quarta-feira, 30 de outubro de 2013

ASSASSINATO DO PROMOTOR - Esposa de acusado de matar promotor em Itaíba é ouvida em Águas Belas



Duas semanas após a morte do promotor Thiago Soares Faria, 36 anos, na PE-300, que liga as cidades de Águas Bela e Itaíba, no Agreste pernambucano, a Polícia Civil continua convocando pessoas para novos depoimentos. As últimas ouvidas mais importantes foram as de Solange Rodrigues, esposa do agricultor Edmacy Cruz Ubirajara, de 47 anos, suspeito de ser o executor dos tiros que mataram o promotor, e do tio dela, Alfredo Ferreira.

Os dois tentaram provar que o agricultor não estava no local do crime, que aconteceu por volta das 9h do último dia 14 de outubro. A esposa e o tio dela afirmam que estavam com o suspeito e foram vistos no centro da cidade de Águas Belas, frequentando um posto de gasolina e uma borracharia.

Ainda nessa terça, a polícia ouviu uma pessoa que mora próximo ao local do crime, um mototaxista da região, um ex-funcionário do fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa (apontado como mandante do crime), e o filho do suposto mentor da execução. José Maria é cunhado de Edmacy.

O filho do fazendeiro, o advogado Leandro Ubirajara, garantiu que o pai é inocente e disse que no momento do crime José Maria estava no escritório dele fazendo o pagamento dos funcionários, como faz toda segunda-feira. O advogado negou ainda que o pai tivesse qualquer motivo para desejar a morte do promotor.

Depois dos depoimentos, os advogados do agricultor decidiram que vão pedir a revogação da prisão do suspeito, por entenderem que as provas da polícia contra o seu cliente são frágeis. No entanto, a polícia ainda pode manter Edmacy no Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel) por mais 14 dias, já que o mandado de prisão preventiva tem um prazo de 30 dias. Até o final das investigações, as autoridades esperam ouvir o depoimento pelo menos mais 20 pessoas. Até o momento, cerca de 40 já prestaram esclarecimentos à polícia.

HISTÓRICO - O promotor Thiago Soares Faria foi assassinado com quatro disparos de espingarda calibre 12 na cabeça. Ele dirigia seu carro na companhia da noiva, a advogada Mysheva Freire Ferrão Martins, e do tio dela, Adautivo Elias Martins, quando foi parado numa emboscada. A noiva e o tio nada sofreram na ação criminosa.

Segundo a principal linha de investigação da Polícia Civil, o motivo para o crime que tirou a vida do promotor do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) seria uma disputa de terras entre o suposto mandante do crime e a noiva do advogado. Este ano, Mysheva arrematou 25 hectares das terras de José Maria em um leilão. As terras teriam sido desapropriadas para pagamento de dívidas trabalhistas que corriam na Justiça. Na ocasião, o promotor se empenhou para que a noiva conseguisse a emissão da posse da terra.

A fazenda continha uma fonte de água mineral que rendia a José Maria mais de R$ 1 milhão por ano, mas o terreno foi arrematado por apenas R$ 100 mil, valor inicial do leilão
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