Cinco dias após o promotor Thiago Soares ter sido brutalmente assassinado, o crime ainda é um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Internautas, a todo instante, questionam os mistérios sobre o caso. Comentários como: “História mal contada”, “Parece caso de novela” e “É muita ficção” estão entre as rodas de conversa. Pensando nisso, a equipe do LeiaJá procurou o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Wilson Damázio, para esclarecer algumas dúvidas. Veja:
- A família de Mysheva Martins, noiva de Thiago Farias, é conhecida na região pelo crime de pistolagem. Segundo dados da polícia, em menos de sete anos, os parentes da noiva do promotor teriam envolvimento em mais de 10 mortes. Esse não foi o principal motivo para o assassinato? O crime foi absolutamente pessoal e não se coaduna mais com a realidade violenta daquela região. O mandante do assassinato, o fazendeiro José Maria de Paula, não estava satisfeito em ter perdido a propriedade localizada no município de Águas Belas para o promotor e se sentiu prejudicado. O problema dele era somente com Thiago.
- A polícia diz que foram disparados mais de 20 tiros, o carro foi alvejado de balas. Levando em consideração que em cada disparo desse surgem pequenos estilhaços que se dispersam, como é que Mysheva e o tio, que estavam no veículo junto com o promotor, saíram ilesos? O primeiro tiro foi certeiro, atingiu Thiago. Quando a noiva sentiu que os algozes estavam voltando e que iriam novamente atirar, ela fugiu do carro, se jogou e o tio também. O promotor não teve como, já tinha sido atingido, só encostou o carro. A gente acredita que apesar da esperteza dela de ter se jogado, o alvo era somente o promotor. Até pela razão de Mysheva ser integrante de uma família muito importante na região e com histórico de violência. Talvez o Zé Maria não quisesse bancar esse novo confronto com a família da moça.
- Só uma pessoa ia ser responsável por todos aqueles tiros? O atirador teve tempo de recarregar a arma ou tinha mais de um revólver na mão? Nós estamos tentando identificar quem estava no carro que perseguiu o promotor, mas não é assim tão simples, até porque os suspeitos estão negando a participação no crime. A Mysheva é a testemunha principal e não sabe a quantidade de pessoas. Ela só viu o atirador e o motorista. O matador já foi identificado e preso, nós agora estamos trabalhando para encontrar o fazendeiro mandante e o motorista. E vamos continuar a investigar a participação de outras pessoas.
- O Movimento Sem Terra diz que tem um assentamento desde 2004 em um dos hectares do terreno da Fazenda Nova onde o promotor morava com a noiva. Eles alegam que não conseguiram ainda a desapropriação porque a propriedade é improdutiva. Ainda segundo o MST, ela nem poderia ter sido leiloada por se tratar de território indígena. Pelo o que eu tenho conhecimento, a fazenda é de herdeiros. Tinha um proprietário, uma pessoa muito influente da região, que deixou um espólio que foi divido entre várias pessoas e uma parte estava com Zé Maria, tudo documentado e o processo tramitou legalmente. Agora, o MST realmente tem um acampamento nas proximidades. Só não tenho conhecimento se área e improdutiva até porque lá tem uma fonte de água mineral que rende muito dinheiro e isso teria também contribuído para o acirramento dessa disputa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário