Um local onde os indícios estruturais deixados e os muitos relatos dos moradores apontam para uma vida, a quatro, bastante conturbada. Essa foi a constatação observada pela reportagem da Folha de Pernambuco ao visitar, a comunidade onde Jorge Beltrão Negromonte, 50, Bruna Oliveira Cristina da Silva, 25, e Isabel Cristina Pires da Silveira, 51, conviviam no bairro de Rio Doce, em Olinda. Naquela localidade, em meio aos testemunhos dos moradores sobre o comportamento estranho do trio, a Folha ainda teve acesso, com exclusividade, as dependências da residência onde os três moravam e onde, possivelmente, estaria enterrado o corpo de Jéssica Camila da Silva Pereira, 22, uma das primeiras vítimas do trio.
Segundo os populares, apesar de surpresos com a barbaridade praticada pelo trio na cidade de Garanhuns, tanto Jorge quanto as duas mulheres (Bruna e Isabel) apresentavam comportamentos estranhos. “Jorge tinha uma mania de subir na árvore - todo coberto e só com os olhos aparecendo - observava as redondezas. Isso tanto de manhã quanto de noite. A mais nova (Bruna) geralmente vivia saindo com ele, enquanto a Isabel (esposa de Jorge) saia só. Ela (Isabel) sempre passava com um carrinho e toda coberta. Eles pareciam Árabes, só andavam encobertos. Ele cavava muitos buracos no quintal da casa. Eles tinham um comportamento estranho. Na casa deles tinha uma escadaria que ele (Jorge) fechou todinha para ninguém ver o que se passava lá dentro”, comentou um morador das proximidades da casa onde o trio conviveu por aproximadamente dois anos. “A criança apareceu do nada. Escutávamos também muitos gritos.
Sempre víamos Jorge, Bruna e Isabel saindo enquanto isso Jéssica, não”, acrescentou uma outra moradora.
Ainda segundo uma outra moradora da comunidade, Jéssica, supostamente morta pelo trio e escondida naquela residência, já foi vista em algum momento. “Teve um dia que vimos, de uma janela do quarto de cima, essa mulher (Jéssica). Ela, quando eles (Jorge, Bruna, Isabel e a criança) foram embora, não vimos ela saindo”, informou.
Somado aos relatos dos ex-vizinhos que apontam para alguma anormalidade do trio, caminhando pela casa onde o rapaz morou com Izabel, Bruna, Jéssica e a criança, alguns aspectos observados e mostram uma vida marcada pelo encarceramento e a privação. Ao longo do terreno, por exemplo, tijolos, feitos por Jorge, foram colocados para aumentar o muro. Segundo alguns moradores, o rapaz teria aumentado o muro sob a alegação de que estaria sendo vigiado por alguns vizinhos. Em outras partes da casa, ao invés de janelas para a livre circulação do ar, buracos foram construídos pelo rapaz nas paredes. No meio da casa, uma dependência chama a atenção: um corredor escondido por baixo da escadaria.
Em meio aos indícios e sabendo do duplo homicídio praticado pelo trio em Garanhuns, os atuais moradores da residência onde Jorge residiu se mostraram bastante admirados com o fato e arrependidos pela compra do imóvel. Segundo a dona-da-casa, a residência foi adquirida há aproximadamente três anos. Naquele momento, alguns buracos foram encontrados nos fundos da casa.
Para preservar a integridade e segurança, os moradores que relataram o comportamento do trio, não foram identificados nesta matéria.
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