quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Pernambucano preso em Dubai por atropelar e matar britanico

A família do corredor inglês morto ao ser atropelado por um recifense em Dubai, nos Emirados Árabes, conseguiu arrecadar dinheiro para o traslado do corpo da vítima para o Reino Unido por meio da internet. Gavin Duffy, 29, de Billingham, Teesside, foi atingido por volta das duas horas da madrugada do último sábado (22) e morreu na Avenida Al Sufouh, próximo à Ponte Dubai Marina, sem qualquer tipo de assistência do motorista pernambucano Bruno Tenório, 31. Segundo a polícia, o engenheiro assumiu estar conduzindo o veículo sob o efeito de álcool, depois de ser preso tentando fugir para Beirute (Líbano), em uma loja Duty-Free do Aeroporto Internacional de Dubai. A detenção foi realizada às 4h30 do mesmo dia, graças a uma testemunha ocular do acidente, que denunciou o rapaz à polícia, junto ao número da placa do veículo que ele dirigia.

Bruno Tenório atuava como engenheiro em uma grande empresa que funciona em uma das Jumeirah Lakes Towers, em Dubai. Integrante de uma família de classe média alta e antigo morador do bairro do Parnamirim, no Recife, o ex-aluno de um tradicional colégio local se encontra há pelo menos dois anos nos Emirados Árabes, depois de trabalhar numa indústria alimentícia e numa siderúrgica no estado. Logo após o acidente, o jovem pegou o passaporte no local de trabalho e seguiu diretamente para o aeroporto, na tentativa de deixar o país apenas duas horas depois da morte do turista inglês.

Em entrevistas a jornais locais, o promotor de crimes no tráfego de Dubai, Salah bu Farousha Al Felasi, afirmou que não havia sequer marcas de freios na via, o que confirmaria a versão de uma testemunha ocular que denunciou o pernambucano. “Ele nem parou, nem olhou para trás, só continuou dirigindo em alta velocidade”, declarou. Procurado, o Itamaraty afirmou ter prestado assistência consular ao recifense, atestando sua integridade física e se colocando à disposição. No entanto, segundo a assessoria de comunicação do órgão, em Brasília, não houve qualquer pedido de intermediação por parte do acusado ou da família.

De férias, Gavin Duffy estava em Dubai há apenas um dia, onde esperava descansar. “Dando um tempo por alguns dias para férias em Dubai. Devo recarregar bem as baterias”, postou em uma de suas contas em redes sociais, horas antes de falecer. Como a vítima não tinha seguro de viagem, seu corpo continua retido no país e deve ser encaminhado ao nordeste da Inglaterra, ainda nesta semana, após uma campanha na web para arrecadar fundos para custear o traslado. Em três dias, familiares e amigos ultrapassaram a meta inicial e conseguiram 14 mil euros (cerca de R$ 44 mil). 

Pena branda
Apesar da gravidade do crime, se confirmada culpa direta pela morte do corredor, é possível que o recifense Bruno Tenório não sofra penas de severidade extrema, caso a Corte de Dubai siga o mesmo entendimento aplicado a outros casos semelhantes. Um exemplo é o do condutor filipino de 24 anos que, em setembro deste ano, atropelou e matou o triatleta libanês Roy Nasr, 49, que seguia pelo Safa Park com outros dois ciclistas, também feridos no acidente. Na época, o jovem assumiu ter ingerido bebida alcoólica e acabou respondendo por cinco acusações: homicídio, risco à segurança de terceiros, danos à propriedade privada, consumo ilegal de álcool e direção sob seu efeito. No entanto, a pena aplicada foi restrita a um mês de cadeia e uma multa de 200 mil dirhans (cerca de R$ 125 mil).

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