Que tal se hospedar num albergue na sua próxima viagem de férias? Ou então alugar um quarto ou um apartamento para aproveitar os dias de descanso? Além de economizar, é possível ampliar o intercâmbio cultural, já que o contato com outras pessoas é maior. Seja qual for a sua preferência, o fato é que a procura pelos serviços de hospedagem alternativa têm crescido no país. Tanto que o número de turistas estrangeiros que optam pelos albergues e campings passou de 2,4% para 4,9% nos últimos seis anos. Nesse mesmo período, as hospedagens em casas alugadas passaram de 8% para 11,9%.
No Recife, a situação não é diferente. De acordo com um levantamento da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), em 2012 5,28% dos turistas oriundos de outros países escolheram os albergues, pensões ou hospedarias. “Os hotéis continuam com a preferência, tanto dos turistas nacionais quanto dos internacionais, mas já estamos percebendo um crescimento”, pontua a diretora de estruturação de turismo da Empetur, Jane Mendonça. Para ela, o comportamento é mais frequente entre os turistas internacionais devido a fatores culturais. “Eles adquirem esse hábito (de se hospedar em albergues e afins) desde cedo.”
Apesar disso, os brasileiros não ficam para trás. “Há uns cinco anos, 90% dos turistas que se hospedavam em albergues vinham do exterior, mas hoje a balança já está equilibrada, e metade do público é brasileira”, explica Karla Souto Maior, diretora de marketing da Hostelling International, federação que reúne mais de cem albergues em todo o país. Segundo ela, a maior parte do público tem entre 18 e 35 anos. “Mas existem muitas pessoas fora dessa média que também optam pelos locais, inclusive famílias”, ressalta. Ela diz ainda que o potencial turístico e o crescimento econômico do Nordeste fazem com que a região registre um dos maiores números de credenciamento de novos albergues.
É o caso da estudante paulista Taís Lima, 21. Ela trancou a faculdade em São Paulo e decidiu viajar por todo o Nordeste. “Comecei por Maceió, fiquei um tempo em Porto de Galinhas e decidi conhecer o Recife”, comenta a jovem, que em todas as cidades optou pelos albergues. “Além de conhecer outras pessoas, eu consigo ter uma economia grande. Sempre que viajo, tento não ficar em hotéis, e procuro algum albergue ou camping”, explica, informando que gastou R$ 300 com hospedagem durante os sete dias que esteve na capital pernambucana. “É o valor de uma diária na maioria dos hotéis”, compara.
Apesar do crescimento, o diretor da Associação Brasileira de Campings (Abracamping), Luiz Edgar Tostes, diz que a demanda para o setor é sazonal. “Ela cresce bastante nas férias escolares e durante o verão, principalmente no Sul e no Nordeste, mas não estamos percebendo uma alta significativa”, diz. Ele acredita que a procura deve aumentar no próximo ano, devido à Copa do Mundo, que acontece em junho.
Oportunidade de negócio
A procura por hospedagens baratas e confortáveis pode ser também uma boa oportunidade de negócio. A estudante Priscila Andrade, 20, cede um dos três quartos da casa onde mora com os pais, em Boa Viagem, para receber turistas. “Nós tínhamos um quarto sobrando, sem uso, e eu sempre gostei de receber pessoas em casa. Sem falar que uma boa maneira de ter uma renda extra”, comenta a jovem, que cobra R$ 72 pela diária, além de uma taxa de limpeza que custa R$ 16.
Priscila Andrade, 20, cadastrou-se no Airbnb e hoje aluga um dos quartos da casa onde mora com os pais, em Boa Viagem. Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A Press |
De acordo com diretor do Airbnb no Brasil, Christian Gessner, em 2012 o número de brasileiros que utilizavam a rede cresceu 400%. “É um número muito expressivo, que mostra o potencial do mercado nacional”, ressalta, informando que desse total 20% das pessoas optaram por destinos domésticos, enquanto o restante dos brasileiros viajou para o exterior. Hoje, 75% dos turistas que estão hospedados no Brasil através da rede são estrangeiros, e os 25% restantes são nacionais. Rio de Janeiro e São Paulo são as cidades que registram a maior oferta de hospedagem (mais de 5 mil e 1 mil, respectivamente). No Recife, existem atualmente 300 ofertas no site.
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