quinta-feira, 15 de agosto de 2013

MORREU DE TRISTEZA - Papagaio apreendido pelo Ibama sob alegação de maus-tratos morreu na sede do órgão

Ordem judicial determinou a devolução da ave, mas animal morreu em junho. Dona do animal chegou a desmaiar ao receber a notícia

O papagaio Meu Lourinho, apreendido na Bomba do Hemetério em março deste ano pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), está morto desde 10 de junho passado. A notícia pegou de surpresa a defensora pública federal Marina Lago, que esteve nesta quinta-feira  sede do Ibama, em Casa Forte, acompanhada da dona da ave, Gedália Valentim Ferreira, 53 anos, para buscá-lo, em cumprimento a ordem emitida pela Justiça Federal de Pernambuco. Gedália, que entrou em depressão por conta da falta do animal, chegou a desmaiar ao saber da notícia. O Ibama não deu detalhaes sobre a morte de Meu Lourinho.

Na terça-feira passada, a Justiça Federal emitiu ofício encaminhando ao instituto a ordem, em caráter liminar, assinada pelo juiz federal da 2ª Vara Federal em Pernambuco Francisco Alves dos Santos Júnior determinando a devolução imediata da ave para a dona de casa. No início da manhã desta quinta-feira, a assessoria de Comunicação Social do Ibama informou, por meio de telefone, que o órgão não havia recebido o ofício da Justiça Federal. Depois, alegou que o papagaio não seria entregue a Gedália porque seria reintroduzido na natureza. 

Em seguida, Gedália e a defensora pública chegaram ao Ibama e souberam da morte do papagaio. A assessoria de Comunicação Social do Ibama informou que o órgão se pronunciaria por meio de nota, mas até o momento nenhum comunicado oficial foi enviado. A reportagem do Diario entrou em contato com o órgão, que adimitiu a morte do animal. 

ÚNICO COMPANHEIRO - A história do papagaio e de dona Gedália teve início quando ela encontrou a ave com uma garra quebrada no quintal da residência de seu irmão, em 2004, no bairro de Pau Ferro, Região Noroeste da Capital. A paixão pelo bichinho foi imediata. Desde então, Gedália levou o papagaio para casa, na Bomba do Hemetério, até que, em março deste ano, uma fiscalização do Ibama o apreendeu, alegando maus-tratos. Por conta da retirada do animal - sua única companhia em casa por nove anos -, Gedália entrou em depressão. Em junho, ela resolveu procurar a Defensoria Pública para dar entrada com uma ação. 

Na sexta-feira da semana passada, o juiz federal Francisco Alves dos Santos Júnior, em seu despacho, determinou que o papagaio fosse restituído em caráter provisório à Gedália  até a sentença definitiva. "Na prática, é um período de avaliação”, disse o juiz, avaliando que essa era a melhor solução para Gedália e o papagaio. "O animal também estava com depressão", afirmou o juiz, acrescentando que desde a apreensão, após ser levado para o Ibama, a ave deixou de falar e ficava muito quieta.

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