sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Polícia pede prorrogação de prisão de sócios de boate e músicos, diz MP


A Polícia Civil de Santa Maria pediu na noite desta quinta-feira (31) a prorrogação da prisão dos dois sócios da boate Kiss por 30 dias, informou o Ministério Público do Rio Grande do Sul. Segundo a Promotoria, que deu parecer favorável ao pedido, há indícios de que tenha havido homicídio doloso (com intenção) no incêndio que deixou 235 mortos na boate na madrugada do domingo (27).
Estão presos desde segunda (28) o dono da boate Elissandro Spohr, seu sócio Mauro Hoffmann e os integrantes da banda Gurizada Fandangueira, o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o técnico de palco Luciano Augusto Bonilha Leão. O pedido pode ser decidido nesta sexta-feira (1º), quando se encerra a prisão temporária de cinco dias, pelo Judiciário.
Segundo o Ministério Público, a polícia afirma que a manutenção da prisão é necessária porque há risco para a continuação das investigações caso eles sejam soltos e possibilidade de fuga.
Já a Promotoria afirma que as investigações iniciais "indicam a presença do dolo na conduta dos representados, evidenciando a prática de homicídio doloso, portanto, tendo os representados assumido o risco de produzir o resultado morte de mais de duzentas pessoas, por meio de asfixia". Dolo é o crime cometido com intenção.
"Estamos diante, portanto, por ora, de crime de homicídio qualificado, o qual é considerado crime hediondo", afirmam os promotores Joel Oliveira Dutra e Waleska Flores Agostini, que assinam o parecer.
Ainda segundo o MP, os sócios "mantinham estabelecimento comercial que não tinha condições de operar e, mais, operavam de forma temerária", os "extintores não funcionavam", e "houve uso de artefatos pirotécnicos não permitidos para ambientes fechados".
Além disso, afirma a Promotoria, "houve a utilização de materiais altamente inflamáveis não permitidos para o isolamento acústico, que, segundo já noticiado, liberava substância tóxica (cianeto), que já foi detectado em uma das vítimas sobreviventes, ainda hoje internada junto ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre".

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