pelas características do crime, Giovanna pode não ter sido assassinada por matadores profissionais pagos por mandantes. Seu argumento: “O uso de uma corda de náilon pode significar que foi um instrumento usado de improviso para o crime. Ela pode ter sido morta até por causa de algum fato que aconteceu depois de ter entrado no carro, e não de forma premeditada”.
O caso
Giovanna desapareceu na quinta-feira, 2 de junho, depois de sair do Cesmac, no bairro do Farol, onde cursava o oitavo período de Fisioterapia. Ela disse que ia almoçar num restaurante próximo e voltaria para as aulas da tarde. Seu corpo foi encontrado na segunda-feira, dia 6, em um canavial em Rio Largo. Conforme a necropsia, ela foi morta por enforcamento, com uma corda de náilon. O laudo não constatou evidências de espancamento nem violência sexual. O caso está sendo investigado pela equipe da Divisão Anti-Sequestro da Polícia Civil, sob o comando do delegado Francisco Amorim Terceiro, que vem repetindo que não pode passar informações à imprensa para não prejudicar a apuração.
Fonte: Tudonahora
De acordo com o relato feito pela testemunha à família da vítima, Giovanna lhe contou, uma semana antes de ser assassinada, que Toni ligou, do telefone fixo de sua casa, em Rio Largo, para o seu celular. Durante a conversa com o ex-namorado, Giovanna ouviu do outro lado da linha uma voz de mulher gritando: “É essa rapariga de novo, é?” – e Toni desligou. De acordo com a testemunha, Giovanna supôs que a voz de mulher era de Mirela Granconato, esposa de Toni, que teria ficado exasperada ao flagrar o marido conversando ao telefone com ela.
Contradição
A testemunha - cuja identidade é mantida em sigilo - está arrolada para prestar depoimento nas investigações. Se o telefonema puder ser comprovado pela polícia com a quebra de sigilo das linhas telefônicas, Toni terá dificuldade em manter sua alegação de que não falava com Giovanna havia mais de dois meses. Ele declarou, em entrevista à imprensa, que seu último contato com a ex-namorada foi no dia 25 de março passado. A estudante foi raptada e assassinada no dia 2 de junho. O telefonema de Toni, pelo relato da testemunha, teria sido feito na semana anterior ao crime, ou seja, no final de maio.
A veracidade dessas revelações poderá ser comprovada, ou não, quando a polícia tiver em mãos os extratos das ligações feitas e recebidas por todas as linhas telefônicas cujo sigilo foi quebrado pela 17ª Vara Criminal.
Os telefonemas
Outra afirmação de Toni Bandeira feita à imprensa também é desmentida pela família de Giovanna. Os familiares negam, enfaticamente, que algum deles tenha ligado para Toni Bandeira pedindo desculpas por supostamente tê-lo colocado sob suspeita no desaparecimento de Giovanna. Afirmam que efetivamente ligaram para Toni no sábado, dia 4 – dois dias depois que a estudante sumiu – para saber se Giovanna estava com ele. E que na segunda-feira, dia 6 – quando o corpo da estudante foi encontrado –, Toni ligou para Larissa, a irmã caçula de Giovanna, e disse a ela que nada tinha a ver com o caso.
"Na cena do crime"
O advogado Welton Roberto, contratado pela família de Giovanna para atuar no caso, disse que todas as informações recolhidas pela família e por amigos da vítima estão sendo levadas à polícia para ajudar nas investigações, assim como as mensagens via celular de Mirela para Giovanna, enviadas no ano passado. "Há contradições, e o próprio casal é que está se colocando na cena do crime", disse Welton.
Defesa rebate
O advogado Raimundo Palmeira, que atua na defesa de Toni Bandeira e Mirela Granconato, disse na noite desta sexta-feira ao Tudo na Hora que a investigação "deve incluir todas as pessoas que possam ter relação com a vítima, tanto o casal Toni e Mirela como também os amigos de Giovanna”.
Palmeira disse que ouviu de Toni o relato de que o telefonema que sweu cliente recebeu da família de Giovanna foi na quinta-feira, dia do desaparecimento da estudante, e não no sábado, dia 4. “Os familiares estavam tensos, é a comoção por causa da tragédia, por isso devem ter confundido as datas”, disse o advogado. “O Toni me disse que a quebra do sigilo telefônico comprovará isso”.
Parabéns no aniversário
Sobre o telefonema relatado pela testemunha, que teria sido feito por Toni, do telefone fixo de sua casa, para Giovanna – e que teria sido flagrado por Mirela –, Raimundo Palmeira disse que não pode dar opinião sobre isso porque não sabia e não perguntou ao seu cliente. Mas ele deu outra informação. “O Toni disse que no dia de seu aniversário – não lembro a data exata, mas é entre 20 e 25 de maio – Giovanna telefonou a ele para dar os parabéns. Toni diz que a ligação foi feita para seu supermercado, em Rio Largo, e Giovanna teria lhe dado parabéns em uma ligação atendida por um funcionário. Toni disse que a quebra do sigilo telefônico provará isso também”, disse Palmeira. "Eles [Toni e Giovanna] não tinham mais namoro desde o fim do ano passado ou início deste ano, mas continuaram amigos; ela até fazia favores para ele. Imprimia boletos de pagamento da faculdade quando ele pedia", disse Palmeira.
Três versões
Agora, há três versões sobre o último contato entre Toni e Giovanna: 1) O próprio Toni afirmara que o último contato que teve com a ex-namorada foi em 25 de março; 2) A testemunha diz ter ouvido de Giovanna que Toni lhe ligara na semana anterior ao desaparecimento (ou seja, no final de maio); 3) Agora, Toni diz que recebeu ligação de Giovanna no dia de seu aniversário, entre 20 e 25 de maio.
Raimundo Palmeira diz que não é bem assim: “No dia 25 de março foi o último contato pessoal que Toni teve com ela. Ele não se referiu a contato por telefone”.
Vida pregressa
Palmeira reclama do fato de o noticiário estar “explorando” a vida passada de seu cliente. “A investigação deve ser sobre todas as pessoas que eram próximas da vítima. Deve incluir o Toni e a Mirela, concordo, mas também as outras pessoas que tinham relação com a Giovanna, inclusive amigos dela”.
O advogado argumenta com o relato de uma testemunha que diz ter visto Giovanna entrando em um carro escuro, logo depois de sair do Cesmac na quinta-feira. “Se ela entrou naquele carro, é porque lá dentro havia gente que ela conhecia. Poderia ter sido o Toni, como estão dizendo, mas também poderia ser outra pessoa conhecida de Giovanna. Não se pode descartar ninguém”, afirma.
Amadores
Palmeira disse acreditar que, pelas características do crime, Giovanna pode não ter sido assassinada por matadores profissionais pagos por mandantes. Seu argumento: “O uso de uma corda de náilon pode significar que foi um instrumento usado de improviso para o crime. Ela pode ter sido morta até por causa de algum fato que aconteceu depois de ter entrado no carro, e não de forma premeditada”.
O caso
Giovanna desapareceu na quinta-feira, 2 de junho, depois de sair do Cesmac, no bairro do Farol, onde cursava o oitavo período de Fisioterapia. Ela disse que ia almoçar num restaurante próximo e voltaria para as aulas da tarde. Seu corpo foi encontrado na segunda-feira, dia 6, em um canavial em Rio Largo. Conforme a necropsia, ela foi morta por enforcamento, com uma corda de náilon. O laudo não constatou evidências de espancamento nem violência sexual. O caso está sendo investigado pela equipe da Divisão Anti-Sequestro da Polícia Civil, sob o comando do delegado Francisco Amorim Terceiro, que vem repetindo que não pode passar informações à imprensa para não prejudicar a apuração.
Fonte: Tudonahora
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