sexta-feira, 23 de agosto de 2013

No Recife, participantes de protesto por transporte público se dizem perseguidos

Participantes do protesto ocorrido no Recife nessa quarta-feira (21) pela impalntação do Passe Livre e instalação de uma CPI para investigar o setor aproveitaram a coletiva de imprensa realizada pela Frente de Luta pelo Transporte Público nesta sexta (23) para denunciar a imprensa perseguição por parte de supostos policiais.

De acordo com o estudante Pedro Paulo Berto, de 22 anos, que levou um tiro de bala de borracha na cabeça, um policial civil que se identificou apenas por "Mauro" tem feito ligações desde esta manhã convocando-o para um encontro no Parque 13 de Maio, área central do Recife.

"Nunca vi a polícia marcar encontro em um lugar que não seja a delegacia ou a casa da pessoa. Ele disse 'ou você vem aqui (no Parque) ou eu vou na sua casa", questiona o estudante, que é membro do grupo Resistência Pernambucana. Ele conta que fez um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Santo Amaro por causa do tiro e, agora, pretende acionar o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por causa da ligação, que ele considera uma ameaça.

O suposto policial, além de saber o telefone do jovem, mencionou seu endereço e o nome da mãe dele. Pedro Paulo conta que não participou dos atos de vandalismo ocorridos no protesto, até porque, quando a manifestação se intensificou, ele estava na delegacia, por causa do ferimento.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Polícia Civil reconheceu que marcar um encontro em um parque não é prática da corporação e orientou o estudante a fazer uma queixa na Corregedoria do órgão.
PROCESSO - Ainda durante a coletiva, o integrante do grupo Unidade Vermelha e participante dos protestos da Frente Rodrigo Dantas, 24 anos, - apontado pelo secretário de Defesa Social (SDS) como um dos líderes das depredações - avisou que vai processar o auxiliar do governador Eduardo Campos (PSB) por difamação.

"A organização de que faço parte não patrocinou qualquer tipo de vandalismo. Eu estou sendo usado como bode expiatório", avaliou.

Ele conta que a polícia chegou a realizar uma vistoria na sua casa e apenas encontrou bolas de gude e um estilingue. "Mesmo assim, foi dito que acharam bombas", lamenta
.

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