Gilson José da Silva, que trabalhava como forrador, e José Severino de Oliveira, que era o motorista, se revezam tomando conta do local. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Pres |
Agra foi sinônimo de cemitério por quatro gerações. O sobrenome, longe de ser comum, batizou a primeira funerária do Recife, a Casa do Agra, ainda em 1850, e viveu até no imaginário do poeta Augusto dos Anjos, que tinha uma relação com a morte quase tão íntima quanto a casa tinha com a cidade. Quase dez anos depois de sepultada junto ao seu último funeral, em 2004, a Casa Agra continua sendo aberta todos os dias. Onde antes se mantinham caixões, hoje há motos, paradas numa espécie de estacionamento mantido pelos últimos funcionários da empresa.
Na calmaria da Rua da Conceição, no Centro da capital, Gilson José da Silva, 58, faz um plantão de dois dias. Dedicou 34 anos à funerária, desde moleque, ainda com 16 anos, a maior parte como forrador. Depois que ela fechou, já são outras nove primaveras. Segue preso ao local, em toda sua memória: “Lembro a primeira vez que peguei num corpo. Quando o levantei pelos pés, o defunto soltou ar e eu o joguei longe. ‘Ele tá vivo’, eu dizia. E o pessoal rindo de mim, dizendo que era normal”. Desde então, a morte virou assunto besta.
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