O promotor de Justiça Thiago Faria Soares, 36 anos, ainda chegou a falar com a noiva Mysheva Freire Ferrão Martins, 30, depois de ter sido atingindo pelo primeiro tiro, na manhã da última segunda-feira, no Agreste do estado. O Diario teve acesso a parte do depoimento da advogada no qual ela relata os últimos momentos vividos pelo promotor antes dele ser baleado outras três vezes e morrer no próprio carro. À polícia, Mysheva relatou que o executor do noivo, o agricultor Edmacy Cruz Ubirajara, que está preso no Cotel, estava sentado na janela do carro com uma arma apontada para a caminhonete importada do noivo, quando fez o primeiro disparo. Segundo ela, o automóvel onde ela estava, juntamente com o tio, vinha na BR 300 a cerca de 70 km/h. Todas as informações serão confirmadas ou não por meio de uma reprodução simulada da execução, que ainda não tenha data prevista para acontecer.
Ainda segundo o depoimento da advogada, ela e o noivo vinham na estrada conversando sobre a festa de casamento deles, que aconteceria no próximo dia 1º de novembro, quando o veículo com os criminosos se aproximou. Um deles começou a atirar contra o carro onde estavam. “Depois de levar o primeiro tiro, no braço esquerdo, o promotor ainda chegou a chamar o nome da noiva. Ela passou a mão atrás da cabeça para ver se havia sido atingida também. O promotor parou o carro, que chegou a estancar. Nesse momento, Mysheva começou a gritar pedindo para Thiago ligar o carro e acelerar para tentar fugir”, contou um policial que participa das investigações. Enquanto Thiago tentava girar a chave na ignição, Mysheva disse que mexia na marcha para tentar fazer o veículo dar partida. As tentativas foram em vão e os criminosos acabaram se reaproximando do automóvel para concluir a execução.
A advogada disse, ainda, aos delegados que estão à frente do caso, que teria pulado do carro quando percebeu que os criminosos estavam voltando. “Ela disse que se jogou do veículo e se protegeu em uma vala. Na queda, acabou ficando com um ferimento em um dos joelhos. Outra coisa dita por Mysheva foi que enquanto os suspeitos efetuavam vários disparos contra o carro, ela ficou rolando no chão, para não ser atingida. Ela contou ainda que nesse momento já não sabia onde estava o seu tio, que também pulou do carro”, completou o investigador. Mysheva Martins foi orientada a não deixar a cidade, pois poderá ser chamada novamente para prestar depoimento.
DIÁRIO DE PERNAMBUCO
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