SRZD
Trabalhadores de baixa renda em Petrolina, em Pernambuco, realizaram um abaixo assinado destinado à prefeitura da cidade pedindo para que não seja aplicada multa de R$200 a carroceiros que utilizem animais de tração para garantir o sustento. Os trabalhadores alegam que não têm como sustentar suas famílias sem utilizar cavalos nas carroças. De acordo com a líder comunitária Gorete do Pedro Raimundo, a cobrança de uma multa é inviável.
"Não se pode aplicar uma multa de R$ 200 a um homem pobre, que às vezes nem ganha isto em um mês de trabalho, sem que lhe dê uma oportunidade de ajuda. É muito caro e eles não tem condições de pagar", argumentou.
Em visita nesta sexta-feira, o coordenador do Núcleo de apoio à Cultura da Zona Oeste de Pernambuco (Nacpe), Robson Patrício, ouviu a comunidade sobre o problema. Segundo Robson Patrício, a contribuição dos carroceiros na redução de animais soltos nas ruas deve ser considerada para que alternativas sejam dadas aos trabalhadores, incluindo a profissionalização do trabalho.
"A hora é de estudar melhor o problema, a população clama pela retirada dos animais da cidade e não podemos tirar o sustento destes homens que vivem do trabalho com a carroça animal", afirmou. "É preciso e o poder público tem condições para isto, de promover um espaço adequado para que o homem possa trabalhar com seu animal e ao término guardá-lo em um local adequado e seguro", disse.
O abaixo-assinado destaca o esforço dos trabalhadores para cuidar dos animais, mesmo sem dinheiro. "O custo de alimento é caro. Andamos no próprio animal em busca de pasto para alimentar, durante a noite, depois de um dia de trabalho, sem contar que o pasto está difícil. O que ganhamos com o trabalho é quase nada."
Charretes também causam polêmica em Petrópolis (RJ)
A cidade de Petrópolis, cidade histórica na Região Serrana do Rio, tem como tradição o uso de charretes para passeios turísticos da cidade. No entanto, como mostrou a reportagem do SRZD, a polêmica na cidade envolvendo o uso de animais se intensificou quando um dos cavalos passou mal e desmaiou de cansaço, em junho deste ano. Por lá, os trabalhadores vivenciam o mesmo problema.
"Não podemos pagar pela falta de cuidado de um condutor. Esse foi um caso isolado, ele já foi impedido de trabalhar", disse. "O animal é feito para trabalhar mesmo. Se eles proibirem, serão 36 famílias sem emprego. O que a prefeitura vai fazer para tanta gente se sustentar?", questionou Kaynara Oliveira, dona de uma das charretes.
Cavalos sofrem maus tratos em Paquetá
Na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, o SRZD também relatou o descaso do poder público com os animais. A Comissão de Defesa dos Animais da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) comprovou que os cavalos vêm recebendo maus-tratos dos charreiteiros. "Aqui carece de tudo, desde veterinário até instalações condizentes com o tipo animal explorado. As condições são as piores possíveis", afirmou.
Cavalos têm vida de rei no Jóckey Club
Por outro lado, o tratamento recebido pelos cavalos do Jóckey Club do Rio de Janeiro é de dar inveja a qualquer um. Com direito a nutricionista, piscina, cama e até ar-condicionado, os animais vivem como verdadeiros "reis". A reportagem do SRZD mostra o contraste existente no tratamento com os animais, o que reforça que o tratamento no clube é privilégio para poucos.
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