A Secretaria de Saúde de Pernambuco contabilizou, de janeiro a maio deste ano, 15.687 vítimas de acidentes envolvendo motos no estado. Somente no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, no Grande Recife, quase todo o setor de ortopedia está ocupado por pacientes que se feriram em colisões com motocicletas. Em todas as enfermarias, há pelo menos um caso. De janeiro até agosto, foram atendidas 932 vítimas de acidente por transporte terrestre na unidade de saúde: 643, o que corresponde a 69% do total, estavam de moto.
Ainda de acordo com o Hospital Miguel Arraes, só no mês passado, foram operadas 113 pessoas que estavam pilotando ou na garupa.
Os acidentados de moto do Miguel Arraes têm um perfil parecido: 83% são homens e 65% deles têm entre 20 e 39 anos. Se estendermos a faixa etária até 59 anos, são 88%. Os dias mais frequentes de acidente são sábado e domingo.
Em geral, acidente de moto resulta em ferimentos graves. Muitas vítimas ficam com sequelas definitivas, sofrem amputações, não podem mais andar. Outras têm sequelas temporárias e ficam longos períodos sem trabalhar: de três meses a um ano. O auxiliar de serviços gerais Gilvan Silva, 39, sofreu acidente em 28 de março. Ele teve uma fratura exposta, fez quatro cirurgias, recebeu alta. Voltou para o hospital há dois dias e vai ter que se operar de novo pra corrigir uma deformidade. “Eu louco para ficar bom e fazer as minhas coisas, pagar as dívidas que estão todas penduradas e, infelizmente, esse tempo perdido é ouro”, afirmou.
De acordo com a Secretaria de Saúde, o tempo médio de internamento de um paciente acidentado de moto é de 30 dias. O custo desse tempo internado é R$ 230 mil. Se considerarmos o processo todo, incluindo fisioterapia, previdência social e outros gastos ficam em R$ 954 mil para cada paciente.
“Isso acontece com o paciente na idade produtiva, cada vez mais jovem, entrando no mercado de trabalho e vai ficar gerando despesa pra ele, sem haver sequer a certeza que ele vai voltar ao trabalho”, disse o médico Fagner Athayde.
Fonte: G1
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