sexta-feira, 11 de maio de 2012

Não tome sol, tome vitamina D!

Durante muitos e muitos anos, acreditamos que tomar banhos de sol diariamente era saudável porque através deles poderíamos fazer a transformação da forma inativa da vitamina D em sua forma ativa, que é a responsável pela reposição de cálcio para os nossos ossos. Dessa maneira, estaríamos evitando as tão temidas osteopenia/osteoporose. Sendo assim, passaram-se anos onde principalmente as pessoas idosas ou os recém-nascidos tomavam banhos de sol pela manhã, inclusive tendo-se a certeza de que esse sol matinal era benéfico à nossa saúde.

Tristes enganos! Em primeiro lugar, para que haja a transformação da forma inativa para a forma ativa de vitamina D, não basta ficar ao sol apenas 10 a 15 minutos!  É preciso permanecer o tempo necessário para haver um avermelhamento da pele, o que costumamos denominar na dermatologia de dose mínima eritematosa solar. Esse avermelhamento da pele depende muito de pessoa para pessoa, dada a sua tonalidade de pele: peles claras, morenas ou negras. Cientificamente, segundo a classificação de Fitzpatrick, temos seis diferentes fototipos (I a IV), na dependência da tonalidade cutânea, bem como do quanto ela se queima e/ou se bronzeia quando exposta ao sol. Se considerarmos esse aspecto, chegaremos facialmente à conclusão de que o tempo de permanência ao sol para haver essa conversão de vitaminada D também é muito variável de indivíduo para indivíduo! 

O segundo engano é que o sol pela manhã, principalmente entre 5 e 10 horas, possui muita radiação Ultravioleta A (UVA), que bronzeia lentamente a pele, sem deixá-la vermelha. No entanto, esse é o sol que mais promove o envelhecimento cutâneo e que pode estar relacionado com o temido Melanoma Maligno, nas pessoas geneticamente predispostas a este tipo de câncer.

O sol entre 10 e 15 horas é aquele rico em Ultravioleta B (UVB), que queima a pele, deixando-a avermelhada, porém é essa a radiação mais relacionada às manchas tipos sardas e/ou o melasma, além dos tumores tipo Carcinoma Basocelular e Carcinoma Espinocelular, especialmente nas exposições diárias e crônicas. Se considerarmos que as deficiências da vitamina D são determinadas através do nosso código genético e que, nos dias de hoje, é muito simples se obter uma dosagem laboratorial dessa vitamina D ativa através da coleta do nosso sangue, podemos dosar os seus níveis séricos e fazer a sua reposição, nos casos de estarem deficientes no nosso organismo.

Além do mais, atualmente temos no comércio vários produtos à base de vitamina D, que está recomendada não somente para os adultos, mas inclusive para as crianças a partir de 1 ano de idade. Estudos bem recentes ainda vêm tentando demonstrar que, além da reposição de cálcio para os ossos e da proteção contra os cânceres da pele, a vitamina D melhoraria o nosso sistema imunológico, afora nos proteger contra tumores sistêmicos, tais como os da próstata, o de mama e o de intestino.

Com todo esse conhecimento agora acumulado, fica muito mais fácil entender que tomar gotinhas de vitamina D todos os dias é dermatologicamente correto, além de promover saúde para o nosso organismo como um todo!

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