sábado, 30 de novembro de 2013

Crô, o filme estreia em 400 salas do país

 (Foto: Paris Filmes/Divulgação)

A comédia costuma ser o gênero mais explorado pelo cinema brasileiro, atraindo altos investimentos e boa renda. É o foco de grandes produtoras. De acordo com dados divulgados pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), dos 10 filmes brasileiros que mais arrecadaram em bilheteria neste ano, sete são comédias, sendo o pódio principal tomado por histórias bem-humoradas: Minha mãe é uma peça, Vai que dá certo e Meu passado me condena. Todos com continuidade já garantida.

Com estreia nesta sexta-feira (29) em todo o país, Crô, o filme é a mais nova aposta de gargalhadas na reta final deste ano. E possui grandes chances de atingir expressivos números de bilheteria e renda. Com orçamento de R$ 3,2 milhões, o longa-metragem de Bruno Barreto chega em 400 salas de exibição. O número se aproxima dos 407 do líder de bilheteria, Minha mãe é uma peça. Com roteiro de Aguinaldo Silva – uma exigência do protagonista Marcelo Serrado -, Crô nasceu da teledramaturgia. Na novela Fina estampa, exibida entre 2011 e 2012 na Rede Globo, era mordomo da patroa má Tereza Cristina (Christiane Torloni). No filme, Crodoaldo Valério volta milionário (após herdar a fortuna da antiga patroa), dono de uma mansão e sedento por servir uma nova milionária.

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É o segundo personagem de novela criado pelo escritor pernambucano que ganha as telas de cinema em 2013. O primeiro foi Giovanni Improtta, protagonista da comédia homônima e vivido por José Wilker. “Aguinaldo Silva tem essa capacidade criativa de figuras extremamente populares, como Nazaré Tedesco e Giovanni Improtta (ambos de Senhora do destino). Um personagem ir do folhetim para o cinema é meio raro”, destaca o ator Marcelo Serrado, em entrevista ao Diario. Além dos dois, a personagem Lili Carabina, do seriado Plantão de polícia, também de Aguinaldo, virou filme.

Como elemento para atrair bilheteria expressiva, as participações especiais podem contribuir. Após contracenar com Serrado no remake de Gabriela, Ivete Sangalo interpreta a mãe de Crô, quando ele era menino. Além dela, Gaby Amarantos (estreante no cinema) e Ana Maria Braga interpretam elas mesmas. Alexandre Nero, Kátia Moraes, Milhem Cortaz, Carlos Machado e Carolina Ferraz - aspirante a patroa do protagonista - também estão no elenco. Para quem acompanhou a novela, o mistério que ficou no ar (quem é o amante de Crô?) é desvendado.

 (Foto: Paris Filmes/Divulgação)


Carisma, bordões, humor e melancolia do personagem deixam o enredo mais leve. Marcelo Serrado descarta a possibilidade de seriado na telinha. Para ele, o personagem deve ficar no cinema e torce para o Crô 2. No cinema, Marcelo Serrado tem dois projetos para 2014: vai viver o maestro João Carlos Martins no novo longa de Bruno Barreto, e o filme No retrovisor, de Marcelo Rubens Paiva.

Assista ao trailer:



Entrevista >> Marcelo Serrado

Foi diferente o mergulho no personagem para o cinema?
Foi mais sutil. Vi minhas cenas na novela. Frequentei boates gays de novo. O personagem é uma colcha de retalhos. O cabelo vem de um cara chamado Davi Alvarez. O gestual foi de outro cara que vi na boate. Tudo foi criado em cima do real. O documentário Santiago, de João Moreira Sales, também me ajudou. Mas o mais legal disso tudo é que o Crô tem a melancolia nele, que faz com que ele seja crível. Se ele fosse só estereótipo e arquétipo, o público não compraria ele.

Os últimos trabalhos na televisão foram no humor (Tonico Bastos, em Gabriela, e Crô, em Fina estampa). Você se identifica mais com essa veia cômica?
Me identifico muito. É bom fazer tipos diferentes, também cômicos, mas diferentes. Inclusive, no domingo, estreio um quadro no Fantástico, A mulher de sua vida, que faço vários tipos com atrizes diferentes: Fernanda Paes Leme, Taís Araújo, Fernanda Souza e Juliana Paes. É um cara de 40 anos, que está querendo se matar por não encontrar a mulher da vida dele. Dia 18, estreio Alexandre e outros heróis, com Ney Latorraca, especial de fim de ano na Globo. Faço um cantador de embolada. Para este personagem, quem me ajudou foi Pedro Salustiano, filho do mestre Salu. Durante o período de gravações, Ariano também foi dar uma palestra pra gente lá.

Depois de Tom Jobim no teatro, você volta a interpretar um maestro no cinema...
O convite para o filme de Crô surgiu de um encontro com Bruno Barreto para falarmos sobre o longa de João Carlos Martins. As gravações começam no fim do ano que vem. Ele é um cara incrível, um batalhador. É uma luta de superação. Faço ele dos 20 aos 45 anos.

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