segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Com profissão em risco, carroceiros de Petrolina pedem ajuda para seguir trabalhando

SRZD
Trabalhadores de baixa renda em Petrolina, em Pernambuco, realizaram um abaixo assinado destinado à prefeitura da cidade pedindo para que não seja aplicada multa de R$200 a carroceiros que utilizem animais de tração para garantir o sustento. Os trabalhadores alegam que não têm como sustentar suas famílias sem utilizar cavalos nas carroças. De acordo com a líder comunitária Gorete do Pedro Raimundo, a cobrança de uma multa é inviável.
"Não se pode aplicar uma multa de R$ 200 a um homem pobre, que às vezes nem ganha isto em um mês de trabalho, sem que lhe dê uma oportunidade de ajuda. É muito caro e eles não tem condições de pagar", argumentou.
Em visita nesta sexta-feira, o coordenador do Núcleo de apoio à Cultura da Zona Oeste de Pernambuco (Nacpe), Robson Patrício, ouviu a comunidade sobre o problema. Segundo Robson Patrício, a contribuição dos carroceiros na redução de animais soltos nas ruas deve ser considerada para que alternativas sejam dadas aos trabalhadores, incluindo a profissionalização do trabalho.
"A hora é de estudar melhor o problema, a população clama pela retirada dos animais da cidade e não podemos tirar o sustento destes homens que vivem do trabalho com a carroça animal", afirmou. "É preciso e o poder público tem condições para isto, de promover um espaço adequado para que o homem possa trabalhar com seu animal e ao término guardá-lo em um local adequado e seguro", disse. 
O abaixo-assinado destaca o esforço dos trabalhadores para cuidar dos animais, mesmo sem dinheiro. "O custo de alimento é caro. Andamos no próprio animal em busca de pasto para alimentar, durante a noite, depois de um dia de trabalho, sem contar que o pasto está difícil. O que ganhamos com o trabalho é quase nada."
Abaixo-assinado em Petrolina. Foto: Divulgação
Charretes também causam polêmica em Petrópolis (RJ)
Vitórias em Petrópolis. Foto: SRZD/Lucas Torres
A cidade de Petrópolis, cidade histórica na Região Serrana do Rio, tem como tradição o uso de charretes para passeios turísticos da cidade. No entanto, como mostrou a reportagem do SRZD, a polêmica na cidade envolvendo o uso de animais se intensificou quando um dos cavalos passou mal e desmaiou de cansaço, em junho deste ano. Por lá, os trabalhadores vivenciam o mesmo problema.
"Não podemos pagar pela falta de cuidado de um condutor. Esse foi um caso isolado, ele já foi impedido de trabalhar", disse. "O animal é feito para trabalhar mesmo. Se eles proibirem, serão 36 famílias sem emprego. O que a prefeitura vai fazer para tanta gente se sustentar?", questionou Kaynara Oliveira, dona de uma das charretes.
Cavalos sofrem maus tratos em Paquetá
Denúncias de 2010 já relatavam cavalos feridos, amarrados, explorados e vivendo em meio a esgoto. Foto: Reprodução/ Facebook
Na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, o SRZD também relatou o descaso do poder público com os animais. A Comissão de Defesa dos Animais da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) comprovou que os cavalos vêm recebendo maus-tratos dos charreiteiros. "Aqui carece de tudo, desde veterinário até instalações condizentes com o tipo animal explorado. As condições são as piores possíveis", afirmou.
Cavalos têm vida de rei no Jóckey Club
Foto: Divulgação/ Jockey
Por outro lado, o tratamento recebido pelos cavalos do Jóckey Club do Rio de Janeiro é de dar inveja a qualquer um. Com direito a nutricionista, piscina, cama e até ar-condicionado, os animais vivem como verdadeiros "reis". A reportagem do SRZD mostra o contraste existente no tratamento com os animais, o que reforça que o tratamento no clube é privilégio para poucos.

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