PAUDALHO TERÁ CENTRO DE ROMARIAS

Do Jornal do Commercio

SÃO SEVERINO DOS RAMOS Complexo para turismo religioso será construído no entorno do santuário, na Mata Norte pernambucana

Reduto de romeiros de várias partes do Nordeste, o Santuário de São Severino dos Ramos, em Paudalho, Mata Norte do Estado, luta para manter a posição de terceiro destino religioso do País. O local perde, apenas, para Aparecida, em São Paulo, e Juazeiro do Norte, no Ceará. No período de romarias, de setembro a janeiro, cerca de 3,5 mil fiéis visitam, semanalmente, o município. Apesar do potencial turístico, a primeira ação voltada para melhorar a infraestrutura do santuário foi tomada durante o aniversário de 200 anos da cidade, comemorado no último dia 27. Na ocasião, o governador do Estado assinou o decreto para transformar a área num Parque de Romarias.

Ao contrário de Juazeiro do Norte, que dispõe de amplo complexo para abrigar o turismo religioso, os romeiros de São Severino têm que improvisar para provar a fé ao santo. A devota Maria Vitória das Mercês, 58 anos, faz visitas ao local há mais de dez anos. De janeiro até hoje, ela já foi duas vezes e já planeja a próxima romaria para setembro.

No entanto, assim como outros fiéis, ela sente falta de uma estrutura melhor para receber os visitantes. Quando quero descansar tenho que me acomodar no chão, debaixo de um pé de jaca. O acesso à bica dos milagres é horrível, temos que passar pela linha do trem e é tudo esburacado, disse a devota. Ela também destacou o péssimo estado dos banheiros e cobra a construção de um restaurante. Até a igreja precisa de ajuda, os padres se esforçam para realizar as celebrações por causa da falta de estrutura do templo, acrescentou.

Segundo o gerente de Apoio aos Municípios e Entidades do Estado, Francisco Correia, após a assinatura do decreto foram iniciadas as desapropriações nos imóveis situados no entorno do santuário. Após os trâmites judiciais, será montado um comitê para gerenciar os projetos. O Parque de Romarias é um sonho do povo de Paudalho. Mais de 500 famílias sobrevivem do comércio na área. Com o projeto, a economia local será oxigenada e serão gerados novos empregos.