Um protesto convocado pelas redes sociais na internet contra o novo Código Florestal reuniu dezenas de manifestantes na tarde deste sábado no Vale do Anhangabaú, centro da capital de São Paulo. Segurando panos verdes nas mãos, os manifestantes posicionaram-se de forma a escrever a frase "Veta, Dilma", que podia ser lida do alto por curiosos que pararam sobre o Viaduto do Chá.
"Estamos à véspera de votação do novo Código Florestal. E a ideia é que todos os estados se mobilizem na campanha 'Veta, Dilma'. Na quarta-feira, em Brasília, vamos fazer uma manifestação com várias entidades para pedir que a presidente Dilma Rousseff cumpra o que foi prometido na eleição, de vetar o Código Florestal", disse Beloyanis Monteiro, coordenador de Mobilização da organização não-governamental SOS Mata Atlântica.
Um dos pontos mais criticados pelos manifestantes com relação ao Código Florestal diz respeito à anistia para os que desmataram ilegalmente até o dia 22 de julho de 2008. Estes não precisarão recuperar os locais devastados e poderão seguir com suas atividades. O grupo acredita que, ao aprovar o projeto, a presidente estará dando abertura para um desmatamento ainda maior.
O projeto que altera o Código Florestal (PL 1.876/99) foi aprovado na Câmara no ano passado. Como o Senado modificou o texto aprovado pelos deputados, a proposta será votada novamente pela Câmara na próxima terça-feira de forma definitiva. Depois disso, segue para a sanção da Presidência da República para ser efetivado.
Cientistas pedem novas mudanças
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) voltou a se manifestar contra a proposta da forma como saiu do Senado. Os cientistas da SBPC querem mudanças na matéria e o veto de alguns trechos colocados pelo senador Jorge Viana (PT-AC) - que foi o relator do projeto no Senado.
Um dos pontos que mais preocupam os cientistas é a redução das áreas de preservação permanente (APP) nas margens de rios. Um documento entregue pela SBPC ao relator da matéria na Câmara, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), e apoiado pela deputada Janete Capiberibe (PSB-AP), aponta que as APPs serão reduzidas em 50% com o novo texto.
Paulo Piau explicou que não pode incluir novas mudanças no projeto, uma vez que ele já passou pela Câmara e pelo Senado, e, agora, será apenas revisto. "Recebi um documento deles. Tudo aquilo que for importante para a gente colocar dentro do que foi negociado e que for permitido pelo regimento, a gente pode colocar. Mas eles pedem muita coisa que não é mais possível", justificou.
Segundo o relator, as discussões sobre o novo código não serão encerradas com a votação de terça-feira.
Com informações da Agência Brasil
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