A Câmara Municipal de Cuiabá decidiu fornecer gratuitamente aparelhos portáteis do tipo tablet aos 19 vereadores. O benefício motivou controvérsia e vem sendo chamado de "kit mordomia" por órgãos de imprensa de Mato Grosso.
Os equipamentos são do modelo Galaxy Note, da Samsung, um híbrido de tablet e smartphone. Serão entregues com R$ 150 em créditos mensais para ligações telefônicas e internet ilimitada.
Até ontem, doze vereadores haviam requisitado o equipamento, que tem preço médio de R$ 1.800 em lojas de departamentos.
"Não vejo problema algum. É uma ferramenta de trabalho", avaliou o vereador Domingos Sávio (PMDB), que já está utilizando o seu aparelho.
O vereador Antônio Ferreira de Souza (PSD) recusou a oferta. Em nota, disse considerar a medida "uma afronta" à população.
"Muito antes de assumir o cargo de vereador eu já pagava a minha conta de telefone. O vereador já é bem pago", disse. O salário dos vereadores de Cuiabá é de R$ 9.200.
O vereador Júlio Pinheiro (PTB), presidente da Câmara, disse que a aquisição dos aparelhos foi feita por meio de comodato, sem custos para o Legislativo municipal. Os vereadores deverão devolver os aparelhos ao final do mandato e assumir custos de eventuais danos e extravios.
"Quem não quer se modernizar? Aceitamos uma oferta da operadora de telefonia e os equipamentos não custaram um centavo sequer aos cofres públicos", disse Pinheiro.
O custo mensal com cada linha, segundo ele, será descontado da verba indenizatória do parlamentar, que hoje é de R$ 15 mil mensais.
Para Pinheiro, os vereadores precisam ter "acesso à informação e à modernidade". "Não vejo isso como um luxo", disse o petebista.
A polêmica, disse o presidente da Câmara, é "apenas o resultado do início do ano eleitoral". "O vereador que não quiser um aparelho, mesmo sabendo que não custa nada, vai deixar o kit mordomia, como estão chamando, para ficar com o kit demagogia.
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