Da porta do quarto alugado para o acostamento da PE-60, em Rurópolis, comunidade de Ipojuca, Iara Mafalda dos Santos Silva, 32 anos, basta descer três degraus de uma escada de cimento para estar no acostamento da via. A distância, inferior a um metro, deixa a dona de casa temerosa de atropelamentos e aponta para um problema comum na Região Metropolitana. São as ocupações irregulares de espaços públicos que já foram indenizados no passado. A exemplo das que estão às margens de rodovias estaduais e federais, ferrovias e sob linhas de transmisssão de energia elétrica, e que agora, ou no futuro - por motivos de segurança, de ampliação ou melhorias das estradas e do sistema elétrico - exigem um segundo desembolso dos cofres públicos.
Os números exatos desses problemas nem sempre são conhecidos pelos órgãos governamentais. Mas a saída para solucioná-los, reconhecem, exige muitos investimentos. Para desobstruir a faixa de domínio da PE-01, em Olinda, por exemplo, o tesouro público estadual desembolsou R$ 527,3 mil para indenizar benfeitorias em 19 imóveis. Na área, foi erguido o viaduto do Complexo de Salgadinho. A conta tende a crescer na PE-60. A desobstrução da faixa de domínio do lado direito, para dar acesso à PE-38, exigiu a derrubada de 30 imóveis. Do lado esquerdo, onde mora Iara, os números devem ser parecidos. “Tem umas 30 casas para botar no chão”, disse o comerciante João Soares de Oliveira Filho, 40. A dele será demolida parcialmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário