quinta-feira, 31 de maio de 2012

Rands joga pressão pra João da Costa

No discurso de de renúncia de Maurício Rands à candidatura à Prefeitura do Recife, no fim da tarde desta quarta-feira (30), o deputado federal licenciado Maurício Rands jogou a pressão para cima de João da Costa. Afirmou que a gestão do atual prefeito teve defeitos e encurralou Costa, apontando que a união do partido e da Frente Popular dependem da renúncia da candidatura de João da Costa.

A Prefeitura - Rands falou que tentou, enquanto trabalhou junto à Prefeitura, "reverter certas tendências, práticas", mas que não teria obtido sucesso. "Por isso", disse Rands, "foi um movimento natural o lançamento da minha candidatura."

Com o discurso de vitória que mantém desde o início da campanha, Rands tentou destacar que o ato dele é "em prol de algo maior". "Tínhamos a opção de ir às prévias, onde estávamos caminhando para uma vitória. Mas resolvi optar pelo esforço unificativo."

PT Unido - "Espero que este meu gesto [de abdicar da candidatura] contribua para este processo de unificação do partido", disse Rands. "A conversa em São Paulo [ontem] foi mais uma etapa, assim como este momento é uma etapa de um processo de unificação do partido. Queremos uma solução e que ela seja a mais tranquila possível", completou.

O deputado federal afirmou que não mudou de ideia da noite para o dia. "Nos últimos dias, conversando com companheiros e companheiras, vimos que precisamos fazer mais este esforço em nome da candidatura de Humberto, que está em melhores condições de unir o partido e a Frente Popular.

A Frente - A luta fraticida do PT do Recife afastou os líderes da Frente Popular. Eduardo Campos (PSB) e Armando Monteiro (PTB) mostraram insatisfação em vários momentos com o entrave petista.

O governador Eduardo, que é próximo de Lula, prometeu ao ex-presidente que iria aguardar o resultado da briga do PT. Já o senador Armando Monteiro, menos diplomático, deu diversas declarações públicas de que o embate no recife só deixava mais evidente que a Frente Popular precisa lançar uma alternativa ao nome petista.

Maurício Rands aproveitou seu discurso para tentar reconquistar a Frente Popular. "Agradeço a todos os partidos da Frente Popular, que tiveram a paciência e compreensão política para aguardar o resultado do PT", afirmou.

"Muitos líderes de partidos - por favor não me pergunte quais - falaram diretamente comigo e afirmaram que se João da Costa for o candidato do PT não haverá união na Frente Popular", disse Rands, pressionando o atual prefeito a desistir.

João da Costa - Jogando a responsabilidade para o prefeito, Maurício Rands apontou que o agora ex-adversário deve renunciar da candidatura "em nome de um projeto maior", como supostamente o próprio Rands fez.

"Em conversas aqui e em São Paulo, ele [João da Costa] disse que sim, seria possível um acordo em torno do nome de Humberto", denunciou Rands.

Ao saber que, naquele exato momento, João da Costa deu declaração [na Prefeitura] que não abandonaria a o pleito, Rands pressionou. "Espero que o prefeito mude o posicionamento. A outra candidatura precisa fazer o mesmo para que o PT possa estar unido."

Prévias canceladas por falta de adversário e reafirmada a candidatura de Costa - contrariando o posicionamento da Executiva Nacional, que prefere Humberto-, Rands foi questionado sobre que posicionamento teria a Nacinal diante da situação.

O deputado se esquivou, mas evidenciando a diferença de poder entre as duas instâncias que agora se opõem com mais clareza. "João da Costa fala por João da Costa. A Nacional fala pela Nacional".

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